Roberto Napoleão Silva, ou simplesmente Roberto Silva, o nome com o qual ficou conhecido, foi um dos grandes cantores do Brasil. Embora cantasse diversos gêneros de música, foi como intérprete de sambas que ele se destacou.
A maestria de Roberto Silva cantando sambas pode ser comprovada por quatro discos que ele gravou, a partir de 1958, sob a supervisão do flautista Altamiro Carrilho, com o título “Descendo o morro”; Os discos da série apresentavam músicas de grandes mestres do gênero, como Nelson Cavaquinho, Geraldo Pereira, Wilson Batista, Ataulfo Alves, entre outros.
As gravações de Roberto Silva para músicas de Nelson Cavaquinho são insuperáveis, como são as que ele fez para “Rugas” (com Ary Monteiro e Augusto Garcez), “Notícia” (Alcides Caminha e Nourival Bahia) e “Degraus da Vida” (Antonio Braga e Cesar Brasil).
O grande sambista Geraldo Pereira foi, também, um dos compositores preferidos de Roberto Silva, com interpretações definitivas para “Falsa Baiana” e “Escurinho”.
“Impressionante é que, com tanta admiração pelos ídolos, não há, nas centenas de gravações de Roberto Silva, um verso, uma nota musical sequer capaz de ser destacada como se fosse uma simples imitação. Roberto absorvia Orlando Silva e Cyro Monteiro, mas, quando soltava a voz, era Roberto Silva, um dos melhores cantores brasileiros de todos os tempos”.
Embora tendo o cognome de “O Príncipe do Samba”, Roberto Silva era, também, um excepcional intérprete de valsas e serestas, como pode se constatar pelas gravações de “Arranha-céu” e “Chão de Estrelas”, duas obras-primas de Orestes Barbosa e Sílvio Caldas.