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Esperança ou Preguiça? – Considerando o ponto de vista filosófico

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Dentre os mitos da mitologia grega, existe um que certamente muitos já ouviram falar, mas poucos sabem seu verdadeiro significado. A história envolve o titã Prometeu, seu irmão Epimeteu e o deus Zeus. Tudo tem inicio quando o homem domina o fogo, que havia sido roubado através de Prometeu. Os deuses por medo da força dos homens, que agora dominavam o fogo, lhes enviam através de uma mulher chamada Pandora um presente muito ruim. Uma caixa. E foi ordenado que os homens jamais abrissem aquela caixa, contudo, os desses sabiam que a caixa seria aberta na casa de Prometeu. Aquela caixa continha todos os males da Terra, tais como a miséria, pobreza, contenda, morte, todos os tipos de vícios, e ainda, a inveja. Mas no fundo da caixa foi enviada uma outra coisa: a esperança.

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Como em todos os tempos, se você quiser que algo chame a atenção dos demais, é só dizer que guarda um segredo. Isso faz aguçar a curiosidade de qualquer mortal, não é?

Daí, como a caixa de fato foi aberta, saíram dali todos os males do mundo. Mas os deuses também haviam enviado um consolo aos homens, a esperança. Para alguns, a esperança pode ser uma coisa boa, mas para Nietzsche, o filósofo alemão, ela não tem todo esse valor, porque assim como a ilusão, você pode achar que apesar de todo sofrimento e dor, tudo vai dar certo, mas ao final, o que se esperava não se concretizava.

Para alguns filósofos, a esperança é apenas uma maneira que alguns encontram para que continuem, atrelados a essa força, indo em frente. Para outros, sem a esperança nada conseguiriam. Funciona como a força motriz para se alcançar o que deseja.

Não consigo imaginar o homem sem esperança. Como poderíamos continuar lutando, estudando, trabalhando na esperança de dias melhores? A que eu me agarraria se não houvesse a esperança?

Dei a este texto o nome de “Esperança ou Preguiça”. Utilizei esse título considerando que a esperança é uma grande virtude. A esperança é quela virtude, última que nos resta, quando tudo já se foi.

Quando perdemos a esperança, perdemos a força e a fé, ou seja, uma razão para continuar lutando. Acreditando que estou vivendo momentos difíceis, reside dentro de mim, uma força que diz: “continua, vai em frente”. É como um corredor que demasiadamente cansado, vendo a linha de chegada, tão próxima, a esperança em vencer o dá força para lá chegar.

Mas só acredito na esperança, que como bem define Mário Sérgio Cortela, como verbo esperançar. Você pode até a estas alturas me perguntar: “Como é isso?” A esperança do verbo esperançar e não a esperança do verbo esperar. A esperança do verbo esperar, é quela que você tem a esperança de uma vida melhor, ter bons salários, casa maravilhosa com todo conforto, mas fica deitado em uma rede, esperando que suas vontades de ter caiam do céu. E nada funciona assim. Essa é a preguiça. É aquela pessoa que tudo espera: espera que as coisas se resolvam, que alguém me consiga um bom emprego, sem, no entanto, eu procurar me qualificar para me tornar apto a ter um emprego, ser um bom funcionário ou ser qualificado, para que eu possa conseguir realizar meus sonhos ou tudo que planejei para minha vida.

A esperança do verbo esperançar, ao contrário da anterior, corre atrás. Eu estudo, batalho, me esforço para ter um diferencial no meu currículo, traço metas para cumprir. Esse sim. Pode ter esperança em uma vida melhor. Pode ter a esperança concretizada ao final de todos os seus esforços.

