Por: Bodão Ferreira;
Acabou-se o mês junino
E é preciso entender
O festejo nordestino
No que ele passou a ser
Com a cultura em guerra
Se excluiu o pé de serra
E exaltou-se o “tchê tchê tchê”
Os nossos trios de forró
Que sempre foram o encanto
Foram negados sem dó
E encostados num canto
Perdendo suas pelejas
Para duplas sertanejas
Tomar conta sem espanto
Cachês multimilionários
Pra cantores de Goiás
Enquanto os empresários
Desprezam grupos locais
Ou chamando forrozeiros
Pra tocar pelos aceiros
Por alguns poucos reais
Dos trinta dias de festa
Olhando a programação
E aparando as arestas
Em cada apresentação
Uma pergunta invade:
“Porque menos da metade
Tem forró como atração?”
E os cocos? E as cirandas?
Alguém lá ouviu xaxado?
E de pife, tinham bandas?
Ou estou desinformado
Ou entra ano e sai ano
E artista paraibano
Diminui nesse arrumado
Onde estavam Zé Ramalho,
Anastácia e Amelinha?
Chico César, Lucy Alves
Cadê Mestrinho e Cesinha?
Do jeito que as coisas vão
Tire o nome de São João
E deixe de ladainha