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Até que enfim o trem

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Por: João Vicente Machado Sobrinho;

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O nosso devaneio em relação ao trem como meio de transporte de passageiros, tem sido muito recorrente. Pode até parecer aos leitores e internautas uma fantasia irrealizável, uma utopia de difícil realização. Porém, há alguns dias passados, fomos parte integrante de um congestionamento gigantesco, que veio consolidar a nossa convicção sobre a impraticabilidade do Modal Rodoviário de transportes.

A convite da nossa filha caçula Maria Rita, tivemos de acompanha-la a uma clínica médica, na qual ela iria fazer um exame de imagem da arcada dentária. Saímos da nossa residência por volta das 14h:30min em direção ao bairro de Miramar e, do nosso ponto se partida até a passagem pelo giradouro da Av. Beira Rio, passaram-se longos e intermináveis 45 minutos. Com uma extensão curta de apenas 1.400 metros,  percorremos 31,11 metros a cada minuto.

Os leitores com certeza devem estar curiosos em saber o real motivo de tal delonga. Pois bem, nada mais foi do que um grande congestionamento de trânsito provocado por um acidente, que envolveu uma motocicleta. Ou seja, era mais um daqueles quilométricos engarrafamentos de trânsito do nosso cotidiano.

Essa é uma obrigatória rotina diária, que se iniciou há aproximadamente quinze anos passados, e que só tem se agravado ao longo do tempo. A exaustão se verifica tanto no tocante à mobilidade propriamente dita, quanto numa questão decorrente que é o estacionamento dos veículos.

Hoje em dia é muito comum observarmos até mesmo nos bairros, o amontoado de veículos estacionados por cima das calçadas, como que a demonstrar na prática, a exaustão do Modal Rodoviário de Transportes.

A propósito do tema que nos propomos a abordar neste artigo, sugerimos aos leitores a passagem em revista de alguns  artigos pretéritos que escrevemos sobre o tema e que poderão ser encontrados  aqui no nosso sitio: www.joaovicentemachado.com.br

Uma alvissareira notícia circulou na imprensa nos últimos dias,  através do noticioso TV Foco, edição do dia 18 de março de 2024, no qual anuncia que a empresa Tav-Brasil foi autorizada a explorar e operar trens de passageiros de alta velocidade, ligando as capitais do Rio de Janeiro e São Paulo. Informa ainda, que a construção da ferrovia consumirá um orçamento aproximado de R$ 75 bilhões, terá um prazo  de oito anos, e que no seu  trajeto contemplará diretamente  sete cidades dos dois estados.

O ponto de partida da nova Ferrovia será  o Bairro de Água Branca em São Paulo capital,  passando pelas cidades paulistas de Guarulhos, Jacareí, São José dos Campos, Taubaté e Aparecida do Norte.

Na sequencia e ao ingressar no Estado do Rio de Janeiro, o novo trem passará pelas cidades de Resende e Volta Redonda, para finalmente chegar ao ponto final que é na  vetusta Estação da Leopoldina na cidade do Rio de Janeiro. Nesse momento a centenária estação da Av. Francisco Bicalho, revivendo seus dias de gloria, vira ponto de partida para a viagem de volta à São Paulo.

Para os que costumam emitir opiniões sobre tudo, torna-se banal apresentar soluções as mais diversas, para consertar o caos do tráfego como: a construção de passagens de nível, de elevados, de viadutos, de trevos além do alargamento das vias de tráfego, notadamente no sitio urbano das maiores cidades.

Esse raciocínio superficial que sugere alargar as ruas e avenidas, parece com a estória do nutricionista que encontrou a solução salomônica para a obesidade do seu paciente, recomendando  o afrouxamento do cinturão.

Os grandes especialistas, na questão da mobilidade urbana, entre os quais incluo o competente engenheiro Carlos Batinga, devem ter muitas dores de cabeça para “arrumar” o trânsito das cidades e talvez concordem com a nossa proposta.

É preciso sem perda de tempo, reconduzir o transporte de massa à ordem do dia, e adotar a médio e longo prazo, um consórcio de modais de transportes  misto, composto pelos  modais: Ferroviário, Marítimo /Fluvial e Rodoviário. Para tanto é preciso fugir da velha e surrada mania analógica de ver e analisar as coisas.

Se quisermos ter uma resposta convincente para o nosso questionamento, basta adotar o método dialético dos porquês, e nos indagar:

1-Qual o tamanho da frota de veículos do Brasil há quinze anos passados e atualmente?

2- Qual a densidade veicular de quinze anos passados e a de agora? Ou melhor, quantos veículos por hectare existiam há quinze anos passados e quantos existem agora?

3- Qual era a área do sitio urbano há quinze anos passados e qual é a área atual?

4-Que interesses econômicos levaram a Rede Ferroviária Nacional-RFN ao sucateamento e ao abandono?

