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“Setembro Amarelo” chegou: vamos salvar vidas?

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Chegamos ao mês de setembro, e, com ele, chega também a primavera, a estação das flores, e o tempo de se comemorar a vida. É claro que precisamos comemorar a vida a cada amanhecer. Em artigos anteriores já abordamos o tema da depressão sob outros enfoques. Desta feita, vamos falar no contexto do “Setembro Amarelo” como campanha mundial pela prevenção ao suicídio. Esse, é um daqueles temas que precisarei de muita ponderação, para falar sem sobressaltar o leitor, e ainda assim, fazer meu papel de alerta. Sou adepta de toda transparência possível em informações que, apesar da delicadeza, precisam ser abordadas, porque “informação é poder”, apenas com informações e conhecimento podemos deixar de lado o tabu do suicídio. É com conhecimento e transparência, que podemos salvar vidas. A imprensa, principalmente no Brasil, evita noticiar casos de suicídio, porque, para alguns, falar do tema, estimula outras pessoas a tirarem a vida. Não tenho informações mais detalhadas sobre isso, e, peço desculpas ao leitor que venha a se interessar pelo tema.

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A origem do tema “setembro Amarelo teve inicio dos EUA em 1994, quando o jovem Mike Emme, de apenas 17 anos cometeu suicídio. Mike desenvolveu muitas habilidades e uma delas, foi a pintura de um Mustang 68 na cor amarela e por isso, ficou conhecido como “Mustang Mike”. O jovem sofria de problemas psicológicos que não chegaram a ser percebidos pelos pais e familiares e, por esta razão, não conseguiram evitar sua morte. No dia do velório, foi feita uma cesta com muitos cartões decorados com fitas amarelas e dentro delas havia uma mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. A iniciativa deu ênfase a campanha que, hoje, é divulgada no mundo inteiro. Sabe-se, que os referidos cartões chegaram a mãos de quem, naquele momento, muito precisava. Desta triste história, foi escolhido como símbolo, o laço amarelo na luta em favor da vida.

Precisamos falar de estatísticas, para que nosso leitor, se não teve ainda a oportunidade de conhecer, conhecendo, possa ser um trabalhador na defesa da vida. Precisamos, todos nós, aderir a esse movimento, que abala a vida de qualquer pessoa. Pode ser alguém em nossa família, ou até nós mesmos, que precise de ajuda e, sem conhecermos o tema, não saberemos ajudar, assim, como aconteceu com os pais do jovem Mike.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, ainda em junho de 2021, o suicídio continua sendo uma das principais causas de morte em todo o mundo, de acordo com as últimas estimativas no relatório “Suicide worldwide in 2019”. Todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que de HIV, malária ou câncer de mama; ou guerras e homicídios. Em 2019, mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio: uma em cada 100 mortes, o que leva a OMS a produzir novas orientações para ajudar países a melhorarem a prevenção do suicídio e atendimento a pessoas em situações delicadas, que tendem a ser as vítimas mais comuns.

Para Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da OMS , “não podemos – e não devemos ignorar o suicídio”. “Cada um deles é uma tragédia”. E continua o diretor: “Nossa atenção à prevenção do suicídio é ainda mais importante agora, depois de muitos meses convivendo com a pandemia de COVID-19, com muitos dos fatores de risco para suicídio – perda de emprego, estresse financeiro e isolamento social – ainda muito presentes”.

Segundo o mesmo relatório, existe uma grande preocupação com os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa mortes depois de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. As taxas variam entre países, regiões e entre homens e mulheres.
De modo geral, mais homens morrem devido ao suicídio do que mulheres (12,6 por cada 100 mil homens em comparação com 5,4 por cada 100 mil mulheres). As taxas de suicídio entre homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,5, por 100 mil). Para mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1 por 100 mil). Alguns estudiosos do assunto, levam em consideração para a menor quantidade de mulheres que cometem suicídios em relação ao número de homens, analisam que estas são mais espiritualizadas que os homens e apresentam a fé e religiosidade como fator preponderante para tomada de atitude positiva.

Para não cansarmos muito os leitores com tantos dados, queremos acrescentar que a OMS salienta que, mundialmente, a taxa de suicídio está diminuindo, mas nas Américas, vem subindo. Embora alguns países tenham colocado a prevenção do suicídio no topo de suas agendas, muitos permanecem não comprometidos. Atualmente, apenas 38 países são conhecidos por terem uma estratégia nacional de prevenção.

