Fiquei curioso com algumas coincidências.
a) Os viciados em drogas são considerados vítimas, mas sem eles o tráfico não sobrevive. Isto mesmo acontece com os eleitores que vendem ou comercializam o voto, em relação à corrupção eleitoral;
b) Por mais que as leis endureçam e prendam traficantes, o tráfico sempre encontra um meio de sobreviver e atacar novamente. Isto mesmo acontece em relação aos corruptos e à corrupção eleitoral;
c) De vez em quando há juízes e promotores que ficam famosos por combaterem o tráfico e os traficantes, depois caem no esquecimento. Assim também acontece em relação à corrupção e aos corruptos.
d) Enquanto a sociedade comemora a descoberta e prisão de traficantes famosos, outros traficantes estudam o caso e se preparam para melhorar as técnicas de traficar. Assim também acontece com a corrupção eleitoral.
e) Alguns argumentam que o tráfico só vai acabar quando houver a legalização das drogas e a liberdade plena para adquiri-las no mercado. Também em relação a corrupção há quem defenda a legalização do caixa dois e o livre financiamento de campanhas eleitorais.
Não quero disseminar o pessimismo, mas talvez seja bom refletirmos sobre outros meios para combater o tráfico de drogas e à corrupção. Algo mais que o direito penal. Pois em uma sociedade onde tudo pode ser mercadoria, vender drogas, votos, sentenças, pareceres, capas de revistas, espaços na TV, etc. é algo muito atraente para quem ver no dinheiro e no poder o caminho para à felicidade.
