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O Debate Eleitoral é Necessário?

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Estamos às portas do prazo inicial estabelecido por lei, para a abertura da campanha eleitoral com vistas às eleições gerais de 2022.

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Há uma movimentação intensa por parte dos candidatos, no sentido de aproveitarem o curtíssimo espaço de tempo de campanha posto à disposição pela legislação brasileira, para se apresentarem aos eleitores com as suas propostas.

O corpo a corpo começa bem antes, com  visitas  e reuniões  informais, entrevistas, debates pontuais etc. Todavia, entre os eventos  de maior visibilidade, o mais esperado pelos eleitores é o debate eleitoral pela televisão, que é sempre promovido e realizado pelas redes de televisão.

Em tese, os debates são realizados ao final da campanha e são direcionados aos eleitores que não têm uma convicção ideológica firmada. São pessoas cautelosas  que ainda não conseguiram avaliar o direcionamento adequado do seu voto, inclusive no aspecto ambidestro. (direita ou esquerda)

São eles os chamados eleitores indecisos que vão diminuindo gradualmente no decorrer da campanha e, na reta final  representam um extrato bem reduzido do eleitorado, geralmente formadores de opinião.

O número de partidos políticos é muito grande e mesmo que a campanha esteja polarizada entre dois nomes, sempre existirão quatro ou cinco candidatos de partidos menores, os quais, com certeza reivindicarão o direito de acesso à mesa de debates em busca da oportunidade de  visualização.

Os debates sempre foram  prejudicados na questão do espaço de tempo disponível. Primeiramente porque a programação das emissoras é quase toda ela ancorada em redes, onde há uma geração própria da emissora que lidera a rede  por força de contrato.

Em segundo lugar pela exiguidade de tempo disponível para  enquadrar aquela programação  extraordinária  na grade nacional de programação da geradora.

O resultado é que os debates premidos por essas regras,  são submetidos a uma camisa de força. É um  ping pong entre os candidatos , onde as perguntas têm sempre  respostas muito simplificadas, num  quase  sim ou não.

A produção do debate, via de regra, elabora o seu planejamento, mais ou menos no formato que se segue:

01- Três minutos para a apresentação de cada candidato;
02- Um minuto para a pergunta a um candidato qualquer, ou àquele que for escolhido pelo mediador;
03- Dois minutos para a resposta;
04- Um minuto para a réplica;
05- Um minuto para a tréplica.

Nessa curta maratona de oito minutos por candidato e com cinco candidatos na mesa de debates, serão necessários quarenta minutos por cada rodada.

Se o debate tiver cinco rodadas, haverá necessidade de duzentos minutos somente destinados à fala, os quais, com os acréscimos devidos ao binômio tempos e movimentos entre os candidatos e o debatedor, teremos mais uns dez minutos. Se não houver concessão de direito de resposta teremos um tempo total de duzentos e cinquenta minutos, ou seja, 3 horas e 10 minutos.

Esse tempo, como já dissemos, não é definitivo e vai depender, repetimos, das geradoras que comandam o horário. Uma coisa é certa, o tempo disponível vai ser sempre menor, comprometendo sobremaneira o debate.

Convenhamos que nenhum candidato poderá passar para o eleitor a sua proposta para um governo de quatro anos em apenas alguns minutos, e ainda se defender do bate-boca ensaiado por candidatos sem conteúdo.

Pode até alguém pensar  que somos contrários aos debates, o que de maneira alguma é verdadeiro. Apenas estamos tentando contribuir para que eles existam sim, mas como uma forma de esclarecer e não de confundir o eleitor.

Um militante jamais pode ser contra qualquer debate político, pois o debate é a sua arma verbal do dia a dia.

Contudo, não podemos deixar de evidenciar essa realidade, propondo aos organizadores que encontrem uma forma mais racional que proporcione um tempo maior para os pré-candidatos apresentarem as diretrizes do seu pretenso governo, com tempo suficiente para confrontarem as suas ideias e debatê-las.

Afora isso, o rito é sempre o mesmo em todo debate para no final despertarem a curiosidade dos telespectadores sobre quem ganhou ou perdeu.

Nesse formato de bate-boca irá “ganhar” aquele de raciocínio mais ágil, geralmente com mais conteúdo. Os grandes perdedores serão sempre os telespectadores.

Nesse passo e apreciando o cenário político atual, com os nomes que se apresentam, não é difícil perceber quem tem ou não tem capacidade para debater políticas públicas, dentro de um prazo razoável de debate.
Examinemos os nomes dos atuais pré candidatos um a um, que se não tiver havido mudanças são ele:

Lula: (PT) além de presença de palco e grande intimidade com o microfone, ele tem um substancioso conteúdo intelectual acumulado de forma autodidata ao longo do tempo.

Possui uma rica experiência administrativa acumulada no seu governo, quando colocou o Brasil em 6° lugar no ranking da economia mundial e por isso divide com Getúlio Vargas e Juscelino, o galardão de maiores gestores da nossa história.

