Finalmente 2023. Nossa primeira reflexão para esse ano é que, por colocações que ouvi de tantos amigos, desconhecidos e principalmente da mídia, é que 2023 foi tão esperado como se o que o ano que passou só tenha nos deixado coisas ruins e tristes. Não posso falar dessa questão, sem abordar questões relacionadas a energia que estávamos envolvidos e de certa forma cultivando.
Acreditem, não pretendo falar de política partidária, pois eu mesma não suporto mais ouvir coisas relacionadas a esse tema. Mas sei também que nada acontece por acaso, e tudo em nossas vidas chega como certos “sinais” ou mesmo abordagens que precisamos ter a coragem de enfrentar, embora não queiramos ou não suportemos. Tantas coisas foram faladas e repetidas, que acabaram cansando nosso dia a dia e afetando nosso bem-estar em função da energia negativa, ou pesada, como queiram chamar, que certos temas nos provocam.
Como observadora que sou de certos comportamentos, fui procurada esta semana por alguns amigos, que gostariam de entender, do ponto de vista espiritual, o comportamento de um de seus familiares. O caso é que, o senhor em foco, se envolveu apaixonadamente pelas promessas e pelo modo de ser do governante que deixou o governo do País. Até aí, nada de anormal. Acontece que a ideia da necessidade de comprar armas, passou a ser um comportamento que vem preocupando toda família. O referido senhor, que antes tinha um comportamento voltado para a paz e contra a compra ou a utilização de armas, mudou totalmente, chegando a marcar a data que irá deixar de viver.
Se esse comportamento continuar considerando o ponto de vista espiritual, é bastante preocupante, pois o mesmo já apresenta sinais de depressão, que para nós espiritistas, em alguns casos, pode se tratar de uma obsessão, que em situação mais grave, pode o levá-lo a tirar a vida, considerando que o mesmo não aceita ajuda médica, nem tampouco acha que seu comportamento está equivocado.
Resolvi trazer este fato, para a reflexão de hoje, por entender que precisamos ser vigilantes com o que acontece conosco e com os que estão em nosso convívio social. A ideia de admirarmos alguém nada tem de preocupante desde que essa admiração possa a exercer, em nós, mudanças de temperamento, de postura e as consequências benéficas que essa admiração pode nos trazer.
Minha mãe tinha uma forma de dizer quando alguma coisa estava fora de controle que “tudo que é demais, é veneno” Sabemos que a mesma medicação pode ser remédio ou veneno, dependendo da dose a ser ministrada.
É preciso observarmos a quantidade de desesperados na vida humana, e, segundo nosso Benfeitor Espiritual Emmanuel, através de Chico Xavier, “Quantos criminosos choram de dor por lhes ser impossível a consumação de novos delitos? Quantos tristes escapam, voluntariamente, às bençãos da esperança?”
É comum a pergunta: a quem cabe a culpa de tanto sofrimento que carrego, porque eu sofro tanto, qual a razão de tudo dá errado em minha vida? Essas perguntas, vem no sentido de que é alguém o culpado de minha infelicidade.
Quem será o culpado? Respondo sem nenhuma sombra de dúvida, nós mesmos.
Alguns de nós aprendemos, seja com a religião, com a prática familiar, ou já trouxemos essa forma de pensar desde o nascer, que existe sempre um culpado que tem por objetivo destruir a sua vida. Estamos chamando atenção em alguns artigos, do aforismo grego “conhece a ti mesmo”, frase de Sócrates encontrada no pórtico de entrada do templo do deus Apolo, na cidade de Delfos, na Grécia.
Essa máxima, parece um chavão, mas é de suma importância conhecermos nossas dificuldades, nossos defeitos, assim como nossas possibilidades de enfrentar os desafios.
Para que possamos falar de paz e exigir um mundo melhor, se faz necessário que sejamos, antes de tudo, filhos dessa paz. E como filhos precisamos ser paz, optarmos por ela em qualquer circunstância. Viver a paz é ser verdade é pensar que seja qual for a circunstância, preciso imaginar estar na outra ponta. É ser o outro.
Falamos de paz e rogamos por ela, mas ela só existirá se cada um de nós, resolvermos ter atitudes que nos leve a ela. A paz interior é tão difícil de se obter porque só a possuiremos se soubermos praticá-la todo tempo o tempo todo. É preciso respeitar o outro, compreendermos que cada um de nós vive situações diferentes, vidas diferentes, e como disse o nosso benfeitor espiritual Emmanuel: exigimos que a tranquilidade resida no mesmo espaço onde mora o ódio gratuito aos vizinhos, rogamos por esperança quando só existe a inconformação, pela fé, mas só praticamos a ociosidade, quando precisamos preparar o campo espiritual em nosso íntimo.
Usamos da religião, para pedir o nosso bem estar, sem pensarmos se o que estamos pedindo, não interferirá no mal de nosso irmão. Pensamos em nós, mas nos esquecemos que o que pensamos, plasmamos em nosso campo mental e o mal que desejamos ao outro, voltará de uma forma ou de outra, a nós mesmos.
Para vivermos a paz que Cristo falou, precisamos do esforço no bem, precisamos de disciplina elevada de sentimentos elevados. Nos tornamos agressivos, passamos a odiar o outro, quando não conseguimos o que queremos. E, o que fazemos para merecer a paz, a serenidade, o amor do outro? O que fizemos às escondidas para prejudicar e arruinar a vida de nosso próximo, achando que Deus também não tem suas “câmeras”? E, que mais cedo ou mais tarde, nossas imagens serão levadas ao tribunal de nossa consciência, quando teremos de rever nossas atitudes, e, então, teremos que fazer o caminho de volta para reajustar as imagens, dessa vez, voltadas para o bem.
A descoberta de nossos erros, não deve nos levar a desesperança, deve nos levar à correção de tudo que fizemos. O ano está começando, talvez não tenha muito significado, mas pode ser uma data para nos voltarmos para Deus, e assim compreendermos que não são os bens materiais que são capazes de nos trazer uma vida de serenidade. Se ainda não encontramos a tão sonhada felicidade, mesmo praticando todas os rituais de superstição que nos ensinaram, é porque ela – a felicidade, a paz, não estão fora de nós. Estão em nós! Precisamos descobri-las arrancando de nosso coração, o rancor, o ódio. Precisamos compreender que cada um tem um tempo de aprendizado, e que cada um tem uma metodologia diferente para aprender. Saibamos ter paciência, não com os outros, mas com nós mesmos. Falamos tanto que a casa do outro é mais bonita, o filho do amigo é mais inteligente, o outro, o outro… sempre o outro. E nós? Vamos aproveitar o ano que se inicia, para tentarmos ser pessoas melhores. Garanto que atraímos o que está na mesma frequência que nós. Então, em que frequência eu estou vibrando? Existe um velho adágio popular que diz: “diga-me com quem anda que direi que és”. Na verdade, o correto é: Diga-me quem és, que direi com quem andas.
Com quem andamos nós? São nossas companhias encarnadas e desencarnadas, que podem fazer de nossa vida um paraíso ou um verdadeiro terror. A escolha é nossa. Unicamente nossa.
Feliz Ano Novo! Feliz recomeço!