AMOR SEM LIMITES: na saúde e na doença, na alegria e na tristeza…

Acredito que apenas ter saúde não é garantia de felicidade plena, posto que, apenas o amor verdadeiro pode certificar à felicidade integral. Assim, podemos afirmar que o amor é uma das melhores experiências que um ser humano pode vivenciar em qualquer etapa da vida.

Apenas o amor resiste e é capaz de suportar o peso de uma doença, de uma internação hospitalar longa, de cuidar, consolar e estar junto, mesmo em situações adversas, quando a esperança de vida começa a se esvair. O amor verdadeiro chega sem avisar, chega devagar, é sorrateiro, simples, despretensioso e muito generoso.

Só o amor faz surgir momentos alegres, mesmo quando não podemos fazer quase nada, além de estar presente na vida do outro, uma vez que o amor é a base do equilíbrio psicológico do ser humano.

É por isso que na troca de alianças os nubentes formulam essas juras de amor e não de felicidade:
“Prometo estar contigo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza…”
Com esta frase dita e repetida em todo o mundo, homens e mulheres declaram estar inteiramente à disposição do outro.

O maior desafio é agir com ternura, amabilidade e delicadeza quando o(a) doente é vencido(a) pela dor física, pelo desânimo ou pelo mal humor, seja pela quantidade e efeito dos medicamentos, ou pela incapacidade momentânea de responder positivamente as carícias e amabilidades de quem cuida – sinais muito sutis de que o(a) paciente está chegando ao limite de suas forças.

A chegada da doença para além dos 70 anos é inevitável, consequência do mau funcionamento orgânico e até mesmo de alguns excessos cometidos no período de jovialidade. A pessoa que se encontra nesse estado passa a enfrentar restrições alimentares, sociais, econômicas, de lazer e até mesmo do exercício profissional. Esse quadro pode derivar sérias consequências de baixa autoestima da pessoa enferma.

Dou meu testemunho sobre muitos casos em que o amor se intensifica dia a dia, no cuidado do outro. Isso exige dedicação exclusiva e integral, que ocasiona a cuidadora assumir uma nova dinâmica de vida, baseada nas necessidades de oferecer o melhor conforto.

Existem companheiras e companheiros carinhosos e dedicados, que alavancam a autoestima e a qualidade de vida do(a) doente – essa é uma das melhores ações terapêuticas em busca de uma cura. É necessário compreender os medos, as incertezas e as angústias do paciente. Cuidar integralmente é focar no respeito ao outro, levando em conta suas particularidades.

É por isso que se diz: “O amor faz milagres!”.

Há casos em que o cotidiano pode embotar o brilho de uma convivência harmônica. Quando isso acontecer, lembre-se de repetir juntos as mesmas juras firmadas na cerimônia de casamento. É muito importante lembrar sempre desse compromisso.

Posso afirmar que por esses dias, duas esposas, entre muitas, se sobressaíram no desempenho desse compromisso nupcial, se esmerando em cuidar, assistir e estar presente, com amorosidade e afinco na recuperação de seus maridos. Mesmo considerando que esta atividade é estressante, cansativa, provocando grande desgaste físico e emocional, não só por não haver uma acomodação adequada no ambiente hospitalar, mas também por conviver de perto com o sofrimento do paciente. Mesmo assim, essas “leoas” deram tudo de si para o conforto e restabelecimento de seus maridos.

Talvez não existam palavras suficientes e significativas que nos permitam agradecer a essas “leoas”, pela dedicação, amorosidade, tolerância e atenção em seus cuidados.
Nossa gratidão por estarem sempre conosco, por nos amarem como somos, por chorarem e sorrirem conosco, mas, principalmente, por nunca desistirem do nosso bem-estar.

EM SÍNTESE: Quem ama cuida, dá carinho, ajuda, está sempre por perto e se esforça para ver a pessoa bem. O amor verdadeiro é a verdadeira felicidade.

Dedico esse texto a duas “esposas leoas”: Mabel Muniz Benevides Rangel (minha esposa) e Maria Gorette Carvalho Wanderley (esposa de João Vicente Machado Sobrinho).

Revisão de Texto: Nilma Lima

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