Do ponto de vista Espiritual, a esperança é uma virtude cristã na qual o cristão, através da confiança em Deus, espera receber Sua misericórdia. Não posso deixar de citar Joanna de Ângelis, em Momento de Esperança:

A vida, sem esperança, descolore-se, perdendo as suas elevadas motivações, porquanto ela dá-lhe forças para enfrentar os desafios e vencer as vicissitudes que surgem a cada passo. (pag. 09)

Como sabemos, o pensamento filosófico, não considera em sua grande maioria, que a vida continua. Acredito que se não tivermos a fé que nos liga a uma divindade, a um ser maior, nos tornamos vazios e, assim, me vem o pensamento: como seria uma pessoa que, sem fé, quer ter esperança?

 

Se eu só acreditasse no tempo presente, sem saber por que estou aqui, qual a minha missão nesta vida, ou mesmo, diante de uma doença, quantos relatos não ouvimos, “nunca perdi a esperança”. Ela funciona para nós coma âncora, ou como um farol que nos guia.

Seja acreditando que foi porque o homem abriu a Caixa de Pandora, ou que o nosso sofrimento inicia quando Eva convence Adão e comer do fruto proibido, não existe muita lógica para nossa existência. Será que todo o preparo e planejamento para chegarmos até aqui, surge de uma gestação e finaliza no túmulo?

É um pouco monótono, além de meio bizarro, acreditarmos que nascemos, fazemos de nossas vidas o que quisermos, que os homens sofrem simplesmente como se foi determinado – por quem? Que uns de nós sofreríamos, outros seriamos ricos, outros seriamos bandidos e outros vieram puros e santos do nada para o nada?

No Capítulo I do Evangelho Segundo o Espiritismo, no item Aliança da Ciência com a Religião, Kardec nos fala:

“A Ciência e a Religião as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do mundo material e a outra as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo Deus ou a mesma divindade , o mesmo princípio, que é Deus. Não podem contradizer-se. Se fossem a negação uma da outra, uma necessariamente estaria em erro e a outra com a verdade.

Sabemos que Deus não destruiria a sua obra. As diferenças que ainda o homem insiste em pregar, é por falta de humildade e excesso de orgulho.

Quando eu trabalhava nas atividades profissionais, eu presenciava a negação de muita proposta boa. Mas para o preguiçoso, e para quem não respeita nem a ciência nem a religião, é mais fácil negar a se dar o trabalho de procurar a verdade ou uma boa justificativa para se dizer um sim.

É muito interessante a semelhança do arquétipo da Caixa de Pandora com as explicações dadas pela religião, quando atribui a Eva a responsabilidade do homem ter perdido o paraíso. E como aconteceu com Prometeu, que também entrega a Pandora a Caixa Proibida criada por Zeus contendo todos os males da humanidade.

A Esperança e a fé caminham juntas, mesmo não estando na caixa de Pandora. O Homem ainda tem tempo para discernir e buscar o que é melhor para ele. E se a mulher percebe nestes dois fatos, ela foi envolvida pelos homens, como causa de nossos sofrimentos. São muitas as contradições históricas a respeito do papel da mulher; hora como deusa, ora como apenas pervertida por sua sexualidade.

“E, apesar do fato de, na maioria dos documentos históricos do Oriente Próximo, o titulo da Deusa ser a Rainha do Céu, alguns autores queriam reconhecê-la apenas como a eterna Mãe Terra.’ (PAG.22).
A divindade feminina, reverenciada como guerreira ou caçadora, combatente corajosa ou ágil artilheira, às vezes era descrita como possuidora dos “mais curiosos atributos masculinos”.

Como é bom o conhecimento, como precisamos dele, para não nos deixemos sermos levados apenas pelos que pregam as informações distorcidas ao longo de todo desenvolvimento da humanidade. Não deixe a preguiça tomar conta de você. Digo muito aqui em casa “A preguiça nunca deu IBOPE”. Me refiro a isso também, para quem tem preguiça de ler e de se informar, e procurar se desenvolver como ser humano.

Teríamos mais fatos para relatar, mas vamos deixar um pouquinho da curiosidade para ser resolvida em uma outra oportunidade.

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