Para ajudar, em primeiro lugar, precisamos identificar quem, em nosso entorno, pode apresentar sinais de tristeza, melancolia ou depressão. Mas vale sempre lembrar que, assim como a depressão, o suicida não “tem uma cara”, muitas vezes quem menos imaginamos pode estar em vias de cometer um ato impensado. Aprofundando um pouco mais sobre a depressão: um episódio depressivo pode se apresentar de forma leve, moderado ou grave. Quando ainda leve, gera dificuldades para continuar um trabalho simples ou atividades sociais. Vontade de ficar em casa, evitar contatos com amigos e encontros sociais. Quando grave, já não desenvolve suas atividades sociais, de trabalho, estudo ou atividades domésticas.

Se faz necessário, distinguir entre depressão em pessoas que têm ou não um histórico de episódios de mania. Ambos os tipos de depressão podem ser crônicos, ou seja, acontecem durante um período prolongado de tempo, com recaídas, especialmente se não forem tratados.

O transtorno depressivo recorrente, envolve repetidos episódios. Durante esses, a pessoa experimenta um humor deprimido, perda de interesse e prazer, e apresenta energia reduzida. As pessoas que apresentam transtorno efetivo bipolar, consiste tipicamente entre episódios de mania e depressão, separados por períodos de humor normal. Os episódios de mania envolvem humor exaltado ou irritado, excesso de atividades, pressão de fala, autoestima inflada e uma menor necessidade de sono, bem como a aceleração do pensamento.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, a depressão é o resultado de uma complexa interação de fatores sociais, psicológicos e biológicos. Pessoas que passaram por eventos adversos durante a vida (desemprego, luto, trauma psicológico) são mais propensas a desenvolver depressão. Exatamente o que mais vivemos no momento dessa pandemia. Informações de profissionais de saúde que convivem neste momento com o tratamento de COVID-19, apontam para um crescimento no número de suicídios e que não estão sendo divulgados.

E do ponto de vista espiritual, como espiritista, o que a Doutrina nos fala?
Muitas, são as informações apresentadas pelos Espíritos com relação ao suicida e aos corpos. No entanto, seria necessário um estudo mais profundo para a compreensão desse outro lugar a que se passa com o desencarne/morte ocasionada pelo suicídio. Para quem quiser conhecer um pouco mais, a obra de André Trigueiro – “Viver é a melhor opção”, é uma excelente opção para um estudo enriquecedor.

Aqui, neste espaço, abordaremos um pouco mais sobre a Depressão do ponto de vista espiritual, dizendo que sua gênese está no espírito. Sim . Segundo o Espirito Joanna de Ângelis através da psicografia de Divaldo P. Franco, “A depressão tem sua gênese no espirito, que reencarna com alta dose de culpa, quando renteando no processo da evolução sob fatores negativos que lhe assinalam a marcha e de não resolver por libertar-se em definitivo”. Ou seja, o espírito reencarna ainda apegado aos processos vividos em outras encarnações.

O psiquiatra Jaider Rodrigues de Paula diz sobre o mesmo tema: “Estão ínsitas no perispírito as matrizes da depressão. O corpo físico reflete o corpo espiritual. Se o reencarnante traz insculpido no seu psicossoma (corpo espiritual) as matrizes da depressão, elas influenciarão ativamente na seleção genética dos elementos que poderão viabilizá-la na vida física, caso o interessado deseje . Doenças são efeitos e não causas”. Como já dissemos anteriormente, nós podemos, com a nossa decisão e pensamento, alterar todo nosso processo de saúde ou doença. Cada Espirito têm uma trajetória, não existem dois iguais. Portanto, podemos optar como queremos viver. Não que adoecer ou não seja uma escolha deliberada de cada um, mas a busca pela melhora, e consequente cura, depende, sim, de cada um de nós.

Tanto Joanna de Ângelis quanto o psiquiatra Jaider, falam como a depressão, segundo a visão espírita, pode ter origem em uma predisposição do encarnado a partir de situações vividas em seu passado espiritual. Fica claro também, que essa, como outras patologias são valorosas oportunidades, para aquele que a experimenta, conquiste a superação e resgate. A solução para esse grande sofrimento que impede o depressivo de perceber a saída para essa situação requer atitude e confiança, tanto da parte de quem sofre o transtorno, quanto de seus amigos, familiares e todos aqueles de seu convívio. Ainda existe a possibilidade de a depressão ser um processo obsessivo – pela perseguição obstinada de quem se sente no direito de cobrar dividas do passado. Tema que explicaremos melhor em artigo posterior.

