

O crescimento da pandemia do Covid 19 nos obrigou a mudar o nosso rito editorial, em comum acordo com o Dr: Ronilton Pereira Lins que escreve às sextas feiras excelentes artigos com a sua visão de jurisconsulto.. Tivemos que ocupar improrrogavelmente o espaço que lhe é reservado, para tratar de um assunto recorrente, que tem assumido proporções gigantescas e alarmantes e levado à morte milhares de pessoas.
Desde o principio da crise sanitária, a ciência tem orientado as autoridades sanitárias de um modo geral e o governo brasileiro de modo particular, para a adoção de políticas públicas de enfrentamento da pandemia. No entanto, o Ministério da Saúde, na pessoa do próprio Ministro, a quem competiria por oficio o planejamento, a implantação, o monitoramento, e a sustentabilidade das ações de saúde, nada faz, mesmo tendo ao seu dispor do maior Programa de Saúde Pública do mundo que é o Sistema Único de Saúde – SUS, o qual precisa ser fortalecido e revigorado, pois o resto ele sabe fazer.
Desde o principio da pandemia é patente a falta de sintonia entre as esferas de governo, onde o protagonismo tem na iniciativa dos governos estaduais, obrigados a enfrentar sozinhos a virose, e ainda por cima ter de suportar a incompetência crônica do ministério da saúde que já trocou de ministros por quatro vezes, alguns deles pusilanimemente suportando a pressão dos grupos econômicos e financeiros pelo fim do isolamento, a pressão popular pelo emprego perdido ou não conseguido e a incompreensão de parte da população que subestima a gravidade e afronta todas as regras de isolamento e higiene propostas.
O péssimo exemplo do Presidente Bolsonaro deve ter servido de paradigma para essa loucura coletiva que a todo instante procura burlar a vigilância sanitária e policial, a ponto de um Deputado amigo da família Bolsonaro, preso por desrespeito ao STF como instituição, se negar acintosamente a usar máscara, aplaudido pela milícia que o seguia, que ao largo agredia os contrários em frente à Delegacia de Policia.
A aglomeração é sem duvidas a maior causa de propagação da doença, e precisa ser, combatida, se preciso, energicamente.
É bom lembrar que três momentos de aglomeração que foram as eleições, o natal e o ano novo, tiveram como reflexo essa escalada crescente de contágio que conduziu a rede pública ao pré – colapso do atendimento no qual nos encontramos.
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Carnaval Lucena/PB 2021 |
Agora, por ocasião do carnaval, a leniência e pusilanimidade dos governadores, aliada à imprudência de parte da população, foi armada uma bomba relógio que explodirá nas próximas semanas.
Apelamos mais uma vez às pessoas de boa vontade para que façam a sua parte e lembrem-se de que a euforia, a musicalidade e a sonoridade do seu frevo, paradoxalmente contrastam com o som da marcha fúnebre das famílias dos mortos.
É verdade que a vacina que passou por um processo contestatório e procrastinatório por parte do próprio Presidente da República sem nenhuma fundamentação cientifica, chegou como fruto da forte pressão popular.
O processo de vacinação, mesmo sofrendo o racionamento por parte do governo federal, começou e a duras penas vem sendo desenvolvido. Todavia engana-se quem pensa que a vacina por si só dispensa o isolamento e as práticas de higiene. Ledo engano que pode custar vidas humanas.
Portanto sejamos humanos e solidários porque o próximo entubado poderá ser um de nós, isso se tiver leito de UTI disponível. Do contrario e infelizmente, a morte ocorrerá nos corredores dos hospitais superlotados.
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Dados dia 18/02/2021 |
Texto esclarecedor e necessário para o momento, nem o governo e nem o povo ajudam. Infelizmente a ignorância de ambos atrapalham o processo.
A responsabilidade pela elaboração e implementação de políticas públicas de saúde em qualquer país que se prese é do governo federal.
Jair Bolsonaro além de dar as costas para o povo nessa hora de agudizzcao da crise sanitária tem incentivado com o seu mau exemplo a transgressão às regras básicas de contensão da pandemia.