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O entardecer de nossa existência

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Por: Neves Couras;

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Essa semana, iniciei um novo ciclo em minha vida. É assim que aprendi a ver um novo ano que começa em nossa vida a partir de nosso aniversário. Estou na fase que prefiro chamar de “meu entardecer”. Não me sinto velha, ou idosa, como somos chamados quando passamos dos sessenta anos.

Em primeiro lugar, que dádiva da divindade nos oferecer tanto tempo para que possamos desenvolver nosso eu. O tempo que nos é dado vai sendo decidido ainda em nosso processo de encarnação, quando as equipes espirituais começam, assim como se prepara uma planta de uma casa, também começa nossa “planta”, pensada de acordo com nossa missão a ser cumprida na Terra. Recebemos nosso fluido e, como brinco com muitas pessoas, recebemos o “querosene de nossa lamparina” de acordo com o tempo determinado para cumprirmos com a nossa missão.

Ao nascermos, já trazemos em nossas mãos o primeiro “canudo”, onde consta a missão que precisamos desenvolver. Os anos que teremos que ficar por aqui, está tudo planejado e o fluido não vai faltar, nem sobrar. Entretanto, como crianças rebeldes, resolvemos desenvolver nossas atividades, sem nem olharmos o que está planejado. Começa então nosso plantio.

O plantio de nossas ações e escolhas e são com essas que, se estivesse usando o linguajar da economia, diria que fazemos nosso planejamento estratégico, ou não. Se fizermos, vamos identificando nossos pontos fracos, os fortes e os mecanismos de correção de rota.

Após tudo planejado e iniciado o projeto, na maioria das vezes, não imaginamos a longo prazo, as consequências do rumo que demos ao longo projeto. Quando jovens, tudo se torna mais fácil para correção de rota, ou mesmo nem percebemos o caminho que estamos tomando e onde nos levarão nossas decisões.

Fui jovem, e de uma geração que, acredito, passou por muita coisa que exigiu de nosso cérebro um grande desenvolvimento. Passar da idade do rádio, do telefone que precisávamos de uma central telefônica para completarmos uma ligação, passando pelo fax, telex, telegrama e carta, não necessariamente nesta ordem, e ainda chegarmos à tecnologia dos celulares e da internet, é um privilégio (e um desafio) que poucas pessoas tiveram na história da humanidade.

Hoje, no entardecer de minha existência que para alguns é triste, para mim, é belo. Belo pela possibilidade da aproximação da noite, da chegada das estrelas, da lua e de um novo dia. Com um novo amanhecer, temos sempre a oportunidade de corrigirmos os erros do dia anterior, de pedimos desculpas por alguma coisa, que dissemos ou fizemos, que não foi agradável a alguém, e simplesmente recomeçar.

Nesse entardecer que tenho vivido, tenho horas tristes, horas alegres, mas não perco a oportunidade de aproveitar a beleza de ver a luz do sol a se esconder, a ver e ouvir as maracanãs para seu pouso da dormida.

O entardecer da vida não significa que nos deixemos esperar por ela, sem nada fazer. Vendo um vídeo que um amigo me enviou do Padre Fábio de Melo, que além de muito bonito, traz uma fala que me lembrou meu pai: o Padre fala do momento que, já avançado nos anos, irão colocar o padre no sol e depois tirar o padre do sol. Meu pai dizia: bote o velho no sol, tire o velho do sol. O Padre, fala que pede a Deus que tenha quem tire o padre do sol.

Quantos significados essa fala nos traz! Precisamos cuidar de nossas ações que, na verdade, não são nada mais que nosso plantio, para termos boa colheita no entardecer de nossa vida. Talvez, mesmo tendo plantado belas ações e termos feito grandes plantios, ainda passemos pela possibilidade de não podermos contar com quem nos coloque e nem nos tire do sol. Se isso acontecer, podemos até pensar em planejarmos um lugar que tenhamos a oportunidade de tomarmos o sol sem que ninguém nos leve. Entretanto, enquanto não precisarmos de alguém para nos levar para o sol, possamos aproveitar nosso tempo sendo úteis e procurando cuidar de nosso corpo, mente e espírito.

Quantas vezes já não dancei sozinha ouvindo uma linda música, me permiti abri uma garrafa de vinho e tomar uma taça, mesmo não tendo companhia. Ainda sonho com tantas coisas que não me foram permitidas fazer, mas sei que vou buscar sempre minha felicidade. Antes do pôr do sol, quero viver intensamente a luz e a beleza do entardecer.

Não nascemos para vivermos sozinhos, mas não podemos desistir de viver se esta tão sonhada companhia não aparecer.

Se permita ser feliz, por você mesma, não pelos outros. Sei que estou iniciando um novo planejamento estratégico, e desta vez vou diminuir os pontos de dificuldades. Se você se identificou com esse texto, garanto não ser fácil, mas a esperança e o amor próprio serão nossas aliadas.

Feliz entardecer!

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