O caracol-gigante-africano (Achatina fulica) é um molusco nativo dos países do leste e nordeste da África (Quênia, Tanzânia e países vizinhos), que provocam poucos danos na sua área de origem, que foi introduzido em vários países com vários objetivos, inclusive o de substituir o escargot, que é outro caracol bastante utilizado na alimentação humana, como foi o caso da Paraíba no começo dos anos 2000.
Nos países onde foram introduzidos, sem a ação limitantes dos inimigos naturais que não estão presentes nessas áreas, provocam significativos danos em áreas agrícolas. Como tem o hábito arbolícola, ataca os botões e brotos de várias plantas cultivadas (principalmente as banaeiras, os mamoeiros, as seringueiras, as plantas cítricas, entre outras, como por exemplo a espirradeira, venenosas para os humanos mas apreciadas por este caracol).
Como houve baixa procura por esse alimento, os moluscos excedentes na produção foram literalmente jogados em terrenos baldios e, como são extremamente resistentes e muito prolíferos, tornaram-se praga, particularmente nas áreas litorâneas do Brasil, inclusive na Paraíba.
Uma vez que esses caracóis competem por alimento e abrigo com os caracóis nativos (brasileiros), possuindo poucos predadores naturais, tornaram-se praga para a agricultura, além de também poderem transmitir doenças para os seres humanos. Por tudo isso, eles viraram não só problema para o meio ambiente, como saúde pública, sendo necessário o seu controle.
Como proceder ao encontrar o caracol-gigante-africano?
Para o controle do caracol-gigante-africano devem ser adotados os seguintes procedimentos:
* Tenha a certeza que é realmente o caracol gigante africano que se pretende combater. Em caso de dúvida procure os órgãos competentes.
* Cate os caracóis manualmente usando sempre sacos plásticos ou luvas para proteger as mãos.
* Para matar os caracóis, depois de coletados, coloque-os num balde com uma mistura de 200 g (um copo cheio) de sabão em pó dissolvidos em 20 litros de água. Depois de 20 min, eles estarão mortos e poderão ser enterrados (em cova de 30 cm, coberta com cal virgem) ou colocados em sacos bem fechados para serem recolhidos pela empresa de limpeza pública.
Atenção!
* Não use nenhum tipo de veneno, pois você vai contaminar o meio ambiente, animais de estimação, ou pode contaminar-se.
* Limpe sempre o seu quintal ou terreno, pois o acúmulo de folhas, telhas, madeiras, tijolos etc. é excelente para a reprodução desses caracóis.
* Só realize a coleta dos caracóis depois de obter orientação técnica ou ler sobre o animal.
* Informe outras pessoas sobre o assunto.
O artigo do Dr Ronilson Paz é uma advertência que deve ser levada em conta. Ronilson é um estudioso dedicado às questões ambientais e de saúde pública e muito competente.
Um eterno garimpeiro da literatura ambiental e médica.