Nos últimos anos os acontecimentos mundiais e seus reflexos locais indicam uma tendência destrutiva da humanidade. Guerra declarada ou em preparação entre vários países importantes, elevação astronômica da corrida armamentista no mundo, organizações sociais dedicadas a espalhar o ódio entre povos ou entre segmentos sociais específicos, desprezo pelos mais fracos e indiferença com o sofrimento alheio. Dificilmente isso termina sem um grande desfecho trágico.
Há mais gente trabalhando para a tragédia acontecer do que para contê-la. No centro de tudo está a grande (enorme mesmo) desconfiança nas instituições políticas e sociais e nas autoridades que delas fazem uso. Não falo apenas da ONU que virou uma caricatura de qualquer coisa, menos de um organismo internacional com a finalidade de assegurar a paz.
A ONU não assegura mais nada. Com raras exceções os poderes públicos ficaram inconfiáveis para a maioria a quem eles deveriam proteger e lhe informar a verdade. Os executivos, os parlamentos, os tribunais, os promotores e, enfim, todas as organizações públicas estão carentes de credibilidade. Só se sustentam pela força e pelo medo que desta força têm os subordinados.
A situação é tão ruim que se alguém declara confiar nos poderes públicos é tido por tolo ou ignorante. O que podemos esperar deste cenário? Os interesses em choque geraram conflitos de todas as espécies e já não há como enquadrá-los numa lógica racional para resolvê-los.
Os apelos para a razão parecem patéticos e fora de moda, até porque alguns irracionais costumam apelar para uma suposta razão que só os beneficiam. Resta a busca por algum método científico capaz de diagnosticar, entender e curar essa patologia social enraizada na ignorância, nas crendices e nas narrativas de manipulação que enchem o nosso dia a dia.
A esperança ainda é o estudo com base em métodos científicos apropriados, capaz de mostrar a realidade em sua permanente mutação, compreendê-la e indicar o melhor caminho a seguir por onde todos possam caminhar.
