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O verdadeiro “Master Chef”

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Por: Neves Couras

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Recebi de um amigo e irmão uma mensagem que dizia: Master Chef mesmo é quem faz um jantar, para 12 convidados, só com pão e vinho, e o jantar é lembrado por mais de dois mil anos”. Não sei explicar a quantas reflexões essas palavras me levaram.

Está chegando o dia de prepararmos nossa ceia e convidarmos todos aqueles que amamos, pois desse jantar vivido há dois mil anos (apesar da última ceia ser lembrada nas celebrações da Páscoa e não do Natal), ficaram alguns dos ensinamentos que tentamos todos os anos reproduzir. O Cristo veio a este Planeta para nos ensinar a união, o respeito, o amor ao próximo e utilizando as palavras dele “Amai-vos como eu vos amei”.

Contudo, não posso deixar de pensar em quantas famílias neste momento que nos preparamos para a nossa grande ceia não têm nem mesmo a mesa, nem amigos, nem família para sentarem-se e terem o que comemorar. Por outro lado, não podemos esquecer que cada um de nós tem uma missão a cumprir, independente do credo religioso, de suas experiencias religiosas que devemos respeitar incondicionalmente, e neste momento em que os ensinamentos do Cristo poderão reverberar ou não em cada um de nós. Ninguém passa por alguma situação, se não precisar passar por ela. Esta é a pedagogia do Cristo.

No entanto, como não somos juízes de ninguém, nesta matéria de vidas passadas ou atual, o que nos cabe é exatamente fazer com que os que não tem como fazer sua reunião da família, assim como Jesus pôde reunir-se com os que mais amava, que possamos, de alguma forma, contribuir para que um irmão que seja, possa ter sua Grande Ceia. É nesta ação que poderemos contribuir com a demonstração de respeito e caridade para com outro irmão.

Podemos ainda contribuir não só com o alimento para o corpo, mas principalmente, com alimento para alma. Mas como poderemos fazer isso? Não estou falando de presentes, mas de presença, de carinho de uma palavra, de um grande abraço… muitos não têm quem abraçar, de quem receber um aperto de mão ou quem sabe, se doar como um verdadeiro irmão.

Se você se sente só, visite um hospital, faça uma oração por alguém que já partiu, que a imagem ou o nome vem à sua mente, não importa se ele foi bom ou mau para você, talvez onde ele esteja, não tenha ninguém que se lembre dele. Aproveite a oportunidade e envie, através do pensamento, um abraço, não precisa ser um “eu te amo”, mas pode ser um “eu te perdoo, me perdoe também…”

Se você não está preparado para ver alguém doente, ou não se sinta bem visitando alguém que você não conhece, vá à Capela desse lugar e ore ao seu modo, pelos que ali estão doentes, aos que já partiram e continuam por perto sem compreender que deixaram o corpo físico, mas que não entendem o que aconteceu.

Jesus, quando passou por aqui ensinando aos pobres e desvalidos, aos doentes, aos perseguidos, era exatamente falando da humildade, mostrando que a felicidade não é desse mundo, e que a cada um seria dado de acordo com suas ações. A Grande Ceia foi realmente tão grande e tão importante que os que dela participaram, tomaram rumos diferentes. Um deles inclusive denunciou o “Master Chef” por apenas 30 moedas. Outros, aproveitaram cada momento daquele jantar, para ouvir as lições que deveriam ser levadas aos homens de todos os cantos do mundo. Teve, ainda, o que negou que o conhecesse. Mas este, foi também o que muito se dedicou a divulgar as lições do “Chef”.

As lições são tão valiosas e às vezes tão difíceis de serem compreendidas que Ele enviou outros para dar a aula trazendo mais detalhes e mais explicações. Pois Ele falou quando perguntado “porque fala através de parábolas?” – Porque nem todos tem a capacidade e nem poderiam compreender a sua mensagem. E hoje, o que compreendemos de sua mensagem? O que levamos para nosso cotidiano desse aprendizado?

Não sei precisar, nem cabe a mim julgar. Só posso dizer que ainda temos muito a aprender. Que como naquela mesa existia um traidor, encontramos traidores em todos lugares. Agem diferente daquele que traiu Jesus, mas a atitude é a mesma. Não sei se por inveja, por falta de amor ou por ignorância. Mas quantos traidores ainda estão entre nós?

Dos que aprenderam a lição e saíram a pregar, nenhum ensinou que para honrar os ensinamentos e abraçar aquele que veio com a única missão de ensinar a amar, que se fazia necessário uma grande mesa, uma grande quantidade de sofisticada comida. Bastaria que nesta mesa estivessem reunidos os seus irmãos, e que não importa a cor, a condição social, a religião que pratica, mas que se respeitem.

Quanto às famílias que estão passando por problemas de relacionamento, pela falta de compreensão, que sofrem pela falta de entes queridos que partiram e gostaríamos que estivessem conosco. Eles estão. Estarão em nossos corações e em nossas mentes. Nos abracemos, formando uma grande mesa, onde o que será servido não serão apenas pratos sofisticados, mas agradecimento ao “Master Chef”, agradecimentos pelo presente, pela vida, pelo lar, pelos filhos, pelo amor que Ele nos ensinou, e quem sabe a promessa de que no próximo ano a mesa contará com mais amor, perdão e compreensão.

E, ainda, a promessa de que estando juntos ou em lados diferentes da vida, estamos nos abraçando e dizendo: Obrigada Senhor!

 

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