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Ser de Centro por Oportunismo Politico

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A elite detentora do poder no Brasil forjou o centrismo como um padrão de prudência, sensatez e astúcia, um traje ideal para o político íntegro. Esta orientação ideológica, incutida em inúmeras expressões e veículos de comunicação, sedimentou-se como verdade incontestável. Tanto assim que, até mesmo a vertente ultraconservadora do espectro político brasileiro, personificada pelo bolsonarismo, almeja arduamente se desvencilhar de sua retórica autêntica (advogando pela ditadura, menosprezando os direitos humanos, clamando pela ruptura da ordem, aludindo à intervenção militar e até mesmo aos enigmas extraterrestres) em favor de um discurso moderado (jogando dentro das linhas, defendendo a competitividade, preconizando a liberdade de expressão, entre outros).

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Claro que isto é também um grande recuo em função da derrota eleitoral em 2022, e do julgamento no STF da ridícula (e altamente perigosa) tentativa de golpe de estado.

Este movimento da direita (que já não quer ser chamada de ultra), vai aumentar os impasses políticos no Brasil, pois a antiga esquerda, representada pelo PT, já trilhou tal senda, foi tanto para o centro, recuou tanto de suas propostas originárias, que quase transpôs o limiar oposto.

A beleza de ser um político de centro aos olhas da mídia (não só a grande mídia, mas a pequena também,) é tão atraente que até a nova esquerda, representada mais pelo PSOL, embora ainda mantenha suas ideias originárias, corteja diariamente a possibilidade de abraçar uma postura denominada “centro-esquerda”, um prenúncio que sinaliza a proximidade com o centro político.

Mas a realidade se impõe e se mostra indomável. O descontentamento global com um sistema político preponderante, centrado na democracia liberal representativa, dominada pelo poder econômico, torna-se cada vez mais manifesto. Chegamos a um ponto em que alguns pensadores vêm delineando a existência de um “ódio à democracia” em gestação pelo mundo. E onde reside a explicação para tal cenário? Não reside, de fato, na própria política, mas sim na realidade socioeconômica.

 

Nenhuma instituição ou discurso consegue ocultar a marcante concentração de riqueza e poder nas mãos de uma minoria. Tornou-se ineficaz tentar persuadir as massas de que tudo transcorre bem, de que a abordagem liberal que convoca o povo a votar periodicamente para escolher quem administrará seu sofrimento é a solução para qualquer desafio, quando, na verdade, observamos um acentuado e descontrolado aumento na disparidade social.

A esmagadora maioria enfrenta diariamente a humilhação em nuances sutis, em discursos singelos, em atitudes ínfimas daqueles que exploram e abusam do poder e da riqueza amealhada neste mundo.

Enquanto esta realidade perdurar, o centro político poderá ter lá seu charme, mas é apenas um posto de passagem entre uma crise e outra. Somente isso.

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