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Como viver a caridade e a humildade

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Após uma semana que pude vivenciar várias emoções que me levaram a tristeza e ao mesmo tempo a alegrias, lembranças que trouxeram grandes emoções e imensas oportunidades de aprendizado. Não terei espaço para falar tudo que vivenciei, mas posso garantir que em meio tantas preocupações, visitar alguns lugares e pessoas que amamos, nos faz refletir sobre muita coisa em nossa vida.

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Aprendi com grandes Mestres da Espiritualidade e da Filosofia que compreender e aceitar que nada somos e nada sabemos, nos facilita não só o aprendizado, mas nos faz ver que cada momento ou situação, pode nos ensinar grandes coisas para nossa vida. Como assídua estudiosa do Evangelho, questões como caridade e humildade são rotineiramente vistas por nós. No entanto, a cada vez que alguma situação tangencia essas questões, somos levados a rever e repensar o que podemos ainda aprender e compreender das palavras de Jesus: quem tiver olhos de ver, que vejam.

Assim, podemos refletir como certas atitudes que se olhadas superficialmente, nada têm a ver com esses sentimentos. Mas vamos rever, o que é mesmo caridade? O Evangelho Segundo o Espiritismo, nos traz vários conceitos, por exemplo, a questão da esmola, que é muito difundida; fazer o bem sem que outros saibam e tantos outras formas. Como falei anteriormente, a caridade, passa sempre por fazer o bem a alguém.

Presenciei uma situação que pode ser caracterizada como uma das maiores caridades, mas que para que possa acontecer, se faz necessário que o outro que precisa receber a caridade, precise se deixar ser ajudado. Aí nos deparamos com outra questão, a caridade atrelada a humildade. Parece confuso? Vejamos como os ensinamentos de Jesus são perfeitos, e exigem de nós uma infinidade de sentimentos que não estão jamais desatrelados uns dos outros.

Imagine uma pessoa que sempre se dedicou a cuidar a amparar sua família, e por esse excesso de cuidados, sofre com mais intensidade todas as consequências das situações de doença e de perdas que a afetam imensamente. Em função de sua vontade de ajudar e de se fazer presente, essa pessoa vai se tornando uma super protetora de todos, e para que pudesse suportar todas essas situações, ela foi criando uma “couraça” que a impede de receber qualquer oferta para compartilhamento de suas dores e tarefas com outras pessoas.

Estava lendo um pouco para escrever este texto, quando inesperadamente, surge em minhas mãos dois livros do grande filósofo Cícero que viveu no século I a.C., nos quais ele aborda as dimensões do “DEVER”. Para abordar sobre o tema, o autor pergunta: “Há dever mais importante do que outro? E, se há, de que tipo é ele?”. O leitor poderá estar se perguntando o que dever tem a ver com caridade e humildade?

Em inúmeras situações assumimos deveres que, em nossa forma de ver e sentir, são nossos, fazem parte de nossa missão, assim como uma mãe assume a missão de criar seu filho. Sobre o dever, Cícero nos adverte: “mirem a finalidade das coisas boas, nem por isso ficam a salvo de certa obscuridade, quando passam a disciplinar a vida de cada um”. Entendo, que nenhum dever, possa ser superior ao limite que cada um de nós pode suportar.

Muitas vezes, por falta de alguém com quem possamos dividir esse dever assumido, nos tornamos meio escravos dele. Por outro lado, a couraça que criamos para nos proteger e, em alguns momentos, para nos dar o apoio para que suportemos cumprir com o dever, não nos permite ouvir alguém, que por estar fora desse contexto, possa observar a situação daquele que se colocou, ou foi colocado pela vida, neste papel. Aquele que se aproxima, muitas vezes o faz como uma forma de caridade para que, assim como um vento forte consegue derrubar uma árvore, esse ser externo, se esforça para atingir essa couraça, com o intuído de, ou quebra-la ou deixa-la mais vulnerável, para que por senso de caridade, essa pessoa possa permitir receber a caridade e abrir mão do dever que não é só seu.

O Evangelho fala da humildade, mas quem criou uma couraça para se mostrar forte e invencível, não conhece a humildade no sentido de se permitir que possa partilhar seu dever com outros. Assim, sem a humildade de uma parte não é possível que haja a caridade de outra.

Para que possamos ser agraciados com a caridade, se faz necessário um punhado de humildade. Mas, em um meio tão ríspido, árido, insensível, e sem humildade, se torna difícil que exista abertura para que se espalhe a caridade. Precisamos aprender que é também caridade deixar que o outro possa compartilhar de um dever.

Somos humanos, cheios de fragilidades e de sentimentos, que não tiveram a oportunidade de serem plantados em solo fértil onde vivenciar a caridade não seja visto como esmola, e possa ser praticada sem parecer sinal de fraqueza.

Os humildes serão os mais fortalecidos, porque têm a capacidade de deixar que o botão da flor da caridade desabroche e possa espalhar seu perfume levado pelo vento, pois nada possuímos se não deixarmos ir o que não nos serve mais, ou que temos a capacidade de multiplicar o bem através da divisão daquilo que temos.

Sejamos humildes para dividirmos nossos deveres, pois dividir, também é caridade.

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