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Terra sem veneno

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Atualmente no Brasil, a saúde pública é constantemente ameaçada pela liberação de uso de diversos agrotóxicos na agricultura. O envenenamento da terra e dos alimentos é sempre defendido pela bancada ruralista, que põe em risco a saúde do povo e a e existência dos pequenos agricultores, grupos indígenas, quilombolas e ribeirinhos. A luta por sustentabilidade e segurança alimentar é sistematizada e apresentada no cordel “Terra sem veneno” de Bodão Ferreira

 

A cada dia que passa
O humano desumaniza
Mata a terra sua mãe
Envenena, queima e pisa
Sem respeito a natureza
E a tudo que se precisa
Se não se conscientiza
Destrói a própria saúde
Espalha montes de veneno
E sem perceber se ilude
Queima enormes terremos
Achando que isso lhe ajude
Talvez a TV que mude
Esse seu comportamento
Dizendo que isso é bom
Que melhora o alimento
Enganando o agricultor
E lucrando a todo momento

Aumentam o investimento
Dos gigantes fazendeiros
Que não ligam pra saúde
Que só pensam em dinheiro
Produzem comida com câncer
Para o povo brasileiro
Mas o sabido roceiro
Que sabe o que é bom ou mal
Trabalha sem agrotóxico
De maneira natural
Zelando pela saúde
Que é o essencial
De forma original
Que se criou o cultivo
Com as sementes crioulas
E cada legume nativo
Preservando dessa forma
A vida de cada ser vivo

Fazemos policultivo
Que consiste em produzir
Várias espécies de plantas
E se a terra se permitir
Fazer a sua magia
Que é germinar e florir
Dessa maneira aqui
O camponês não ocupa
Enormes áreas de terra
De uma só espécie e culpa
Por enfraquecer o solo
E sem lhe pedir desculpa
O camponês se preocupa
Em manter a terra viva
Várias espécies distintas
Que ao solo reativa
Com as trocas de energia
Que alimenta quem cultiva

De forma bem criativa
A mulher molda seu quintal
Com legume, hortaliça
E erva medicinal
E usando de reciclagem
Para horta vertical
A questão fundamental
É saber de onde vem
Aquilo que consumimos
Se é saudável e faz bem
Produzir naturalmente
Sem fazer mal a ninguém
Buscando zelar também
Pela nossa tradição
Contra as sementes transgênicas
Pra elas dizemos: NÃO!
Plantamos sementes crioulas
As “sementes da paixão”

Prezando a união
De saberes e viventes
Reproduzimos de fato
Uma agricultura consciente
Alimentando o povo
Sem deixar ninguém doente

O câncer, que infelizmente
Está aí se alastrando
Tem muito a ver com o quê
Está nos alimentando
Transgênicos e agrotóxicos
Nossa mesa dominando

Mas o campo está lutando
Por saúde todo dia
Deixando a terra fazer
Naturalmente a magia
Criando no alimento
A sua soberania

Os legumes, todo dia
Estão sobre nossa mesa
Embora nem todo mundo
Desfrute dessa riqueza
Porque a desigualdade
Ainda é cruel com certeza
Provendo da natureza
Agricultores se ajudam
Prezando por igualdade
A realidade estudam
Com união e trabalho
Pra melhor as vidas mudam
Da terra as famílias cuidam
E dos animais também
Pondo tudo em equilíbrio
De forma que faça bem
Com trabalho e sem veneno
Deixando de ser refém

O camponês obtém
Um equilíbrio perfeito
Entre plantas e animais
Alimentando o conceito
De que a terra retribui
O que a ela temos feito

Lutando assim desse jeito
Contra a poluição
Contra essa transgenia
Que adoece a nação
Que ameaça os animais
Inocentes de extinção

Para além da plantação
O Veneno se estende
Deixando infértil o solo
E a fauna que dele depende
Poluindo o lençol freático
E a água que ao solo atende

A agricultura reascende
Plantando soberania
E produzindo da terra
Nosso pão de cada dia
Alimentando a nação
Da forma que deveria
Isso é agroecologia
A arte de preservar
A água, a fauna e a flora
Sem deixar de cultivar
Trazendo ao camponês
Soberania alimentar
Fazendo frutificar
Cada palmo de terreno
Deixando a natureza agir
Desse seu modo sereno
E respirando saúde
Numa terra sem veneno

 

 

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