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João Pessoa

6.0 Cheguei!

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Ufa, finalmente chego aos 60 anos. Mas por que tanto terror, ser idosa, velhice chegou, terceira idade? Lembro quando fiz 40 me disseram que entrei nos “enta”, seria o início do fim? daí me assustava então com os 50, já percebi algumas alterações chegando, mas, continuei para os 60 e hoje me olhei no espelho, me olhei em volta e não me enxergo assim. finalmente eu mudei? que alterações foram?

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Primeiramente, é com imensa gratidão chegar até aqui com a oportunidade de vivenciar muitas experiências. Ao observar o meu corpo, percebo as transformações que ocorreram ao longo do tempo, como as rugas, marcas que cada uma delas traz consigo sua própria história. As cicatrizes, sejam elas positivas ou negativas, foram fundamentais para meu crescimento, o qual me orgulho e fica registrado no livro da minha vida. Foram muitos equívocos, magoei algumas pessoas e aproveito para me redimir, ah mais quantas alegrias, quantos sorrisos, quanta coisa boa também construí apesar de todos os percalços, lágrimas, desânimo, as vitórias, os sorrisos e muitas realizações tenho pra contar, lembrar com satisfação.

Trago alguns quilos extras, o que me deixa ciente de que não vivi subjugada pelos padrões impostos pela ditadura da beleza.

As limitações físicas que começam a aparecer não permito que sejam soberanas aos meus sonhos., a minha vontade de viver, autorizo apenas a adaptação. Troquei saltos altos por uma leve e confortável rasteirinha, atendendo sim, aos apelos dos joelhos que apresentam o desgaste do tempo. Meus cabelos? não pinto mais e anseio sim, a chegada dos fios brancos que ainda mais deixo o natural, sem precisar viver a tirania da melhor apresentação. Meus olhos perderam um pouco a nitidez, mas sinto que tenho uma maior amplitude para um olhar mais aguçado.

Quantas coisas boas consegui construir e não vejo nenhuma das coisas desastrosas que imaginei chegar aos 60 anos. Não estou exausta da vida, também não sinto o espírito de ter 20 anos. A sensação é bem melhor, estou na maturidade, no balanço da sabedoria, com muitos sonhos, esperança e coragem para continuar vivendo e fazendo planos para o futuro.

Quem me conhece sabe que sempre fui avessa a celebrar com festa o meu aniversário. Foi necessário viver seis décadas para descobrir a razão, e hoje eu sei que o que me desencanta é o ato de apagar as velas nos parabéns. Eu não quero apagar velas, pois a minha história e o meu tempo não são para serem apagados. Eu quero, sim, “ascender as velas” e continuar com a minha caminhada.

Encerro com a frase de Cora Coralina. “Tenho mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça”.

Que venha o centenário!

 

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2 COMENTÁRIOS

  1. Hoje o sítio de Joao Vicente Machado tem uma estreia, para alguns surpreendente mas gratificante para todos que fazem o sítio e para as família Wanderley e Machado.
    Maria Gorette Wanderley que para minha sorte é a minha companheira de caminhada, de vida e de ideias e é também a dedicada editora estreou como escritora e nos traz algumas lições de vida num artigo muito bom.
    Para ela os nossos votos de paz, saúde, felicidade e muita sabedoria.
    Te amo minha vida!

  2. Que pessoa incrível. Texto tão real e lindo. Adorei a narrativa, a forma de contar aos leitores uma verdade que só poucos conseguem descrever com facilidade e leveza na leitura.
    Parabéns pelo conteúdo e obrigada por compartilhar a explicação.

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