Desses raros que decidem cumprir missão de gerações inteiras, este homem é um deles. Largou tudo que faria motivo de acomodações nas ideias, nos sonhos de burguesia, saídas noturnas e prazeres fáceis, se atirando na luta da libertação da espécie humana dentro da pátria que habitou. Isso por meio de instrumentos limpos, sem sangue, sem destruição, com a cara e a coragem, inteligência e confiança nos bens supremos da Verdade e da Justiça. Eles chegam anônimos, linheiros e prontos ao sacrifício em nome dos povos, com gosto e alegria, submissos aos caprichos da sorte ditada pelos poderosos.
Um desses tais viveu em nosso tempo, na África do Sul, país esmagado pelo colonialismo inglês e coberto de arbitrariedades, quando, então, Nelson Mandela resolveria dar um basta e pelejar na transformação dos seus irmãos e obteve sucesso.
Filho de pais pobres, rasgou a unhas e dentes o espaço na sociedade através dos estudos, do trabalho e da coragem cívica, sendo hoje símbolo dessa capacidade de renovar as oportunidades dos injustiçados. Fez da história os degraus da nação. Perseguido, prisioneiro durante 27 anos por conta da defesa dos ideias coletivos, jamais se deixaria abater por qualquer condenação. Além de perder a liberdade, também enfrentou graves problemas na saúde. Ainda assim governou o país, levado nos braços do povo, que lhe compreendeu a disposição de renovar as esperanças democráticas e o futuro, numa terra de castas e discriminação racial contra os negros.
Quando, pois, o vemos partir, qual aconteceu a 05 de novembro de 2013, já aos 95 anos, mártir da liberdade, cresce no horizonte o quanto de potencial existe no íntimo das pessoas de bem.
Outros capítulos de heróis anônimos persistem no recôndito dos lares, nas vastidões infinitas das horas, quando há necessidade imperiosa de líderes. No exemplo destas personalidades brilharão sempre os valores mais nobres das possibilidades e das grandezas universais.