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Eu pensei ser milagre

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Ao longo de nossa existência, não importa quanto tempo dure, nos deparamos com dificuldades de toda ordem. Sejam elas emocionais, financeiras, “becos sem saída”, até mesmo doenças que já nos são apresentadas com um laudo de “sem cura provável”, enfim, momentos que muitas vezes, nos vemos sem esperança nenhuma.

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Não é fácil dizermos ao outro, simplesmente, que tenha fé, tenha esperança, tenha forças… essas são frases tão comuns que repetimos, talvez, porque nos colocamos no lugar de outro e também não achamos saída. É comum nos vermos no outro, em momentos que já vivemos, que talvez tenhamos conseguido superar.  Alguns de nós conseguimos, durante toda uma vida, formar um grande cabedal de informações que nos ensina, principalmente com o conhecimento cristão, que tudo passa, que o tempo é o senhor de tudo. Existe, entretanto, um caminho que precisa ser percorrido, para que o que tínhamos como teoria, se torne em aprendizado concreto.

Quando falo em minhas palestras sobre um tema doutrinário, faço logo uma ressalva, de que o ouvido que está mais perto de minha boca, é o meu. Portanto, aquele ensinamento, deveria ou deverá ecoar primeiro em mim. Quem tem me acompanhado neste espaço, já tem conhecimento de minha caminhada, com pesquisas voltadas para a espiritualidade e saúde, com ênfase nos ensinamentos de Cristo, mais detalhados por Kardec, por André Luiz através da Mediunidade de Chico Xavier, e pelos amigos do plano superior, que, como médicos, também me repassaram muitos aprendizados. Um dos amigos espirituais uma vez me disse: “Neves, subir numa tribuna e falar é muito difícil! ”. Confesso que naquele momento, concordei com ele, mas sem compreender a profundidade daquilo que estava sendo dito.

Com o passar do tempo, nosso professor catedrático, o Tempo, vem me ensinando o que quer dizer viver os ensinamentos do Cristo no dia a dia. De vez em quando, lembro-me daquela historinha atribuída a Gandhi, que acredito já ter falado dela aqui, mas vou correr o risco de repetir, porque tem tudo a ver com esse contexto. Um certo dia, uma mãe pede a Gandhi para falar para seu filho, ainda pequeno, para não comer açúcar.

Gandhi se volta para a mãe, e pede a ela para voltar a falar com ele após quinze dias. A mãe ficou um pouco incrédula, sem compreender aquela orientação, mas fez o que aquele sábio homem orientou. Após o tempo determinado, ela voltou e Gandhi apenas olhou para o menino, e disse: “não coma mais açúcar”. A mãe, mais surpresa ainda, pergunta ao Mestre, por que foi preciso se passarem quinze dias, para que eu voltasse aqui para que fosse atendido o meu pedido. Gandhi então, responde: “Naquele dia, eu ainda comia açúcar”.  Parece simples, não é?  Assim, como para aquela mulher, bastava que o sábio tivesse dito as palavras que ela gostaria que fossem ditas a seu filho, no entanto, ele sabia, que só teria sentido falar daquilo que ele realmente vivenciava.

Toda essa prosa é para dizer que da teoria à prática há uma grande distância. Ensinar ou pregar sem ter passado pelo aprendizado, não nos dá o direito de fazê-los. Falamos muito de fé. Mas você já vivenciou algum momento em sua vida, que realmente a fé foi o consolo, o verdadeiro lenitivo para a resolução do seu problema?

Acredito que estamos vivenciando um momento que mudará os conceitos de morte que tanto algumas doutrinas espiritualistas, e aqui, rendo homenagem a Kardec, a Chico Xavier. Através dos ensinamentos de André Luiz, que em sua última encanação havia sido um médico e cientista que viveu no Rio de Janeiro, e, como homem de ciência, considerava que Deus e Jesus eram figuras abstratas, assim como eram seus ensinamentos.  Achava que a morte era o fim de tudo. Mas quando volta ao Mundo Espiritual, percebe-se em profundo sofrimento até que um dia vivendo uma profunda dor, a dor da alma, roga por Deus que o livrasse daquele sofrimento, e imediatamente é atendido. Ou seja, foi a dor que o ensinou a pedir, a rogar ao Ser Maior pelo seu resgate.

