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Por que as bactérias se tornam resistentes aos antibióticos?

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A resistência aos antibióticos é um dos maiores desafios de saúde pública atual. Segundo relatório da ONU, até 2050, pelo menos 10 milhões de pessoas podem morrer por contraírem uma infecção resistente a antibióticos.

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Uma lista crescente de infecções como pneumonia, tuberculose, gonorreia e doenças transmitidas por alimentos estão se tornando mais difíceis de tratar à medida que os antibióticos se tornam menos eficazes.

A resistência antimicrobiana (RAM) põe em risco a eficácia da prevenção e do tratamento de um número cada vez maior de infecções por vírus, bactérias, fungos e parasitas.

A RAM ocorre quando microrganismos (bactérias, fungos, vírus e parasitas) sofrem alterações quando expostos a antimicrobianos (antibióticos, antifúngicos, antivirais, antimaláricos ou anti-helmínticos, por exemplo). Os microrganismos resistentes à maioria dos antimicrobianos são conhecidos como ultrarresistentes.

Como resultado, os medicamentos se tornam ineficazes e as infecções persistem no corpo, aumentando o risco de propagação a outras pessoas.

A resistência aos antimicrobianos representa uma ameaça crescente à saúde pública mundial e requer ação de todos os setores do governo e da sociedade.

Como surge a resistência aos antibióticos?

Os antibióticos são medicamentos usados para tratar infecções bacterianas. A resistência ao medicamento é potencializada pelo mau uso ou administração excessiva de antibióticos, bem como a falta de popularização de novos fármacos pela indústria farmacêutica.

Utilizado de maneira errada, o antibiótico impulsiona a evolução das superbactérias. A resistência pode ocorrer espontaneamente por meio de mutação, mas esta não é a única forma.

Os antibióticos, quando mal administrados, eliminam apenas as bactérias mais sensíveis às drogas. As mais resistentes, como resultado da seleção natural, permanecem no corpo do indivíduo infectado.

Algumas pesquisas científicas na área têm apontado que um fator importante para o aumento da resistência a antibióticos é a falha nas dosagens. O fato de a mesma dose ser recomendada e administrada para todos os pacientes, desconsiderando suas características particulares, pode comprometer muito a eficácia desses medicamentos.

Como as bactérias se tornam mais resistentes?

Para entender como o uso inadequado de antibióticos pode resultar na alteração genética bacteriana precisamos recordar as formas de atuação desse tipo de medicamento:

• destruição da parede celular bacteriana: alguns tipos de antibiótico têm ação direta na estrutura da parede celular;

• inibição de cromossomos: há também medicamentos que impedem que os genes responsáveis pela reprodução das bactérias se tornem inativos;

• alteração da permeabilidade da membrana plasmática: essa forma de atuação impede a síntese proteica bacteriana.

Com isso, a resistência bacteriana à ação de antibióticos está relacionada a mecanismos, desenvolvidos pela própria bactéria, para impedir a ação do medicamento.

Ela é determinada pela existência e expressão de genes conhecidos como genes de resistência, que determinam o funcionamento dos mecanismos responsáveis pelo impedimento da ação antibiótica.

A resistência das bactérias aos antibióticos é resultado de mudanças na estrutura genética desses organismos. Esse processo pode acontecer, basicamente, de duas formas:

• mutações genéticas aleatórias e consequente seleção natural (genes de resistência que fazem parte de unidades de DNA chamadas de transposons); e
• aquisição de material genético de outro organismo, como vírus ou outras bactérias (trocas e recombinações de DNA cromossômico entre espécies).

Os principais mecanismos de resistência bacteriana conhecidos são:

• produção de enzimas que destroem ou modificam a ação dos antibióticos;
• redução da permeabilidade da membrana externa;
• sistemas de efluxo hiperexpressos (excreção de substâncias tóxicas);
• alteração, bloqueio ou proteção do sítio alvo do antibiótico.
Como você pode combater essa grave ameaça

O uso indiscriminado de antibióticos na criação animal e as infecções hospitalares são fatores que contribuem para o aumento da resistência bacteriana, e talvez você não possa fazer muita coisa em relação a isso. Porém, o que está ao alcance de todos é primar pelo uso correto desses medicamentos.

Qualquer tratamento com antibiótico é um fator que aumenta o risco dessa ameaça, por isso eles devem ser utilizados somente quando há necessidade comprovada. Tomar um medicamento dessa classe para tratar uma gripe, por exemplo, não vai resolver nada e ainda pode contribuir para que outras bactérias presentes no organismo se tornem resistentes.

Além disso, muitas vezes o paciente se sente melhor e deixa de tomar o medicamento, acreditando estar curado. O problema é que essa prática pode levar a uma “seleção natural” das bactérias: aquelas que forem mais fracas terão sido destruídas, mas ainda vão restar as mais fortes – que ainda precisariam ser expostas ao antibiótico por mais algum tempo até serem eliminadas.

Com a diminuição da população total de microrganismos no local da infecção, as sobreviventes têm mais recursos e espaço para se multiplicar, transmitindo essa característica de resistência às suas descendentes. Dessa forma, o paciente pode voltar a ter os sintomas, em um quadro ainda mais difícil de tratar.

Agora que você sabe por que as bactérias se tornam resistentes aos antibióticos, fica mais fácil entender por que devemos seguir à risca todas as orientações do médico em relação às doses, aos horários e ao tempo de tratamento. Sempre busque acompanhamento profissional quando o assunto é a sua saúde.

 

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