Depois de a cana passar pelas moendas e deixar o caldo que escorre para o paiol, dela resta o bagaço, que desliza numa rampa ao couro que espera logo abaixo, a ser arrastado pelo bagaceiro por meio de um animal manso, o boi do bagaço, indo para ser espalhada ao sol da bagaceira do engenho. Nos dias posteriores, numa sequência cronológica, esse mesmo bagaço, já seco e revirado ao calor sertanejo, levado, dessa vez, à boca da fornalha, onde o metedor de fogo alimenta os tachos de garapa no caldeamento, ao ponto de engrossar e virar mel, que, após indicação do Mestre da Fornalha, bem mexido nas gamelas, açucara e vira rapadura nas formas de madeira a isso destinadas. Esta a linha de produção de um engenho de rapadura no Sertão nordestino. Desde o corte vêm os feixes de cana que lotam o salão do engenho; sendo socados nas moendas, viram garapa, que, cozida em vários tachos quadrados de zinco, chega ao tacho principal, feito de cobre, até chegar ao ponto de gamela, qual dissemos.
Bons tempos da infância no Sítio Tatu, em Lavras da Mangabeira, cheio de lembranças bem guardadas daquelas atividades, época de inocência e paz.
Ao final das tardes, no tendal, eram batidas as caixas de rapadura, ainda mornas, donde os trabalhadores colecionavam as cargas e traziam ao quarto de depósito, do outro lado da estrada entre o engenho e a casa grande, no Beco, agora restando daquilo tudo só fragmentos de memórias.