5-Quanto custa anualmente ao erário público a recuperação e a construção de novas rodovias?

6-Qual o custo x benefício entre cada um dos s modais propostos?

Todo esse questionamento com base em dados estatísticos irrefutáveis, com certeza nos conduzirá para  uma única resposta: é imperativo mudar!

Observem o icográfico anterior que mostra o comportamento do Brasil frente a outros países,  inclusive  grandes  fabricantes de veículos automotores.

O modal Ferroviário como os demais modais citados, apresenta vantagens e desvantagens. Porém se formos para a ponta do lápis iremos constatar que o modal Ferroviário é muito mais vantajoso e em termos ambientais e está anos luz à frente dos demais. Portanto, a sua associação de forma hegemônica com os modais marítimo/fluvial e rodoviário deve ser perseguida.

Aos que questionam o valor do investimento recomendamos usar os números que se seguem e compará-los com os custos da infraestrutura rodoviária.

Quanto à população diretamente beneficiada com a obra, deveremos levar em conta não somente a população que vive às margens da ferrovia futura, mas sim os habitantes da área metropolitana e das cidades vizinhas. Um exemplo bem claro dessa situação é a posição geográfica  de Volta Redonda, totalmente conurbada  com a cidade de Barra Mansa que tem  185.000 habitantes. Vejamos os números do último senso do  IBGE:

1.São Paulo: 12.333.000
2.Guarulhos: 1.392.000
3.Jacareí: 240.275
4.S. José dos Campos: 697.428
5.Taubaté: 317.915
6.Aparecida: 32.569
7.Rezende: 133.244
8.Volta Redonda 261.584
9.Rio de Janeiro 6.748.000

Sub Total: 22.158.015

Se a esse contingente populacional, adicionarmos o restante da população metropolitana do Rio de janeiro, de São Paulo e das demais cidades do trajeto, esse número poderá ascender a um valor aproximado 40 milhões de habitantes, direta ou indiretamente beneficiada com o trem.

A obra que está orçada em R$ 75 bilhões pode até parecer cara, porem há de se levar em conta pelo menos dois aspectos fundamentais:

1-O investimento inicial de R$ 75 bilhões importará em R$ 1.875,00 per capita. Porém os custos de manutenção da ferrovia a partir da entrada em funcionamento, serão comparativamente bem menores.

2-Os custos de manutenção dessa ferrovia, com certeza serão muitas vezes mais baixos do que os custos  da rodovia Pres. Dutra por exemplo.

Existem outros projetos à espera de implementação quais sejam:

“1-TAV Brasília- Goiânia:

A linha Brasília-Anápolis-Goiânia ganhou a denominação de “Expresso Pequi” e pode ser transformado numa linha de média velocidade.

2-TAV Belo Horizonte- Curitiba:

Consta no Plano Nacional de Viação a construção de uma Linha de Alta Velocidade entre as cidades de Belo Horizonte e Curitiba, passando por Divinópolis, Varginha e Poços de Caldas, no estado de Minas Gerais; Campinas, São Paulo, Sorocaba, Itapetininga e Apiaí, no estado de São Paulo, e Curitiba, no estado do Paraná;

TAV Campinas- Triangulo Mineiro:

Há um outro estudo do Governo Federal para uma  linha que ligará Campinas a Ribeirão Preto em São Paulo e Uberaba e Uberlândia em Minas Gerais;” (1)

Esta é uma iniciativa a ser implementada nas duas maiores cidades do Brasil que com certeza  funcionará como um embrião que se desenvolverá em outras áreas metropolitanas e brevemente  ao nordeste através da nossa tão  sonhada ferrovia Translitorânea, ligando Salvador a São Luiz do Maranhão por todo belo  litoral nordestino,  a bola da vez do turismo.

No caso da Ferrovia Translitorânea, esse é o grande desafio que está posto para toda bancada nordestina, desde o Maranhão até a Bahia. Os números acumulados totalizam 27 senadores e 151 deputados federais.

Essa é uma senhora bancada com um poder imenso de barganha. O jogo da política liberal, não é assim?
Portanto mãos à obra senhores deputados.

 

 

 

Referências:
R$ 75 bilhões: Substituto do metrô cai como bomba agora em 2024 (otvfoco.com.br);
Conheça os principais modais de transporte no cenário brasileiro (maximatech.com.br);
Modais de transportes – Pesquisa Google;
Modal ferroviário: vantagens e desvantagens – Prompt Brazil;
4 projetos de Trem Bala no Brasil – (viatrolebus.com.br); (1)

 

Fotografias:
R$ 75 bilhões: Substituto do metrô cai como bomba agora em 2024 (otvfoco.com.br);
congestionamento gigantesco – Pesquisa Google;
Novidades! Trem rápido entre Rio e São Paulo pode ter 9 estações (melhoresdestinos.com.br);
ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos;
Conheça os principais modais de transporte no cenário brasileiro (maximatech.com.br);

 

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