Conhece o país como poucos e em que pese os seus detratores chamarem-no de analfabeto, ele foi agraciado com o título de doutor honoris causa por trinta e seis universidades, entre as quais sete delas de países diversos.

Ciro Gomes: (PSB) é detentor de uma grande bagagem intelectual. Estudioso da vida e da economia brasileira, professor de direito constitucional, além de conhecedor dos meandros da ciência macroeconômica.

Conhecedor do Brasil, nacionalista consciente e um orador consagrado. Tem se mostrado um bom gestor e um exímio debatedor.

Apesar de todos esses predicados, se desgasta e perde muito pelo descontrole emocional que não lhe abandona e tem prejudicado bastante o seu conceito perante o eleitor.

Simone Tebet: (MDB) tem tido um bom desempenho parlamentar e uma atuação efetiva nos trabalhos legislativos. Com uma postura sóbria e com uma boa capacidade de elaboração, além de boa desenvoltura ao microfone e clarividência de raciocínio.

Tem participado e apoiado a luta das mulheres pela ótica capitalista e presidiu a importante Comissão de Constituição e Justiça do Congresso Nacional. Incorporou-se com dedicação à bancada feminina e já ganhou vários prêmios pelo seu desempenho no congresso.

Tem posições liberais ortodoxas e é descendente de uma oligarquia rural do Mato Grosso do Sul. Filha do ex-deputado e ex-senador Ramos Tebet e filiada à ala mais ortodoxa do MDB, representa um dos expoentes do conservadorismo nacional.

 

André Janones: (AVANTE) deputado federal pelo estado de Minas Gerais, ganhou notoriedade quando se autodeclarou líder da greve dos caminhoneiros ocorrida em 2018. Filiado ao PT entre 2003 e 2012; ao PSC entre 2012 e 2018; ao Avante a partir de 2019 e dep. Federal a partir de 2018.

Engajado nas greves dos caminhoneiros  partir de 2018,  passou fazer vídeos de apoio,  para utilizar na mobilização e divulgação das greve. Nasceu partidariamente no PT,  se autodenominando de esquerda, e com o seu caminhar político, foi desbotando e perdendo a cor política até virar um conservador pertencente à bancada do baixo clero sem maiores referências.

Felipe D’avila: (Novo) pelo seu resumo curricular é cientista político, com curso pela universidade americana de Paris e ainda fundador e Publisher do VirtuNews, plataforma digital, sem maiores referências jornalismo de dados, voltado para política e economia. Para nós um ilustre desconhecido.

Leonardo Péricles: (UP) ligado aos movimentos sociais de Minas Gerais, foi candidato a vice prefeito de Belo Horizonte pelo (PSOL). Presidente nacional da Unidade Popular pelo Socialismo. Sem maiores referências.

Vera Lucia: (PSTU) integra o grupo político Convergência Socialista, graduada em ciências sociais, foi candidata a governadora de Sergipe, prefeita de Aracajú, e a deputada federal por Sergipe, não conseguindo se eleger a nenhum dos cargos citados.

Sofia Manzano: (PCB) economista e doutora em História Econômica pela USP, em 2014 foi candidata à presidência da república concorrendo com Mauro Iasi numa disputa interna corporis. É uma antiga militante do seu partido sem maiores referencias. Em termos de crença política no marxista nos parece agnóstica.

Eymael: (DC) foi deputado federal e disputou a presidência cinco vezes sem obter êxito. Conservador extremado, orador medíocre, não tem maiores predicados e candidato a presidente desde 2004. É o eterno Eymael que sequer consta nas pesquisas.

Luciano Bivar: (UNIÃO Brasil) pertencente ao cerne do conservadorismo encravado no Centrão, deputado federal por Pernambuco, estado em que se tornou conhecido por presidir o Sport Clube do Recife. Um rosto desconhecido e um político inexpressivo, sem maiores referências pelos seus feitos, se é que eles existem.

Pablo Marçal: (PROS) empresário, vendedor de cursos on-line e youtuber sem maiores pendores nem referências.

Jair Messias Bolsonaro: (PL) deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro entre 1991 e 1918 e das três emendas que apresentou (uma a cada nove anos) nesse período, apenas três foram aprovadas e depois vetadas por alegação de inconstitucionalidade. Atualmente exerce a função de presidente da república.

Nenhum candidato tem obrigação de comparecer a debates. Todavia, mesmo sendo de participação opcional, o debate sempre desperta o interesse da população. As pessoas ficam de olho no desempenho daqueles candidatos de maior visibilidade no cotidiano.
Entre eles estão os que são eleitoralmente de maior densidade, financeiramente os mais musculosos e com desenvoltura razoável perante as câmaras e os microfones.

Os que deliberadamente se ausentam dos debates, sempre encontram uma desculpa e elas são as mais diversas:

Uns alegam que não podem comparecer por conta de compromisso anteriormente agendado para a mesma data. Outros alegam doenças ou facadas, mas de qualquer forma, mandam uma respeitosa justificativa escrita de motivação diversa.