A lição que aprendemos com todas essas informações é uma profunda necessidade de que “tantos as energias do bem como as forças do mal estão dentro de nós. Fazer aflorar as bênçãos do bem ou as amarguras do mal é uma opção nossa, diante das escolhas que fazemos. Em vão esperaremos que a felicidade venha de fora para dentro. Exatamente porque ela está dentro de nós, pois é um estado de espirito que só precisa de incentivo e aprimoramento para surgir naturalmente” (Um Espírito Amigo)

A depressão é cheia de tabus e preconceitos.
Sobre preconceitos, muitos são nossos, mas muitos de pessoas, pessoas as vezes muito próximas.
É difícil perceber quando estamos com depressão e se aquilo que estamos passando é uma crise.
No final de 2019 o meu corpo foi dando sinais do que minha mente estava passando: passei 21 dias sem dormir e devido a isso pensava a todo momento em procurar especialista em sono, não passava na minha cabeça que estive com depressão.
Foi aí que meu corpo deu outro grito: minha menstruação ficou irregular o que me levou a crer que fosse problemas no útero e procurei minha ginecologista.
Aquele olhar dela nunca esquecerei.
Em 10 min de conversa ela percebeu que estava em crise depressiva, foi tentando lindamente me contar e falar que eu precisava de outro especialista e me receitou um remédio para dormir, foi aí que após 21 dias, eu dormi.
No outro dia fui atrás de um psiquiatra e de um psicólogo, sabia que sozinha não iria conseguir.
Mesmo sendo acompanhada em fevereiro de 2020, o vazio tomou conta, tentei suicídio.
É um vazio, você não sente nada,
NADA.
Os sentimentos somem do seu corpo.
Nesse momento percebi que eu estava me traindo, que eu precisava me dedicar aos cuidados mentais.
Hoje, setembro de 2021, estou bem, passei por várias processos de crise e cada um foi me ensinando e aprendendo.
Continuo com a acompanhamento psiquiátrico e psicólogico.

Contudo, não é fácil lidar com o preconceito: Pois não é falta de fé, não é safadeza, não é nada do que você tá pensando ou possa vir a pensar.
É uma doença e sozinho/sozinha não conseguimos vencer.
Procure ajuda!
E se você que conhece alguém com depressão acolha, apoie, respeite e acredite.
Muito ruim você buscar acolhimento e não encontrar. Um belo descobri que a depressão era minha e nela viveria
Um belo dia resolvi também tira lá de mim, saindo do corpo e virando alma
Um belo dia eu escutei que toda pessoa suicida é assassina.
Um belo dia me perguntei porquê e resposta eu tive.
Um belo descobri que meus amigxs haviam me esquecidx ou “respeitado meu silêncio”
Um belo dia eu percebi que nem todo mundo sabe lidar com a pessoa depressiva.
Um belo dia eu percebi que palavras como: “Seja otimista, olhe para o alto, amanhã é novo dia, viva um dia por vez” são palavras prontas sem gosto, sem sabor e sem amor.
Um belo dia percebi que só quem viveu, me entende.
Um belo dia me vi sem amigxs ou com amigxs com medo de falar
Um belo dia eu vi uma criança de 5 anos entender o que uma pessoa adulta nunca chegará a compreender
Um belo dia me entreguei ao mar, como suas ondas que vai e vem, voltei
Um belo dia eu percebi que o meu humor feliz é o único que vale
Um belo dia aprendi que o dia não é último, sempre vai haver o próximo dia
Um belo dia descobri que Carpe Diem só está no filme
Um belo dia percebi que a vida real doi
Um belo dia olhei-me e vi quantas pessoas eu acabei magoando
Um belo dia conheci a dor de ser magoada por quem ama
Um belo dia vi que variar de humor virou uma brincadeira
Um belo dia você cria forças e levanta da sua cama e vai
Um belo dia eu disse agora irei seguir
Um belo dia que a vida virou outra
Um belo dia você se viu só com seus amores
Um belo dia descobri que meus ídolxs me abandonaram
Um belo dia significado amizade e confiança mudou
Um belo dia chegou o dia de dizer: EU CONSIGO SÓ.

 

 

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