Neste mês de abril, para nós Espiritas, ou Espiritistas, como queira chamar, tem uma importância muito grande. Foi neste mês, do ano de 1857 que foi publicado o livro dos Espíritos. Não se trata de uma Bíblia como muitos dizem, mas contém 1019 perguntas e respostas, “prende-se à doutrina espiritualista, da qual apresenta uma das fases. Tal a razão por que traz no cabeçalho de seu título as palavras: Filosofia Espiritualista.
Dentre os belos e inúmeros ensinamentos que este livro nos traz, é de que os Espíritos bons só dispensam assistência aos que servem a Deus com humildade e desinteresse, e que repudiam a todo àquele que busca, no caminho do Céu, um degrau para as coisas da Terra; “eles se afastam do orgulhoso e do ambicioso. O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira entre o homem e Deus; são em véu lançado sobre as claridades celestes, e Deus não pode servir-se do cego para fazer que compreenda a luz”.
Importante ainda, dizer que todos princípios contidos no Livro dos Espíritos resultam das respostas dadas pelos Espíritos às questões diretas que foram propostas em diversas ocasiões, por meio de grande número de médiuns, bem como de instruções que deram, espontaneamente, a nós ou a outras pessoas, sobre as matérias que encerra. O material foi organizado de maneira a apresentar um conjunto regular e metódico, e não foi entregue a publicidade senão depois de ter sido revista cuidadosamente, várias vezes seguidas, e corrigidos pelos próprios Espíritos.
Dentre as partes que considera de suma importância, para o nosso entendimento, se destaca parte do Livro primeiro – Causas primárias, No capitulo I fala exatamente de Deus, quando Kardec pergunta “Que é Deus?” A resposta pode nos dar a dimensão do amor do Pai. “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”. Na terceira pergunta, ´Kardec pergunta: Poder-se-ia dizer que Deus é infinito? R. Definição incompleta. Pobreza da linguagem dos homens, insuficiente para definir o que está acima de sua inteligência. Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o infinito é tomar o atributo de uma coisa pela própria coisa. É definir uma coisa que não é conhecida por outra que também não. Deus não existe, Deus é.
Gosto sempre de me atentar que, segundo o que me leva a entender, e, acho que boa parte de nossos leitores podem concordar comigo, é que falar de Deus, assim como Jesus falava, ou como fala-se hoje é uma coisa muito alinhada ao tempo e espaço em que se dá. Muita coisa não poderia ser dita na época da vinda do Cristo, pois o homem ainda não tinha condições de compreender. O mesmo se deu quase dois mil anos depois com Kardec, que nos traz, como dito pelos Espíritos, que ainda não temos nem linguagem para compreender Deus. Certamente ainda precisamos caminhar muito em matéria de amor e de desapego às coisas materiais, para termos a exata medida do verdadeiro Ser Espiritual , Deus.
Ainda sobre Deus, Kardec nos diz que Ele é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente bom e justo, mas não temos uma ideia completa de seus atributos.
Os espíritos nos dizem, ainda: […] ficai sabendo que há coisas acima da inteligência do homem mais inteligente e para as quais a vossa linguagem, limitada às vossas ideias e sensações, não tem como expressar. A razão, com efeito, vos diz que Deus deve possuir essas perfeições em grau supremo, porque, se tivesse uma só de menos, ou não a tivesse em grau infinito, não seria Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus não pode achar-se sujeito a nenhuma vicissitude, nem sofrer nenhuma das imperfeições que a imaginação possa conceber”
Ainda perguntou-se onde encontramos Deus? Os espíritos respondem que Ele está em nossa consciência. Só podemos compreender os seus ensinamentos e suas leis que são imutáveis, quando entendemos que ele é superior a tudo e a toda inteligência. Para o homem que tenta manipular as pessoas através de suas mentiras, colocando Deus como causador de muitos problemas do mundo, realmente, não conhece Deus. Não existe nenhuma religião, que para manipular seus adeptos, não crie novas palavras, para não dizer outras Leis, como se fossem criadas por Deus, apenas para amedrontar, criar sentimento de culpa, coisa que é bem comum nas religiões, estes, esquecem que serão um dia avaliadas suas ações assim, como num grande tribunal.
As mentiras pregadas, os inocentes que são levados aos tribunais dos homens e tornados culpados, todas essas ações devem ser entendidas, que nada ficará em vão. Deus criou as Leis para serem seguidas, e elas são imutáveis, nos deu, ainda, o livre arbítrio que podemos segui-lo para o bem ou para o mal. E, assim, o Homem pode fazer suas escolhas em a interferência divina. Sabendo que cada ato praticado, gera uma energia correspondente, que nos envolverá. Dessa forma, a energia que volta para nós, é de acordo com o ato praticado.
“A inteligência de Deus se revela em suas obras como a de um pintor no seu quadro, mas as obras de Deus não são o próprio Deus, como o quadro não é o pintor que o concebeu e o executou”
Não poderia concluir essa prosa, sem trazer a contribuição de Divaldo Franco, que no proporcionou através de seu trabalho mediúnico, que a mensagem dos espíritos e luz chegassem até nós, mensagem essa que nos fazem compreender que seus ensinamentos nos levam a reflexão para um aprendizado de aperfeiçoamento, para que um dia cheguemos mais próximos dos que conhecem Jesus. Pois são palavras D´Ele: ninguém chegará ao pai se não por mim”. Pelos ensinamentos que se faz necessário amar, incondicionalmente, respeitar o outro, pois é sua imagem e semelhança.
“A grandeza de Deus para nos auxiliar em nosso aperfeiçoamento, nos manda ainda seu Filho, sua Luz. E hoje, graças ao intercâmbio entre os Espíritos e os homens, intercambio que traz novas e seguras rotas para as trevas desses dias, Jesus continua sendo “a luz do Mundo”. Seus embaixadores – luares da imortalidade espalhando suaves luzes de consolação sobre as ondas dos mares das torvas paixões – propõem uma nova ordem de pensamentos e razões – aqueles mesmos por Ele apresentados – para a edificação da felicidade íntima, incomparável, para todas as pessoas.[1]
[1] Divaldo P. Franco – Sol de Esperança- Livraria Espirita alvorada – Editora, Salvador Bahia, 1991
Livro dos Espíritos – Allan Kardec – FEB- 2013