O poeta Bodão Ferreira nos traz hoje uma reflexão em versos de dez pés, merecedora da nossa atenção. Dialético como todo pensador que se preza Bodão é solidário com a população atingida, porém sem poupar da responsabilidade os responsáveis diretos pelo passivo ambiental da tragédia.
Nos seus versos cortantes ele debita direto na conta dos responsáveis maiores pela catástrofe e a cada escrito seu, consegue se superar em criatividade.
Vamos com ele?
Por: Bodão Ferreira;
O Rio Grande do Sul segue alagado
E o povo não sabe o que fazer
Sem ter água, sem ter o que comer
Sem contar milhares desabrigados
Com a chuva e clima desregulados
Essa crise é humana e social
Produto da política liberal
Que enriquece com lucro e exploração
A tragédia no Sul chama atenção
Para a luta da causa ambiental
Enchentes não são castigos divinos
Mas, respostas dessa ação humana
Que destrói a floresta pra ter grana
E assassina nativos genuínos
Envenena a terra em desatino
Tudo para acumular capital
Ignora aquecimento global
E não desiste da devastação
A tragédia no sul chama atenção
Para a luta da causa ambiental
Segue a mata Amazônica em queimadas
Segue o Agro envenenando a terra
Segue o ronco feroz da motosserra
Segue a morte passando a boiada
Segue indigenista em emboscada
Segue firme o garimpo ilegal
Segue a destruição do pantanal
Segue os pampas sumindo em inundação
A tragédia do Sul chama atenção
Para a luta da causa ambiental
Não há mais chance pra negacionismo
É preciso encarar isso de frente
Só teremos futuro se o presente
Resistir e não pular nesse abismo
Nos uniremos no ambiemtalismo
Plantando a consciência social
Recompondo o espaço florestal
Com agroecologia e educação
A tragédia do Sul chama atenção
Para a luta da causa social
É preciso estudar a natureza
Dando vida como ela nos dá
Sem intuito apenas de explorar
Pois, ter água é ar puro é riqueza
A diversidade da flora é beleza
Além do imenso mundo animal
Salvar a Terra é missão principal
Para salvar nossa população
A tragédia do Sul chama atenção
Para a luta da causa ambiental