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O abandono humano

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Parece estranho conversarmos sobre esse tema. Confesso que foi uma sugestão de uma amiga que, em desdobramento, estava participando de um curso ou de alguma atividade que envolvia esse título: o abandono humano. Nesta atividade, o Orientador Espiritual falava que este tema teria que ser visto no futuro. No entanto, ela me repassou a informação e me pediu para que eu tentasse falar a respeito.

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Aqui estou, amiga, à disposição da Espiritualidade para tentar falar de um tema que pode parecer estranho, mas tem sido a nossa realidade todos os dias. Podemos sentir que estamos sendo abandonados à medida que em qualquer momento de nossos dias, por razões diversas, somos desrespeitados, deixados de lado, desconsiderados, ou mesmo sendo invisíveis aos olhos de alguns.

Nos textos sagrados encontramos sempre a orientação divina que somos centelhas do criador. Quando Kardec perguntou aos benfeitores espirituais onde estava Deus, eles responderam: “Em nossa consciência”. Uma resposta tão simples! “Em nossa consciência!

 Aprendemos com a Espiritualidade Amiga que somos uma só energia que nos forma e por ela nos integramos. A diferença é que essa energia pode ser mais densa, como é o caso de nosso corpo físico ou menos densa, como nosso corpo espiritual ou períspirito. Considerando essa informação como verdadeira, deveríamos respeitar e ser respeitados como parte da divindade.

Mas que parte da humanidade não tem a centelha divina e quem retirou essa condição da Criação humana?

Quando começamos a analisar um ser humano, que nasceu de uma mãe que o amou e lhe deu o melhor que ela tinha e sabia, para tornar seu/sua filho(a) um homem ou mulher de bem, e, este, por razões que desconhecemos, se torna a pior de todas as criaturas, que por suas ações, se torna conhecido. Nos perguntamos a gênese de tamanha falta de sentimentos, de humanidade. Ficamos a indagar como se tornou essa criatura tão sem amor ao próximo nem a si mesmo. Sim, sem amor nem a si mesmo. O amor é uma centelha de luz que inunda o mundo de dentro para fora. Sem se amar, ninguém tem a capacidade de amar ou se importar com o outro. E a falta de amor e respeito ao próximo é o maior sinal que temos da falta de amor a si mesmo.

No Livro dos Médiuns, um dos livros na formação espírita, traz-se a classificação dos espíritos que são classificados como “Imperfeitos”, “Experimentadores”, “Cristãos ou Verdadeiros Espíritas”. Essa classificação nos serve para que possamos identificar aqueles que estão livres da matéria e, por isso, se consideram, de certa forma, livres para fazerem suas arbitrariedades, ou bondades.

No entanto, quando paramos para pensar nas arbitrariedades, preconceitos, desrespeitos… inclusive quando esse homem ainda está na sua condição de espirito encarnado, nos reportamos ao tempo dos filmes de bangue-bangue, ou a “Terra Sem Lei”, um mundo de todos contra todos. O verdadeiro ser humano tem, ou deveria ter, em sua essência, a noção que fazemos parte de um todo no universo. O homem ainda busca na guerra uma forma de mostrar que estamos em lados opostos, aliás, que existem lados opostos enquanto somos todos irmãos. Somos humanos lutando contra outros da mesma espécie. O que se pretende provar quando partimos para dilacerarmos nossas famílias, nossas comunidades, nossas nações?

O que existe por trás desses homens, que parecem com homens, mas agem como se pertencessem a outra espécie, e pior, tratam seus irmãos como se esses não fossem feitos da mesma matéria?

A arqueologia fala que há mais de 30 mil anos os homens compartilhavam suas experiencias e seus aprendizados, assim como guerreavam por terras, por bens materiais, por riquezas, onde deuses comandavam o próprio aniquilamento de seus semelhantes. Contudo, os tempos são outros. Estamos há mais de 2 mil anos na era cristã, em que, no ocidente, consideramos que veio o ser mais iluminado que já pisou em nosso planeta, para nos ensinar o porque da necessidade de amar e de nos perdoar. Essas duas orientações, além da parte espiritual que tanto é falado por várias religiões, tem ainda um ouro sentido. A preservação de nossa espécie.

