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Jujuba Medicamentosa – A descoberta do momento

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Forma farmacêutica é definida como o estado final que as substâncias ativas ou excipientes apresentam depois de submetidos às operações farmacêuticas necessárias, a fim de facilitar a sua administração e obter o maior efeito terapêutico desejado (BRASIL,2006). Comprimidos, cápsulas, pomadas, soluções, elixires, xaropes e supositórios são exemplos de formas farmacêuticas, que no geral, podem se apresentar de forma líquida, semissólida, sólida e gasosa, e podem ser administradas pela via oral, retal, oftalmológica, tópica, intramuscular e intravenosa (FERREIRA, 2010).

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Ser atrativa o suficiente para motivar a adesão do paciente ao tratamento medicamentoso torna a forma farmacêutica uma ferramenta essencial nesse âmbito. No mercado brasileiro a maioria dos medicamentos estão disponíveis na forma de cápsulas ou comprimidos e frente a dificuldade de deglutição e da necessidade de formulações personalizadas, o tratamento de crianças e idosos, principalmente, fica comprometido (VENTURA, 2011).

A carência de formulações pediátricas é resultante da dificuldade ética da realização de estudos clínicos na faixa etária pediátrica pelas indústrias farmacêuticas, o que dificulta o desenvolvimento de formulações destinadas às crianças. Além disso, a prevalência de algumas doenças, como hipertensão arterial sistêmica, neste grupo é baixa, o que faz com o que o investimento em novas formulações não seja visto como algo vantajoso (VENTURA, 2011).

No cenário atual, a manipulação de formas farmacêuticas mais atrativas, como pastilhas, pirulitos, jujubas e chocolates, vem ganhando força. A jujuba ou goma mastigável se assemelha a um elemento de confeitaria, e permite a liberação do princípio ativo para a saliva durante o processo de mastigação, podendo agir localmente ou de forma sistêmica (SOUZA et al., 2016).

Nem todas as pessoas são capazes ou se sentem motivadas a deglutir um comprimido ou uma solução oral, mesmo quando a forma farmacêutica ou a formulação são consideradas ideais para a faixa etária. Quando não se obtém êxito na adesão, buscam-se estratégias que resultem na melhora significativa do tratamento. O sabor é o parâmetro mais significativo quando se trata desse quesito, principalmente quando envolve a faixa etária pediátrica (VALENTE, 2014).

A manipulação de bases medicamentosas com formatos variados busca solucionar esta problemática. Alternativas viáveis são gomas, pastilhas duras, chocolates e picolés com medicamentos incorporados, que possuem sabor e texturas agradáveis (SCHAYDEGGER, 2016).

A bala de goma possui consistência firme gelatinosa e de fácil deglutição, textura elástica, aspecto brilhante e transparente, e altamente flavorizadas, facilitando o mascaramento do sabor desagradável do princípio ativo. As características apresentadas a tornam alternativa viável e interessante para terapias de longo prazo, principalmente em pediatria (AVELAR, 2016).

A manipulação de jujuba medicamentosa configura uma estratégia de melhora da adesão medicamentosa do público infantil, visto que se trata de uma forma farmacêutica atrativa e de palatabilidade agradável (AVELAR, 2016).

As formas farmacêuticas na forma de doces/guloseimas possuem vantagens como formatos e cores variados, o fato de possuírem sabores e texturas agradáveis, o que possibilita mascarar o sabor amargo de alguns princípios ativos, melhorar a palatabilidade, cores variadas permite fazer a divisão do medicamento por cores com o objetivo de facilitar o horário da administração do medicamento, fatores estes que contribuem positivamente para uma melhor adesão ao tratamento.

Como alternativa viável e atrativa estamos desenvolvendo bases para medicamentos na forma de doces/guloseimas para crianças e idosos.

O Laboratório de Farmacotécnica, do Departamento de Ciências Farmacêuticas-CCS/UFPB desenvolvi bases para Jujuba, Pirulito, Pastilhas, Picolé e Chicletes para veicular fármacos de efeito local ou sistêmico com atividades antifúngicas, anti-inflamatórias, analgésicas, antitérmicas, antimicrobianas e fitoterápicos.

O desenvolvimento dessas bases é focando as Farmácias de Manipulação.
O medicamento manipulado apresenta benefícios inegáveis aos pacientes, como:
1. Uma melhora da adesão do paciente ao tratamento;
2. Personalização terapêutica;
3. Viabiliza a Associação de Fármacos em uma mesma forma farmacêutica
4. Versatilidade posológica
5. Possibilidade de escolha da forma farmacêutica
6. Obstáculo a automedicação

O próximo passo da pesquisa consistirá na realização de uma análise sensorial para avaliar a aceitabilidade mercadológica e a qualidade do produto através das características sensoriais como sabor, textura e aparência para que as formas farmacêuticas na forma de doce/guloseimas possam ser disponibilizadas para o público em um futuro breve. Além disso, o grupo pretende dar início ao desenvolvimento e elaboração de bases galênicas vegana para veicular princípios ativos.

 

 

 

REFERÊNCIAS
AVELAR, M.H.M.; RODRIGUES, C.G.; ARRUDA, A.C.; SILVA, E.C.; CARLOS, L.A. Desenvolvimento de balas de goma elaboradas com frutas do Cerrado. Magistra, Cruz das Almas – BA, V. 28, N.1, p.21-28, Jan./Mar. 2016.
ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC Nº 67, de 8 de outubro de 2007. Brasília (DF): Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil; 9 out. 2007.
ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada – RDC nº 17, de 28 de março de 2013. Disponível em:< http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0017_28_03_2013.html> Acessado em: 01 jun. 2019.
FERREIRA, A. D. O. Guia prático da farmácia magistral. 4. ed. 736 p.; v.1 – São Paulo: Pharmabooks Editora, 2010.
SOUZA, S.F.Z.; ANDRADE, L.S.; LIMA, E.C.S.; ALVES, M.A.R.; SRUR, A.U.O.S. Desenvolvimento de bala de açaí adicionada de cafeína. Acta Tecnológica v.11, n.2, 2016.
VALENTE, S.C.C.G.J. Formas Farmacêuticas em Pediatria. Dissertação para
obtenção do Grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas. Faculdade de Ciências
e Tecnologia do Departamento de Química e Farmácia-Universidade do Algarve,
2014.
VENTURA, D.M. Desenvolvimento farmacotécnico de formulações de suspensões de Hidroclorotiazida obtidas por transformação de formas farmacêuticas. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas a Produtos para Saúde. Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2011.

 

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