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As muitas faces de Chico Buarque

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Do Mangue ao cais do porto, da avenida ao asfalto, na vida, na luta, na batuta, e no morro até a beira mar, Chico Buarque nos transporta e nos faz sambar, cantar e delirar com Todo o Sentimento vivido e sentido pela alma humana.

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No feminino ele fica no corpo da mulher feito Tatuagem, decifra sua alma maravilhosamente e abundantemente como uma hemorragia, porque, quando amada elas se perfumam, se banham de leite e se arrumam Sob Medida pros carinhos da pessoa amada, e lhe diz meias verdades sempre a meia luz, aguçando a vaidade masculina (que és o maior) e possessão (e que me possuis), pois é Ana do dique e das docas, da compra, da venda e da troca das pernas. É Ana, Obrigada.

As mulheres de Holanda quando fustigadas e desprezadas não choram, nem se ajoelham, nem pedem e nem imploram Mil Perdões, elas se remoçam e cantam sem mais e nem porque, porque sabem que as águas rolam que outros amores virão e se refazem, porque Palavra de Mulher não volta atrás.

No sinal fechado ele vende chiclete, capricha na flanela, batalha algum trocado usando o canivete e se chama Pelé. Na fuga desesperada, o Pivete sobe o Borel com carregamento, pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador, depois desce vestido de verde e rosa como favorito quando o samba saiu procurando o Guri pra desfilar, e no calor do seu gingado fez o povo dançar na Sapucaí.

E saindo de mansinho pisando nas pontas dos pés, o malandro Chico Buarque pisa na Praça outra vez, circula entre deusas e bofetões com cuidado e leveza para não machucar os corações que rolavam dos cabarés, saiu pisando de viés, deixando balançar a maré até a poeira sentar no chão, e assim, fez uma homenagem à nata da malandragem que conheceu no outro Carnaval, e acabou perdendo a viagem, pois aquela tal malandragem não existe mais.

Abandonou a cidade e pegou carona na Caravana Holiday, tomou a costeira em Belém do Pará e viu um Brasil modernizado, globalizado e internacionalizado, exposto nas Vitrines com letreiros coloridos chegando a embaraçar sua visão, e num suspiro de aflição estancou de repente caminhou contra a corrente até não poder resistir, e chegou sem muita conversa e sem muito explicar, mostrando a todos que a vida é boa e que tudo vai passar.

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1 COMENTÁRIO

  1. Cristina Couto, com a habilidade que lhe é peculiar, nos traz mais um ensaio sobre a genial obra de Chico Buarque de Holanda.
    Ela evoca várias músicas da autoria do gênio e nos deixa sempre com um gosto de quero mais. Uma leitura prazerosa que sempre nos emociona por levar-nos aos tempos pretéritos da juventude.

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