Por Amanda Rodrigues
Era uma vez, no sentetrional reino do Sol Nascente, onde, diz a lenda, o sol sempre nasce primeiro, que era governado por famílias ricas e poderosas que governavam apenas para elas mesmas, esquecendo o povo.
Cansado de ser esquecido e abandonado, o povo se revoltou e resolveu mudar tudo. Criou uma república e escolheu para governá-la o filho de uma costureira e de um agricultor. E a mudança começou.
O povo foi pela primeira vez escutado. Escolas, hospitais, estradas foram construidas, havia emprego, as empresas investiam, os estudantes eram enviados para países longínquos.
A segurança melhorou. Só quem não gostava da república eram as família que ficaram longe do poder.
Até que chegou a hora de escolher um novo governante para a jovem república feliz. E o filho da costureira e do agricultor apoiou para sucedê-lo um assessor chamado Judas Calabar.
E o povo apoiou, porque não desejava que aquele tempo nunca acabasse.
Apesar das juras se lealdade, Judas Calabar escondia no coração, porém, a inveja e o desejo de vingança. E assim ele fez.
Cercado pelos bajuladores, Judas Calabar acabou com a república e trouxe de volta ao poder as velhas famílias.
Apesar de tratado nos cochichos dos mais próximos como bobo da corte, Judas Calabar passou a acreditar ser rei. Tanto que logo tratou de comprar um espelho mágico, e passou a perguntar:
– Espelho, espelho meu, tem alguém melhor que eu?
Só que o espelho era mágico, mas era também sincero. E respondeu:
– Sim! O filho da costureira e do agricultor!
Judas Calabar ficou perturbado com a insolência do espelho e gritou bem alto:
– Tragam o mestre das maldades à minha presença! Logo!
O mestre das maldades logo chegou com sua bandeira do mal presa na lapela.
E judas Calabar ordenou:
Eu quero que você destrua a imagem daquele filho da costureira e do agricultor! Não aguento mais esse espelho dizer que ele é melhor que eu.
Três anos depois, Judas Calabar chamou o mestre das maldades de bandeira na lapela e disse:
– O espelho mágico não esquece o filho da costureira e do agricultor! Pior! Continua a dizer que ele que é melhor governante do que eu!
Triste, o mestre das maldades de bandeira na lapela reconheceu com ódio nos olhos:
– Gastei tudo que podia, milhões e milhões, mas nada é capaz de fazer o povo esquecer o filho da costureira e do agricultor.