Por: Neves Couras;
Este espaço tem sido um grande lugar para trazermos temas que em outro, fora o religioso, ou na Universidade como Artigos Científicos, não teríamos como abordar. Daí surge a necessidade, de nossa parte, no sentido de uma maior responsabilidade sobre o que trazemos ao público.
Em todos os anos que pesquiso a área de Espiritualidade e Saúde, uma das observações que fiz é a de que toda informação que envolve este tema está, direta ou indiretamente, relacionada às orientações do Evangelho. O divisor de águas neste tema, se é que podemos assim falar, é que o, “novo”, conhecimento nos é repassado pelos Médicos da Espiritualidade, através de Médiuns em Hospitais Espirituais, não mais pelas palavras dos antigos evangelistas.
Durante um trabalho de cura realizado em uma casa espírita (local onde sempre realizei minhas pesquisas, e por isso me refiro apenas a este local), temos inúmeros relatos, feitos tanto pelos médiuns que auxiliam no trabalho, como pelo próprio Médium “principal” que serve de medianeiro em tais atividades. Mas por que estas explicações? Porque hoje iremos abordar mais uma forma de mostrar que as enfermidades, assim como tudo que acontece conosco, têm razões claras para que “passemos” por elas.
Assim, afirmar que a nossa doença pode ser a nossa própria cura, merece um pouco mais de explicação para que esta afirmação possa ser compreendida. Sabemos que este tema pode não interessar a nossos leitores, mas como foi dito pelo Apostolo Paulo: Conheça de tudo e guardes o que te convém. Nesta linha de orientação, sei que conhecemos ou já vimos ou convivemos com pessoas que, por mais assistência médica que receba, por mais que utilize a tecnologia mais avançada disponível, em muitos casos, carregam em seu corpo, aparentemente apenas material, alguns tipos de enfermidades que não se sabe o porquê de não se obter a cura.
Das inúmeras histórias que são contadas sobre Chico Xavier, existe uma que me chama muita atenção e pode ser compreendida sem maior esforço. A história fala de uma mãe que procura Chico para pedir ajuda para um de seus filhos que, por ter nascido sem as pernas, lhes causava, tanto a mãe como ao próprio filho, uma espécie de incompreensão, ou falta de aceitação, do porque Deus pôde fazer isso com uma criança que já chegara a esse mundo com um fardo tão pesado para carregar.
O caso se tornara pior para aquela mãe, que já tinha tido outros filhos, e, do ponto de vista dos corpos, eram perfeitos. Por que Deus, então, teria consentido que aquela criança nascesse para viver com tantas dificuldades por toda sua vida?
Ao procurar Chico Xavier, segundo o que se sabe, ele procura mostrar àquela mãe que seu filho ter nascido sem as pernas foi uma forma que espiritualidade encontrou para defender aquela criança, de alguns atos que poderiam contribuir para sua insegurança, o que acredito, não ter sido tão compreendido pela mãe.
É evidente que o Chico sabia mais que falava. Raramente estamos preparados para compreender muitos dos desígnios de Jesus. A citação de ter ouvidos de ouvir e olhos de ver, ainda se aplica hoje em dia e a muitas pessoas. Não são todos que têm a capacidade de carregar o fardo de saber as causas dos seus males. As palavras ditas por Jesus em seu tempo, ainda valem para os dias atuais, principalmente para uma mãe que vê nascer de seu ventre um filho com alguma deficiência, e não consegue aceitar tamanho sofrimento em um serzinho tão inocente.
O tempo passou, Chico não lembrava mais daquela mulher, quando novamente ela reaparece mais desesperada que antes. Seu filho já havia crescido, se tornado um adolescente, e sofrera um acidente que, desta vez, lhe havia tirado os braços.
Ao ver a mãe, Chico deve ter tido a autorização da espiritualidade para revelar quem era aquele espírito que a mãe havia acolhido. Em outras encarnações, aquele filho amado tinha cometido suicídio mais de uma vez. Essa foi a razão pela qual ele nascera sem as pernas.
Quanto ao acidente que o levara a perder os braços, foi lembrado à mãe que eles moravam perto de um rio e que ele estava pensado em se jogar no rio. Com os braços, cometeria suicídio. Assim, a mãe passou a compreender que o acidente que vitimara o filho, nada mais foi que a proteção de Deus para que ele não tivesse a oportunidade de cometer novamente, suicídio.
Sabemos o quanto é difícil, compreendermos e aceitarmos certas enfermidades, ou mesmo “deformidades”, que, sem razão aparente, não se justificam, mas devemos lembrar que a divindade jamais nos abandona em nenhuma situação. E por acréscimo de misericórdia, algumas enfermidades, podem ser nossa cura na existência atual.