Síndrome do Pânico

A ansiedade é um estado emocional que faz parte da vida. Encontrar a pessoa por quem se está apaixonado causa ansiedade assim como a entrevista para um novo emprego. Antes de uma prova, por exemplo, esse estado de ânimo é produtivo, fazendo com que o estudante esteja alerta e preparado para o desafio.

Mas quando a ansiedade passa a afetar negativamente o dia-a-dia há um problema. Se alguém não consegue mais seguir sua rotina, seja no trabalho, na escola ou na vida social, pode estar sofrendo de um transtorno de ansiedade. A síndrome do pânico faz parte destes transtornos.

As causas da síndrome do pânico são desconhecidas, embora a Ciência acredite que um conjunto de fatores possa desencadear o desenvolvimento deste transtorno, como:
 Genética;
 Estresse;
 Temperamento forte e suscetível ao estresse;
 Mudanças na forma como o cérebro funciona e reage a determinadas situações.
Alguns estudos indicam que a resposta natural do corpo a situações de perigo esteja diretamente envolvida nas crises de pânico. Apesar disso, ainda não está claro por que esses ataques acontecem em situações nas quais não há qualquer evidência de perigo iminente.

Ataques de pânico característicos da síndrome geralmente acontecem de repente e sem aviso prévio, em qualquer período do dia e também em qualquer situação, como enquanto a pessoa está dirigindo, fazendo compras no shopping, em meio a uma reunião de trabalho ou até mesmo dormindo.

O pico das crises de pânico geralmente dura cerca de 10 a 20 minutos, mas pode variar dependendo da pessoa e da intensidade do ataque. Além disso, alguns sintomas podem continuar por uma hora ou mais. É bom ficar atento, pois muitas vezes um ataque de pânico pode ser confundido com um ataque cardíaco.

Entre os sintomas de síndrome do pânico que mais são manifestados durante crises são:
 Sensação de perigo iminente;
 Medo de perder o controle;
 Medo da morte ou de uma tragédia iminente;
 Sentimentos de indiferença;
 Sensação de estar fora da realidade;
 Dormência e formigamento nas mãos, nos pés ou no rosto;
 Palpitações, ritmo cardíaco acelerado e taquicardia;
 Sudorese;
 Tremores;
 Dificuldade para respirar, falta de ar e sufocamento;
 Hiperventilação;
 Calafrios;
 Ondas de calor;
 Náusea;
 Dor abdominal;
 Dores no peito e desconforto;
 Dor de cabeça;
 Tontura;
 Desmaio;
 Sensação de estar com a garganta fechando;
 Dificuldade para engolir.

Uma complicação frequente é o medo do medo, ou seja, o medo ter outro ataque de pânico. Esse medo pode ser tão grande que a pessoa, muitas vezes, evitará ao máximo situações em que essas crises poderão ocorrer novamente.

Os ataques de pânico podem alterar o comportamento em casa, na escola ou no trabalho. As pessoas portadoras da síndrome muitas vezes se preocupam com os efeitos de seus ataques de pânico e podem, até mesmo, despertar problemas mais graves, como alcoolismo, depressão e abuso de drogas.

Não há como prever as crises de pânico. Pelo menos nos estágios iniciais do transtorno, parece não haver nada específico capaz de desencadear o ataque. Mas há indícios de que lembrar-se de ataques de pânico anteriores possam contribuir e levar a uma nova crise.

 

Para realizar o diagnóstico, o médico poderá pedir vários exames e testes de síndrome do pânico. Para começar, o especialista realizará um exame físico no paciente. Em seguida, pedirá exames de sangue, a fim de checar o funcionamento da tireoide, e um eletrocardiograma, para verificar como está o coração.

Além da avaliação física, uma avaliação psiquiátrica também é necessária para que o diagnóstico seja finalizado. Esta deverá ser feita por um psiquiatra. Durante a conversa, o profissional falará a respeito dos sintomas, situações que podem ter desencadeado momentos de estresse intenso, medos e preocupações, problemas de relacionamento e outras questões que possam estar prejudicando o paciente.

O diagnóstico será positivo para a síndrome do pânico se:
 A pessoa sofrer de ataques de pânico inesperados e frequentes;
 Pelo menos um dos ataques tenha sido acompanhado de medo e angústia pela recorrência de um novo ataque e pelas consequências dessa nova crise, como perda de controle, ataque cardíaco ou mudanças súbitas de comportamento;
 A pessoa evitar situações que possam desencadear em uma nova crise;
 As crises de pânico não forem causados por abuso de substâncias.

O tratamento para a síndrome do pânico inclui cuidar da doença em si e dos problemas que podem estar associados a ela como, por exemplo, a depressão. Os medicamentos mais utilizados são os antidepressivos e ansiolíticos, associados à psicoterapia. Essa junção costuma obter bons resultados.

A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente.

Quem sofre do Transtorno de Pânico sofre crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado. Além disso, as crises são seguidas de preocupação persistente com a possibilidade de ter novos ataques e com as consequências desses ataques, seja dificultando a rotina do dia a dia, seja por medo de perder o controle, enlouquecer ou ter um ataque no coração.

Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria.

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