Resolvi te escrever esta carta, não é uma carta de amor, mas uma proposta para te amar. Assim como grande parte da população do mundo está cheia de imagens e notícias que provocam indignação e horror, pavor ou mesmo revolta, acordei com uma enorme vontade de escrever para te falar do amor que outrora sonhamos, mas que por razões que ainda desconheço, não pudemos concretizar.
O Mestre Jesus ao falar aos seus discípulos, falava só de amor, de como deveríamos amar nossos irmãos, respeitar os direitos uns dos outros, falou ainda do perdão, da força da fé, da possibilidade de um dia todos nós nos encontrarmos em seu Reino e, ainda disse “na casa do Meu Pai há muitas moradas”. Falou ainda da paz. Com Ele aprendi que assim como em Economia, tudo parte do micro para o macro.
Assim posto, em vários momentos de nossa existência, cada ensinamento d´Ele vem à tona, para que possamos refletir sobre Ele. Como na escola, em cada ano aprendemos as matérias necessárias ao nosso aprendizado, e quando passamos de uma série para outra os temas vão se aprofundando.
Neste período nosso curso está se aprofundando na matéria, Paz. A paz do mundo é macro. Ou seja, é um sistema maior. Para chegarmos entender o macro, precisamos aprender muito sobre o micro. Mas como se aprende a matéria Paz, falando de forma micro – menor? Vamos lá: tentarei exercer a função de professora, aproveitando que esta semana foi comemorado o dia desses homens e mulheres que dedicam suas vidas a nos ensinar. Não só as disciplinas de um currículo escolar, mas nos ensinam a sermos pessoas melhores, da mesma forma que o Mestre Jesus deixou a base curricular para a vida.
Para iniciarmos a disciplina Paz, que tanto precisamos conhecer, uma vez que estamos vivendo neste momento a necessidade de compreender o que essa disciplina tem para contribuir com a nossa vida, comecemos então a pensar como anda a paz em nossos corações. Podemos iniciar observando como estamos convivendo em nossa família, em primeiro lugar, nossas relações com nossos pais, irmãos – a família de verdade. Em segundo lugar, vem a nossa convivência com os parentes. Parentes, são aqueles que derivaram de nossa família. Nossos tios, primos e primas, e seguindo, vem os amigos os colegas de trabalho os companheiros da vida em qualquer posição.
Lembro que precisamos fazer esta análise, porque alguns de nós tem uma excelente dialética e uma péssima prática. Somos excelentes quando nos comunicamos com os outros, mas nesta comunicação, muitas vezes, desrespeitamos os direitos individuais e os coletivos. Ferimos muitos para agradarmos, apenas um. Vivendo uma vida de superficialidade, esquecemos dos valores verdadeiros.
Esquecemos que lidamos com seres que tem coração, alegrias, tristezas, dificuldades. Vivemos em um tempo que o que vale é posar nas redes sociais mostrando uma vida de felicidade, ou melhor, uma falsa felicidade e, muitas vezes, com esta falsa felicidade provocamos no outro, a tristeza por estar vivendo momentos tão difíceis e nem sermos lembrados por aqueles que dizem ser nossos amigos, mas não lembram de nós. Porque o importante sou eu não o outro. É importante que sejamos admiráveis a nós mesmos, e esqueçamos do narcisista que habita em quem sempre busca a aprovação no outro.
O outro, pode ser nosso irmão de sangue, ou um amigo que esteja precisando muito daquele sorriso que foi postado nas redes sociais, da demonstração de que a minha felicidade é importante, mas eu também lembro de você que não está feliz, e que assim, como a antiga forma de se comunicar por uma simples carta, precisamos tornar moda, a antiga forma da amizade, do respeito ao outro, a preocupação com o outro, muitas vezes, o mais próximo de mim. A paz em nós, nos faz amar, ser gentis, generosos, irmãos sem termos o mesmo sangue.
Precisamos refletir na matéria paz, como estou tratando meu irmão ou irmã, primo, prima que tem uma família diferente da minha. Sabia que existem famílias diferentes? A minha é formada por um pai, mãe e irmãos. Outras, podem ser formadas por dois pais, duas mães e seus filhos. Existem ainda, uma quantidade enorme de irmãos e irmãs, que tem a cor da pele diferente da minha, que também são famílias e pessoas dignas e merecedoras de amor e de gentilezas.
São dignas também pessoas que escolhem ter uma outra religião diferente da minha e mesmo assim, elas merecem meu respeito, da mesma forma que mereço ser respeitada.
Todos nós merecemos respeito, amor e vida em abundância. Usando novamente as palavras do Evangelho de Jesus. Ou outros livros sagrados escritos antes de Cristo, também vieram ensinar o amor e a tolerância, o respeito e a paz.
Resolvi chamar esse artigo de Carta, pois elas já tiveram sua importância. Já houve um tempo das lindas cartas de amor, cartas que transmitiam esperança, amizade e respeito.
Existiu cartas que traziam em seu conteúdo, notícias tristes, de morte de fins de relacionamentos, mas existiam cartas que eram assinadas com um grande beijo dado, com uma boca adornada com um belo batom. Outras, ainda, bastante perfumadas. Tudo valia para se demonstrar carinho e afeto.
Mas esta carta, que agora você lê, eu gostaria que ela trouxesse apenas notícias boas. Que ela pudesse transmitir uma linda história de amor. Quero dizer as palavras que não tive oportunidade de dizer, porque você partiu para a guerra. Não a guerra entre nações, mas a guerra que você travou com você mesmo.
Aproveito o ensejo dessa carta para falar que te amo. Amo com todas as forças do meu coração e quero viver com você estes momentos encantadores de nossas vidas. Os momentos da paz em cada um de nós. E, como vivemos um mundo que vibra de acordo com nossos sentimentos, quero que vivamos uma verdadeira e duradoura história de amor.
Amor pela paz em nós e no mundo. Dizer ainda que qualquer hora nos encontraremos para que eu possa te envolver com meus braços carregados de respeito e amor por você. Dizer que te amo apesar de todas nossas diferenças.
Gostaria neste momento, de ter a capacidade dos grandes poetas, dos grandes escritores, mas não desenvolvi essa capacidade da erudição. Meus mestres sempre me ensinaram que eu deveria escrever com a voz do coração. É o meu jeito simples, e aprendi a me comunicar com simples palavras. Mas não se engane. Elas são carregadas de amor. O amor que eu gostaria que neste momento, o coração de cada habitante da Terra pudesse sentir.
Que cada um ser Humano pudesse receber uma linda carta de amor e que ela viesse selada com um beijo envolvido com todas as energias que só um grande amor pode despertar.
Somos diferentes para que testemos nossa tolerância e o nosso amor. Amor por você que é parte da Humanidade. A mesma a qual eu pertenço.
Espero que você tenha para quem escrever uma carta de amor.
Vibremos esse amor!