A urbanização do Brasil é baseada principalmente a partir do desmatamento de florestais, principalmente das matas, como as do litoral, que destrói os habitats dos animais silvestres, restringe a quantidade e o fornecimento de alimentos, provoca a redução e até extinções de populações inteiras, diminuindo a biodiversidade da região.
Como uma questão de sobrevivência, alguns animais saem dos remanescentes florestais e invadem casas próximas à procura de abrigo e alimentos. Estas invasões podem provocar certos conflitos onde na maioria das vezes os animais não se dão bem.
Alguns animais, ditos sinantrópicos, adaptaram-se a viver junto ao homem, mesmo sem a vontade dos humanos, servindo-se de abrigo, água e alimento, fornecidos involuntariamente pelo homem, os quais podem ser nocivos ou não.
O controle e manejo de animais sinantrópicos devem ser precedidos de autorização. Entretanto, o IBAMA considera dois grupos de animais sinantrópicos nocivos, que são passíveis de controle por pessoas físicas e jurídicas devidamente habilitadas para tal atividade, sem a necessidade de autorização:
a) artrópodes nocivos: abelhas, cupins, formigas, pulgas, piolhos, mosquitos, moscas e demais espécies nocivas comuns ao ambiente antrópico, que impliquem em transtornos sociais ambientais e econômicos significativos.
b) roedores sinantrópicos comensais (Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus) e pombos (Columba livia), observada a legislação vigente, especialmente no que se refere à maus tratos, translocação e utilização de produtos químicos.
Sagui-estrela próximo a residências no Município de Sousa-PB. Foto: Janifran Oliveira. Fevereiro de 2022.
Outros animais procuram se aproximar dos humanos esporadicamente, também à procura de abrigo e, principalmente, água e alimento, como é o caso dos macacos, como o sagui-estrela do gênero Callithrix. Ao serem alimentados, os macacos habituam-se à presença humana e isto faz com que os animais percam o medo instintivo e começam a causar conflitos.
Esses conflitos causados pelos primatas e outros animais sempre são decorrentes da ação humana, seja pela destruição dos habitats, ou pela habituação de animais silvestres. Esses conflitos principalmente com primatas são muitos traumáticos, isso porque os macacos são muito inteligentes e adaptam-se aos principais métodos de captura ou os empregados para afugentamento ou espantá-lo. Além de contar com indivíduos sentinelas que alertam a presença de ameaças.
A melhor maneira de encerrar um conflito é não iniciá-lo. Assim, na presença de primatas na sua residência, jamais os alimentem, por mais que ache que esses animais estão passando por privação de alimento. Os macacos sempre encontram e encontrarão seu alimento no ambiente natural. Alimentando esses animais eles perderão o medo dos humanos e ficarão mais susceptíveis a caçadores. Ademais, os saguis-estrela são extremamente vulneráveis ao vírus da herpes, causando-lhe óbito, e ao fornecer alimento pode-se contaminá-lo com o vírus…