Até quando o homem permanecerá na busca do poder, do orgulho, da prepotência, da necessidade de mostrar que é melhor que o outro, que sente prazer em ferir, em estuprar, escravizar e destruir o outro por esse ter alguma coisa que ele não aceita?

O homem ainda se encontra numa faixa vibratória de poder e de desconhecimento da realidade, que se todos conhecessem a história de Jésus Gonçalves, (é assim mesmo que é escrito: Jésus, com acento, pois ele não se julgava digno de ter seu nome grafado da mesma forma do filho de Deus), um hanseniano que viveu no Brasil e que, em função da hanseníase, perdeu todos os membros superiores e inferiores.

Tonou-se espírita, um grande palestrante, e até seus últimos dias de vida dedicou-se a pregar os ensinamentos de Jesus.

Diante de sua condição, para realizar a sua missão como palestrante, ele era carregado, como hoje, são carregados os bebês em um “bebê-conforto”, e colocado em cima de uma mesa para fazer seu trabalho.

O exemplo que trago desse grande homem, é só para lembrar a cada um de nós que nada somos se ignorarmos, destratarmos ou humilharmos nossos semelhantes. Pois Deus nos fez capazes de sermos autônomos, capazes de realizarmos nossas próprias necessidades, mas poderá acontecer pelo caminho um acidente de percurso, que nos fará pedir ajuda para as mais simples tarefas de nossas vidas. Seja pela doença, pela senilidade ou, quem sabe, por uma doença.

Precisamos lembrar que o Planeta de Prova e Expiações, que é a Terra, só se tornará um Planeta de regeneração quando o homem repensar seu papel de ser humano, de patrão, de governante, de pai, de mãe, de esposo, esposa, de filho.

Precisamos voltar para a escola da humildade, da generosidade e da pureza.

No Livro Sagrado, em Atos, (19;11) é dito: “E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias”. Cada um de nós pode fazer maravilhas, mas assim como as mãos de Paulo, elas precisaram se tornar limpas. Mas quanto custou a Paulo transformar as suas, que outrora matara e mandara matar os cristãos? Até quando o homem vai esperar para começar a lavar suas mãos para também fazer maravilhas na Terra?

Quando será que poderemos dedicar um pouquinho de nosso tempo para ouvir nosso irmão, que está ardendo por dentro de problemas, mas, para que eu não me envolva, é melhor que eu nem procure saber como ele se encontra? Será que é essa a facilidade que queremos para nossas vidas? Será que atitude como essas, nos transformarão em Humanos melhores? Ou, com minha atitude de não querer me envolver, não poder segurar na mão do outro, não poder parar para lhe emprestar meu ouvido, eu estou contribuindo para abandonar o que é de mais sagrado deixado pela Divindade Superior, O HUMANO?

Pensemos um pouco nisso. Estamos precisando mais de mãos que se tocam, olhos que se olham, braços que se abraçam, corações que se encontram num grande amor fraternal.

A humanidade está se tornando isolada, rodeada pelos amigos das redes sociais, publicando a vida maravilhosa, os passeios encantadores, as festas deslumbrantes, mas e os que precisam de pão para alma e para o corpo, onde estão? Quando será que terei tempo de deixar meu celular para sentir o calor de um abraço, uma lágrima que corre no olho daquele que, ao me sentir, chora de alegria; quando será que poderei sair à natureza e sentir o cheiro da terra molhada, o mato que cresce, sentir o cheiro das páginas de um livro novo em minhas mãos; sentir o perfume de uma rosa que darei a alguém que amo?

Ah, homem, volta! Volta para apreciar a vida real, a vida com cores reais, com cheiro, com calor e frio, volta!

 

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