Fernando Pessoa era um poeta primoroso que se permitia usar o concurso de heterônimos como Alberto Caeiro da Silva para simplificar seus versos como o fez nesse poema declamado pela versatilíssima Maria Betânia.
Para enquadrar num poema a figura de um Cristo menino e redivivo, ele elaborou mais um primor de poema e desenhou a figura divina do Mestre como uma criança simples e humana como tantas outras que habitam os campos e a periferia das cidades de todos os países da terra.
Para Pessoa e Caeiro, o Cristo criança que povoou a sua (dele) inspiração de poeta, era ainda mais próximo do povo, e não ressurgiu na riqueza e na opulência das celebrações majestosas dos natais dos dias de hoje. O Menino surgido da inspiração de ambos, é ainda mais popular, mais simples, mais solidário e mais povo do que o foi o Cristo original.
Certamente imaginaram não ser possível que a humanidade dispensasse ao Garoto, a mesma incompreensão e o mesmo tratamento cruel dispensado ao Cristo há mais de 2000 anos atrás.
Que o espírito do Natal abrande os corações humanos e que a cruel responsabilidade fiscal e o tal teto de gastos, nunca venha atropelar a responsabilidade social para com os humildes e desvalidos, pelos quais o Cristo foi imolado. Que sejamos poupados de mais uma iniquidade contra o povo cristão!
VAMOS AO POEMA NA VOZ DE BETHANIA!