Foi o Milagre que tantos falam, mas que na verdade, ele não existe. O que existe é um plantio de ações e de vivência delas. Um amigo Espiritual que nos tem ensinado muito com suas mensagens diz: “o começo já é a metade da façanha”, o que mostra a importância do “começar” qualquer projeto, mas, a parte que dá sentido à primeira é a continuidade, que justifica a perseverança e a persistência”. Assim, como aconteceu com André Luiz, o “milagre” aconteceu.

Acredito que a ciência está prestes a dar início a um novo milagre. Talvez pela dor que seus praticantes sentiram, ou por terem aprendido que existe algo mais que, apesar deles não aceitarem, precisa ser observado.

Neste quinze de agosto de 2022, vejo uma manchete na folha de São Paulo: “A médica que quer mudar visão sobre a morte no século 21. A matéria traz o seguinte dizer: “Medicina não é suficiente”. Este é uma constatação que podemos considerar “um milagre”. “A conclusão vem de um relatório produzido pela Lancet Commission on the Value of Death, a comissão sobre o valor da morte da revista cientifica Lancet; um grupo de especialistas que se reuniu para investigar o que significa morrer nos tempos atuais. Peço licença ao leitor para transcrever um fragmento da matéria.

“Morrer é um processo cujo entendimento fica muito mais aberto, especialmente na hora de definir o começo. Em termos médicos, falar que alguém está morrendo envolve os últimos dias, ou as últimas horas. Mas os cuidados paliativos (Os cuidados paliativos são indicados para todas as pessoas que sofrem de uma doença que ameaça a vida e que piora ao longo do tempo, sendo, também, conhecida como doença terminal. Assim, não é verdade que estes cuidados são feitos quando já não há mais “nada para fazer”, pois ainda podem ser oferecidos cuidados essenciais para o bem do paciente), podem começar a partir do diagnóstico de uma doença, ainda que a pessoa esteja sentindo bem naquele momento. (…) sim a morte é amedrontadora e desconhecida, nós perdemos o controle e nos tornamos dependentes dos outros. Tudo isso vai contra a narrativa de nossa época, em que independência, força autonomia e controle do corpo e das próprias decisões são tão importantes.

A descoberta da essencialidade dos cuidados paliativos não é o que falta ser reconhecido pela medicina, preparar o doente para morte, contudo, mesmo não sendo uma tarefa fácil, ainda deixa muitas lacunas no porvir.  A matéria ainda diz:

É necessário que essa discussão ultrapasse as barreiras da ciência. Não só como diz Gilberto Gil em sua música: “não ter medo da morte, mas, sim, medo de morrer”.

A ciência reconhecer que o homem não possui apenas o corpo físico, e que estamos neste corpo apenas para uma passagem por aqui, e que, ao término de nossa missão, o deixamos e partimos com o que é mais importante seria um passo fundamental não só para o bem-estar, mas para o “bem partir”. Este reconhecimento, contudo, já dá indícios do que nos levará a uma nova vida e a um novo aprendizado. Uma forma de reconhecermos que ao nascer começamos a morrer, mas que o preparo para essa “morte”, não pode acontecer apenas, quando adoecemos. Nossa independência, como a matéria  fala, que é defendida pelos cientistas, não acrescenta muita coisa no conforto que nos pode ser oferecido quando descobrimos, e acreditamos, que não morremos, apenas nos mudamos para outro plano. Esse conhecimento poderia dar ao doente um estado emocional mais equilibrado contribuindo inclusive para a alteração do avanço da patologia.

Mas como bem disse nosso Irmão Espiritual, “começar já é a metade da façanha”. Mas que se dê continuidade com olhos mais abertos para os ensinamentos Espirituais. No entanto, ainda temos, como cientistas que não deixamos de ser, muito caminho a percorrer, muita humildade a observar e exercermos o reconhecimento que só a ciência, como existe hoje, não responde o mistério da vida, tampouco, o da morte.

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