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Em outros tempos, quando a gente via a banda passar

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Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!… (Álvaro de Campos, 1929).

Dona de sentimentos telúricos; guardo na memória e busco em documentos, sites, livros e depoimentos antigas recordações de um tempo com outros valores, outros costumes e experiências humanas mais ricas em convivência, em escuta, fala e imaginação mais fértil que pela ausência das coisas prontas e facilidade do seu acesso nossa dia a dia era feito de improviso e criatividade.

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Em 2009, assumi o Setor de Marketing e Publicidade da Academia Lavrense de Letras e como primeira missão fui convidada a assistir o Centenário de Nascimento do grande educador cearense, Filgueiras Lima, Patrono da Cadeira Nº 3 da arcádia, que teve como primeira ocupante a professora, poetisa e contista, Raimunda Neide Freire e hoje é ocupada pelo engenheiro e coordenador deste site João Vicente Machado Sobrinho. Os três são lavrenses, grandes educadores, exímios contadores de história e nutrem amor e doces recordações da terra natal; sentimento presente na fala e na escrita deles.
A solenidade foi realizada no auditório do Colégio Lourenço Filho, no Centro de Fortaleza, educandário dirigido pelos filhos e netos de Filgueiras Lima. O nome do colégio foi uma homenagem ao educador paulista, Lourenço Filho que implantou novas práticas pedagógicas na Educação do Ceará em 1922, e teve Filgueiras Lima como parceiro. Eles pensavam a educação como um meio de aprendizagem entre professor-aluno e aluno- professor. Acreditava na Educação Nova, teoria educacional baseada nos estudos de John Dewey trazida para o Ceará por Lourenço Filho.

Filgueiras Lima defendia uma escola diferente onde seus alunos pudessem expressar-se de maneira livre, sem medo de seus professores. Estes deveriam realizar uma troca de conhecimentos. Ele propôs aulas diferenciadas, algumas ao ar livre, com um jardim cheio de flores e borboletas em volta onde o aluno tivesse um contato mais direto com a natureza. Foi Filgueiras Lima que aboliu o uso da palmatória na educação cearense. Justificando que:

O que o faz permanecerem calados e quietos não é o desejo de aprender a apreender todo o palavreado abstruso e complicado do professor, se não o receio de que lhes machuquem as mãos com a palmatória ou os prejudiquem nos exames do fim do ano. (Discurso a Escola Tradicional e a Pedagogia da Ação. O POVO: 07 de julho de 1933).
Durante o evento foram muitas as homenagens feitas ao grande educador que mudou a História da Educação cearense. A Academia Lavrense de Letras estava muito bem representada pelos maiores expoentes da Literatura cearense, os lavrenses Dimas Macedo que fez um belo discurso sobre a vida e obra do conterrâneo que enche Lavras da Mangabeira de orgulho, e, hoje é nome da Escola de Ensino Médio Filgueiras Lima. Depois, o poeta Linhares Filho, o nosso Presidente de Honra, emocionou a todos quando recitou em voz alta e compassada os belos versos escritos por Filgueiras Lima carregados de saudades e melancolia, trazendo recordações de uma infância feliz em terras lavrenses. Com o título: BANDA DE MÚSICA.

 

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