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Conviver com a enfermidade de um ente querido

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Por:Neves Couras;

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Pelo avanço das tecnologias em saúde e desenvolvimento de medicamentos sofisticados, o mundo inteiro conta, cada vez mais, com uma população longeva. Assim, está se tornando mais frequento podermos conviver com entes queridos por mais e mais tempo. Ter a permanência daqueles que amamos por mais tempo em nossa companhia é, sem dúvida, uma dádiva da divindade Superior. Contudo, com o avançar da idade, várias doenças relacionadas ao envelhecimento do corpo se tornam mais presentes.

É sempre importante salientarmos que essa convivência não significa um mar de rosas. Principalmente quando nossos pais ou avós, com quem convivemos toda a vida como pessoas ativas, contribuindo com os afazeres domésticos, exercendo suas profissões com extremo esmero, passam a ser, muitas vezes, pessoas mais lentas no caminhar, no pensar, já outras pessoas tornam-se mais agressivas, começam a mostrar sintomas que hoje, estão incluídos nos processos de vários tipos de demências.

Quem já me conhece neste espaço sabe dos temas que costumo abordar, sempre o faço por ter vivenciado não só em nossa vida familiar, mas também através de palestras, cursos e livros que consumo avidamente. Assim, acredito ser capaz de identificar a necessidade de maior compreensão a respeito em relação a esse tema, que sei não ser muito fácil.

Para muitas famílias, esconder as enfermidades ainda é uma atitude bastante corriqueira como se cada um de nós que desenvolve algum tipo de doença o faz por negligencia ou por irresponsabilidade. Evidentemente que em alguns casos a enfermidade veio por descuido com seu corpo ou por achar que “comigo isso não vai acontecer”. Nem nestes casos, acredito, devemos negar uma enfermidade, pois essa pode ser a principal causa de morte que poderia ser postergada, ou proporcionar a esse paciente uma melhor qualidade de vida.

Não estou me referindo a questões espirituais, pois este é um lado que já abordo sempre em nossos textos. No entanto, adoecemos por inúmeras causas: não cuidamos de nossos sentimentos, nosso corpo, nossa saúde mental e tantas outras coisas que para sintetizar, contribuímos com esse processo, nesta vida ou nas passadas. Mesmo sabendo de todo esse processo, não cabe a nós sermos juízes nem estabelecermos sentenças cruéis a ninguém.

Cabe a nós como companheiros de longas caminhadas ao longo de nossa vida, contribuir para o nosso bem estar e dos outros, sempre que formos “convocados” para essa missão.

Retornando aos nossos entes queridos, precisamos observar pequenas alterações que podemos perceber, assim, com cuidados antecipados, teremos a oportunidade de melhor assisti-los. Aprendemos que os “velhos” ficavam “caducos”, mas nem tudo foi e nem é assim: hoje, sabemos que existem várias formas de demência. A título de informação, nossos idosos e nós, podemos desenvolver:

a) Demência vascular,

b) Demência da doença de Parkinson,

c) Demência dos Corpúsculos de Lewi,

d) Demência Frontotemporal (por exemplo, a Doença de Pick) e, ainda,

e) Demência de Alzheimer que pode estar associada à Demência Vascular, ou a própria Doença de Parkinson.

A estas alturas desse texto, o leitor deve estar se perguntando que tem tudo isso com convivência? Tem uma série de questões que iniciam com, em primeiro lugar, o diagnóstico de cada uma e segundo, com a aceitação de toda família que seu irmão, pai, tio e marido não será mais o mesmo a partir de qualquer uma dessas demências.

A não aceitação de qualquer enfermidade pode causar danos irreparáveis ao paciente. Nestes casos que estamos abordando, pelo menos na maioria dessas Demências, o paciente, dependendo do quadro, não vai ter importância para ele, pois vai se esquecer que está doente. No entanto, que os familiares não tornem essa tarefa para os que convivem pior do que já é.

Para quem não sabe o que é conviver com um paciente que, por exemplo, passou toda sua vida sendo bom motorista e que pode até ter desenvolvido sua vida profissional como tal, chega a um ponto da doença que esse paciente não vai aceitar parar de dirigir, não vai entender que seus reflexos não são os mesmos, somando-se ainda a medicação que esse paciente toma.

Sem você conviver com esse paciente diariamente, não sabe o que se passa com todos que com ele convivem. Você pode visitá-lo em um momento que sua lucidez está predominando, o que poderá fazê-lo pensar que seu amigo ou familiar não está doente.

Dessa forma, você o estimula a voltar às suas atividades, diz que ele não se entregue, como se essas palavras pudessem contribuir para sua melhora.

Peço encarecidamente a todos que tiverem acesso a este texto, e, que puderem ajudar a outras famílias que vivenciam situações como esta, que ao visitarem estes pacientes, não interfiram na conduta adotada. Ninguém, acredito, vai inventar uma enfermidade dessas.

Por que o faria? Já não é bastante dolorido você adormecer com alguém que ontem estava com uma consciência relativa, e ao acordar, não reconhecer alguém da própria família?

Você já passou para imaginar que aquela pessoa que você tanto amou e ama, está indo embora aos poucos sem permanecer nele nenhuma lembrança de uma vida compartilhada com seus familiares?

Este, na verdade, é um Artigo de esclarecimento e também de pedido de socorro! Ajudem aos familiares de pessoas portadoras de Demências. Elas não são vilãs, são apenas mais um grupo familiar que convive com enfermidades que só compreende quem já vive e viveu.

Nestas enfermidades, não cabe a figura de um inquisidor, mas de um irmão que respeite a fragilidade de um paciente e de seus familiares.

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