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O Negro Gato e outros desconhecidos

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A passagem de efemérides, principalmente de datas cheias, leva ao reavivamento de  fatos passados relacionados com as comemorações. E não seria diferente no caso dos oitenta anos do nosso cantor mais popular, Roberto Carlos, festejados por esses dias.

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Livros foram lançados, outros estão programados, tratando da importância do cantor capixaba para a criação, no Brasil, de uma música que era o similar nacional do rock norte-americano do final da década de 1950 e, depois, da chamada “invasão britânica ” (Beatles, Rolling Stones, Animals e outras bandas) dos anos 1960 e que redundou no movimento tupiniquim da Jovem Guarda.

Roberto Carlos, pelo imenso sucesso que conseguiu na época da Jovem Guarda, praticamente relegou para uma posição de meros coadjuvantes os demais cantores do grupo, como Erasmo Carlos, Wanderléa, Jerry Adriani e outros menos destacados. Mas, e os compositores da Jovem Guarda? Quem eram?

A produção das músicas da Jovem Guarda era feita por compositores, do Rio de Janeiro, de origem humilde e suburbana, sem grande formação escolar, e que se contrapunham aos compositores originários da bossa nova que faziam uma música que veio a ser rotulada como MPB, pessoas de classe média, universitários e moradores da Zona Sul da cidade.

 

Helena dos Santos, uma ex-doméstica e lavadeira que, para sobreviver, se valeu da música era uma figura constante nos discos de Roberto Carlos da época, colocando várias músicas que tinham grande aceitação popular, iniciando, com “Na lua não há”, no primeiro disco de Roberto considerado como da Jovem Guarda (Splish Splash).

Outro nome, também responsável por diversas composições nos discos de Roberto Carlos, no período da Jovem Guarda, foi o capixaba Edson Ribeiro. “Aquele beijo que te dei”, “Não precisa chorar” e “Custe o que custar” foram músicas compostas por Edson Ribeiro que se transformaram em grandes êxitos na carreira de Roberto Carlos. Apesar de, durante certo período, suas canções frequentarem as paradas de sucessos, Helena dos Santos e Edson Ribeiro morreram em total esquecimento pela mídia. 

 

 

O compositor mais presente nos discos de Roberto Carlos da época da Jovem Guarda foi o carioca, nascido no bairro de Madureira, Getúlio Francisco Côrtes, carinhosamente apelidado de Negro Gato, por conta de uma das suas músicas mais conhecidas, até hoje sempre regravada, Getúlio Côrtes teve catorze composições gravadas por Roberto Carlos. E conseguiu a proeza, nunca alcançada por outro compositor, de ter mais de uma música gravada por Roberto em um mesmo disco.

 

Em depoimento ao jornalista Tárik de Souza, Getúlio Côrtes contou que se iniciou no meio artístico como “roadie”, carregando instrumentos para o conjunto Renato e seus Blue Caps (que tinha como vocalista Erasmo Carlos), que viria a fazer a primeira gravação de “Negro Gato”. 

 

 

 

 

No disco de Roberto Carlos de 1965, cujo título era Jovem Guarda, Getúlio Côrtes conseguiu incluir duas músicas: “O Feio” e “Pega Ladrão”, E não parou mais. Nos discos seguintes sempre colocava uma, ou duas, músicas. Entre as mais conhecidas, além de “Negro Gato” estão “Você deixou alguém a esperar”, “Quase fui lhe procurar”, “O gênio”, “Nada tenho a perder” e a genial balada “O tempo vai apagar” (com Paulo César Barros).

 

Getúlio Côrtes, o Negro Gato, um dos principais compositores da Jovem Guarda continua vivíssimo, com 83 anos. Gravado por Raul Seixas (“Pega ladrão”), Luís Melodia (“Quase fui lhe procurar”) e até pelo vanguardista paulista Itamar Assumpção (“Noite de terror”) Getúlio Côrtes é esquecido (como também os demais autores que fizeram a Jovem Guarda) quando se aborda aquele movimento da música jovem que ocorreu, na década de 1960, no Brasil.

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

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3 COMENTÁRIOS

  1. Jovem Guarda movimento que lançou moda, estilo e jargões. A alegria e a dança tomaram conta da juventudade da época. Aqui em Lavras os rapazes usavam calças com as pernas largas e as moça mini saia. Tertulias e grandes amores surgiram e estão eternizados no nossa memória. Valeu Flávio.

  2. Conhecer os bastidores da história da nossas músicas e canções através das pesquisas abalizadas do Sr Flávio Ramalho é mais um deleite que este site nos proporciona
    Falar de Roberto Carlos e das suas belas musicas romanticas as vezes melosas, é percorrer a existência de toda uma geração. Quem é octogenário como é agora o próprio Roberto, teve a chance de vê-lo mandar "tudo mais para o inferno" e depois também ouvi-lo avisar:"Jesus Cristo eu estou aqui"

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