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Eleições Municipais em 2024

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Por: Avenzoar Arruda;

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As eleições municipais de 2024, sem dúvida, apresentarão singularidades próprias, mas é plausível afirmar que muitos dos procedimentos e dinâmicas já conhecidos serão repetidos. Uma das recorrências esperadas é a transição das discussões iniciais, que tendem a ser nacionalizadas, para debates mais centrados nas realidades locais, ao final do processo.

Como regra geral de decisão sobre apoio aos candidatos, a população tende a valorizar propostas e discussões mais alinhadas com suas realidades locais. Questões como infraestrutura urbana, serviços públicos municipais, segurança, educação, saúde e plano diretor da cidade ganham destaque. Os eleitores, ao perceberem a importância desses temas para seu cotidiano, passam a exigir dos candidatos soluções práticas e aplicáveis no âmbito local. As eleições municipais não serão o terceiro turno das eleições nacionais passadas.

O primeiro passo para desmontar a ideia de um terceiro turno nacional será dado nas chamadas alianças e composições de chapas majoritárias. A formação de alianças e composições de chapa desprovidas de critérios políticos e ideológicos sólidos será a prática hegemônica. Essa prática, marcada por justificativas genéricas e argumentos multifacetados, reforça a percepção de que os interesses particulares dos candidatos e seus grupos de apoio, na maioria das vezes, se sobrepõem aos supostos projetos partidários. É uma realidade que, embora não surpreenda, questiona a coerência e a consistência dos partidos políticos no Brasil.

Candidatos com históricos e ideias discrepantes serão apresentados na mesma chapa, sustentados por argumentos como a necessidade de ampliar a base eleitoral ou a busca por uma maior competitividade nas eleições. Contudo, essa prática revela a pouca importância que os partidos e suas lideranças dão aos programas, reforçando a percepção de que “são todos iguais ou muito parecidos”.

É verdade que, em algumas regiões do país, as polarizações nacionais podem ter impacto nas eleições municipais, mas a realidade local sempre se impõe. Não será difícil encontrar Lulistas e bolsonaristas abraçados em muitos e importantes locais sob o argumento de que isto é da natureza pragmática e adaptável da política brasileira.

A perspectiva de aproveitar as eleições municipais de 2024 para melhorar o nível de consciência do povo sobre seus problemas e formas de resolvê-los, não é boa. Há um visível retrocesso nesta perspectiva, engessada pelo avanço da extrema direita que rejeita o debate de ideias a priori.

Para reverter esse quadro, os partidos políticos de base popular precisam reconhecer a importância de critérios políticos e ideológicos sólidos na formação de alianças. Isso não apenas fortalece a coesão interna destes partidos, mas também restitui a confiança do eleitorado, mostrando que as escolhas partidárias têm uma base mais sólida e consistente do que meros interesses eleitoreiros e particulares. No atual contexto é a crise político ideológica dos partidos que está alimentando a crise geral da democracia.

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