Outros alegam que os seus posicionamentos nas pesquisas são tão satisfatórios que eles não têm nada a ganhar e somente a perder. É uma atitude cabotina e por que não dizer, ufanista.

Tem aqueles que não comparecem e sequer dão satisfação, presume-se por temer o enfrentamento e a ironia dos demais.

Porém tem um candidato que não comparece nunca. Não por timidez, porque vive de microfone em microfone a tagarelar, falar bobagens, bravatear, ameaçar, jogar n’agua bois de piranhas e agitar a galera do puxadinho do palácio da alvorada.

Além de tudo isso, tem desprezo pelas instituições e nunca respeita normas, nem mesmo as normas oficiais.
Pois bem, já anuncia previamente que não comparecerá como já está fazendo agora, mesmo antes da campanha ter início. Na sua astúcia habitual poderá surpreender a nação se dizendo vítima de mais uma “facada criminosa”, seja ela física e real, ou abstrata como foi a de 2018.

Com isso ele é socorrido pelo coitadismo e consegue a comoção parcial até de quem não é seu seguidor. Em 2018 o candidato afastou-se da campanha quase dois meses antes das eleições e acabou vencendo no primeiro turno, mesmo “esfaqueado” e ausente.

Como há o dito que afirma que quem faz um cesto faz um cento, o candidato Jair Bolsonaro já declara alto e bom som: “debates nem pensar!”

Desta vez é porque miou mesmo! está perdendo nas pesquisas, tem tempo sobrando por não se ocupar em nada, não se incomoda com apupos porque sempre é vaiado aonde vai.
Não deve ter compromisso agendado, porque sempre falta a quase todos, sejam eles nacionais ou internacionais, cuja condição de chefe de estado o obriga a estar presente.

Portanto não sabemos aos outros, porque a nós, debates nesses moldes e na forma de ping pong desenhada pelas redes de TV nada diz e nada acrescenta.

O primeiro faz de conta de democracia é o enquadramento de uma campanha eleitoral num país com 210 milhões de habitantes, dentro de um prazo de 45 dias. Esse é o modelo de democracia para inglês ver.

Os Estados Unidos-USA, catedral do capitalismo mundial realizam eleições nos mesmos moldes liberais burgueses, mas camuflam melhor.

Lá as eleições presidenciais sempre realizadas em novembro têm início no mês de fevereiro, quando ocorre a primeira eleição primaria. Ou seja, tem dez meses de duração, mais ou menos 300 dias de campanha.

Mesmo sendo uma eleição indireta, o desenrolar da campanha enseja a oportunidade de divulgar, discutir e confrontar os programas dos dois candidatos que chegarem ao final da campanha como favoritos.

O nosso período de campanha representa 15% do período de campanha dos USA. Quem está exagerando para mais ou para menos. Nós ou eles?

Um debate curto associado a uma campanha curta, se assemelham àquela musica do saudoso Luiz Ramalho cantada por Luiz Gonzaga de título facilita.

Se houver algum debate irei vê-los sim, porém por já conhecer a maioria dos candidatos, já estou com o meu voto definido de cima a baixo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Consulta: arquivos pessoais de João Vicente machado;
https://www.google.com/search?q=uol+noticias;
Folha de S.Paulo: Notícias, Imagens, Vídeos e Entrevistas (uol.com.br;);
Fotografias:
Dilma e Serra trocam acusações e ganham direito de resposta um sobre o outro em debate – 12/09/2010 – UOL Eleições 2010 – Notícias – Geral;
EXAME/IDEIA: Lula consolida liderança em 2022 e venceria Bolsonaro com 45% | Exame;
https://www.correiodopovo.com.br/nociro-gomes-vem-ao-rs-para-homenagem-e-lan%C3%A7amento-de-pr%C3%A9-candidato-do-pdt;
MDB confirma candidatura de Simone Tebet com 90% de apoio das regionais – O Brasilianista
Deputado Federal André Janones – Portal da Câmara dos Deputados (camara.leg.br)
https://oglobo.globo.com/politica/se-nao-evitar-populismo-brasil-esta-perdido-diz-felipe-davila-pre-candidato-do-novo-presidencia;
https://www.poder360.com.br/eleicoes/lancado-pelo-up-leonardo-pe;
“Quem dera que houvesse ameaça comunista. É falácia do Bolsonaro”, “Quem dera que houvesse ameaça comunista. É falácia do Bolsonaro”, diz candidata do PSTU, no ES | A Gazetadiz candidata do PSTU, no ES | A Gazeta;
Sofia Manzano | Exame
Eymael reclama de não constar nas pesquisas de intenção de voto (poder360.com.br)
; União lança pré-candidatura de Luciano Bivar à presidência da República (gazetadopovo.com.br;
Em meio a racha, Phttps://www.google.com/search?q=jair+messias+bolsonaro&tbmros lança pré-candidatura de Pablo Marçal a presidente – Eleições – SBT News;

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