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Duas Pérolas Serranas: Bananeiras e Gravatá

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O assunto corrente do momento é a afluência em grande número de pessoas procurando a cidade de bananeiras, seja como turista contemplativo, que é aquele  que se embevece com  as belezas naturais em que a região  é pródiga, seja o turismo histórico em busca das raízes centenárias não somente fincadas em  Bananeiras , que nesse particular se associa a Areia  e cidades adjacentes, seja pelo espirito de aventura que move as pessoas em direção aos   acidentes geográficos fantásticos como a Pedra da Boca que fica próxima, seja como refúgio definitivo que os move a escolher a cidade como  endereço residencial, inclusive de personagens notáveis da vida nacional que vêm adquirindo casas, chácaras ou granjas nas imediações da cidade.

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Em uma das visitas que fizemos à cidade pernambucana de Gravatá, uma cidade também serrana e de altitude um pouco inferior. não resistimos à comparação entre as duas e por conta da coqueluche Bananeiras tenho sido indagado com frequência sobre os atributos de ambas aas cidades e o inevitável comparativo. Para não responder individualmente a cada um, resolvemos exumar um artigo que fizemos no mês de agosto de  2020 para que os leitores façam juízo de valor.

Em companhia da família e de um casal de amigos, passamos o final de semana em Gravatá, cidade pernambucana localizada a 90 km do Recife e a 200 km  da Parahyba.

Gravatá é uma cidade serrana com altitude média em torno de 450m, de clima ameno e bons hotéis de lazer, com uma população de mais ou menos 80 mil habitantes, um comércio bom embora afetado pelos efeitos da pandemia do covid19 e pelo que  fomos informados causou o fechamento de dois grandes hotéis da cidade.

Não pude resistir à tentação de estabelecer um comparativo entre a região agreste de Gravatá com o nosso agreste Carirí/Curimataú paraibano, mais especificamente com a microrregião do Brejo Paraibano, mais úmida e mais fria, estabelecendo um comparativo entre o potencial turístico de ambas as cidades, protagonizadas no caso pernambucano por Gravatá e no caso paraibano por Bananeiras e adjacências.

Confesso que na observação que fiz, a opinião que formei em mim sobre ambas, exigiu-me um exercício mental que me permitisse enxergar o potencial de desenvolvimento e crescimento das duas cidades da forma mais imparcial possível.

Começando por Gravatá, devo levar em conta que a sua ascensão turística é bem mais antiga e a cidade transformou-se no sonho de lazer da classe média/média de Pernambuco, principalmente os moradores da cidade do Recife que lá construíram casas e condomínios em número significativo, implantando além disso e como suporte, uma rede hoteleira considerável, bem frequentada  por hóspedes  dos estados vizinhos e até das regiões Sul/Sudeste.

A malha viária de acesso à cidade pode ser considerada boa, tendo como eixo principal a rodovia Luiz Gonzaga ou BR 232, o que permite fluidez de tráfego aos acessos de entradas e saídas sem maiores atropelos.

Economicamente tem em suas raízes um polo agropecuário forte, que formou e desenvolveu uma grande  bacia leiteira,  além da produção cerâmica de qualidade  que deu suporte ao  artesanato cerâmico local.

A proximidade com Caruaru, sem dúvidas tem influência sobre o fascínio  do consumo, haja vista os polos comercias têxteis de Toritama,  Santa Cruz do Capibaribe, Bezerros, além da própria Caruaru.

Em que pese esses pontos favoráveis, percebi que a cidade não evoluiu além daquilo que já conhecíamos e em termos de pontos turísticos mantém a duras penas o seu sitio histórico, composto de casarões belíssimos mantidos provavelmente pela defesa de devotados preservacionistas na luta contra à descaracterização que  a  voragem mobiliária e o instinto do lucro fácil  sempre provoca.

Com relação à nossa Bananeiras, uma cidade também serrana, de altitude maior, em torno de 530m, de clima mais frio e com população em torno de 21 mil  habitantes, além de um fluxo crescente  de caráter sazonal que procura  à cidade, atraída principalmente pelo seu  clima e as suas belezas naturais. Tem a economia voltada para o cultivo da cana de açúcar destinada à fabricação da cachaça de alambique e a própria banana que lhe confere o nome.

Bananeiras tem, a exemplo de Gravatá, a preferência de turistas de estados vizinhos como Rio Grande do Norte, Pernambuco e até do Ceará.

Para aspirar um desenvolvimento turístico na medida da exigência crescente e não matar a galinha dos ovos de ouro, é imperativo que tenha um planejamento que lhe permita o desenvolvimento de forma sustentável, desejo da maioria dos seus frequentadores, sem, contudo malucar-lhe a história, a sua feição colonial centenária que ainda esboça, mesmo  reduzida ao seu sitio histórico arquitetonicamente  rico, mas menor, bem menor do que o de Gravatá.

É preciso planejar uma carga de visitantes suportável, ordenando o acesso de veículos e descobrir uma solução viária através de binários que permitam uma melhor fluidez de trânsito, evitando engarrafamentos gigantescos como os que ocorreram em 2019.

Enxergamos na constituição de um polo integrado com municípios vizinhos como Borborema, Serraria, Pilões e Solânea, uma opção de integrá-los numa planta mais ampla e menos compressiva, dotada de infraestrutura de saneamento ambiental que propicie os cuidados ambientais como a recuperação de nascentes, a recuperação de matas ciliares dos riachos e córregos que fazem a beleza natural das suas cachoeiras, evitando o que se vê em Gravatá, cortada pelo importante, mas moribundo Rio Ipojuca, um verdadeiro esgoto a céu aberto.

A preservação das Áreas de Proteção Ambiental tem que ser mantidas a qualquer custo, pois são elas que emolduram e ressaltam o verde deslumbrante da cidade e da região.

A gestão Marta Ramalho revolucionou e conseguiu uma parceria com a iniciativa privada, que resultou na criação de condomínios excelentes, além de organizar e fortalecer o  turismo de eventos já provados como o Natal, o São João, o Circuito do Frio e Torneio de Tênis de Âmbito Nacional.  O projeto fecundo de Marta foi sequenciado pelo prefeito Douglas Lucena, numa continuidade administrativa salutar que permite a continuidade de um projeto de desenvolvimento sustentável, que precisa ser mantido, não para o bem estar de alguns, mas para benefício  coletivo.

Finalizando devo dizer que  Bananeiras é bem mais agradável e de potencial bem maior do que Gravatá, além de contar com a generosidade da natureza. É importante ver os vídeos que se seguem para um melhor juízo de valor sobre ambas as cidades.

Esperamos que os futuros governantes dos municípios citados compreendam isso e contribuam efetivamente para a consolidação de um polo turístico robusto, naturalmente correto e  ambientalmente sustentável. As gerações futuras agradecerão.

Fotos: Imagens cedidas por Marconi Jaime e

           https://pt.wikipedia.org/wiki/Gravat%C3%A1_(Pernambuco)

           https://transfercastrotur.com.br/gravata/

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1 COMENTÁRIO

  1. A exemplo de Bananeiras e Gravatá as cidades do interior do Nordeste deveriam explorar o turismo. O nosso interior tem muita história para contar e natureza para apreciar. Infelizmente, os governantes das pequenas cidades são alheios a essa riqueza, sempre esperando o FPM e as licitações fraudulentas que atrasam os municípios e atolam a população no comodismo e na falta de opotunidade. Boa dica João Vicente.

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