Por: João Vicente Machado
A Operação Lava Jato, que teve início em 17/03/2014, surgiu cercada de esperanças de que havíamos chegado a novos tempos de lisura e zelo pela coisa pública, com o tão sonhado fim da impunidade, diferencial entre os países mais e menos austeros, já que corrupção é uma prática endêmica universal.
Há versões de que o epicentro de operação ficou sediado no Paraná por manobra do então Juiz da 13° Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro e do Ministério Publico Federal.
À 13° vara de Curitiba com todo o empoderamento que lhe foi conferido, recebeu o nome pomposo de República do Paraná, que lhe foi conferido pela verve popular.
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Daltan Dallagnol e Sergio Moro |
As apurações de práticas presumivelmente criminosas, como é de praxe no rito processual, são sempre iniciadas pelo inquérito policial, a cargo da Polícia Civil ou Federal e encaminhado à posteriore para o Ministério Publico, Estadual ou Federal, que de oficio instrui o processo fazendo juntada de documentos probatórios, o resumo das oitivas realizadas, encaminhando por fim o feito para a esfera de justiça competente para apreciação e julgamento.
Esse é, ou deve ser, o caminho a ser palmilhado por um processo, sem o uso de gincanas e desvios, atalhos ou veredas que lhe encurtem o trajeto, em prejuízo do amplo direito de defesa e do direito ao contraditório.
Infelizmente todos sabem que não foi isso que aconteceu com a operação Lava Jatos, sob a responsabilidade do Juiz Sérgio Moro, que acendeu todos os holofotes da ribalta, entrou no palco e como a estrela do espetáculo, como que a representar uma peça adredemente ensaiada, esquecendo a sua condição de magistrado, cercado de atores coadjuvantes, todos eles sequiosos por luzes, tal qual mariposas esfuziantes, como aquelas da narrativa do trágico conto de Romeu e Julieta de Shakespeare, em que “a história da sedução do inseto pela lâmpada é de atração fatal.”
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A atração das mariposas pela luz |
As diligências da Operação Lava Jatos, se transformaram em cortejos matutinos que estranhamente eram de conhecimento da imprensa oficial e faziam a festa das milícias digitais, numa espetacularização repetida a cada diligência.
Sérgio Moro foi virando “herói” e assumindo uma postura disfarçada que hoje entendemos, muito suspeita, em que o alvo de fato, parecia ser o desmonte do estado nacional e todo obstáculo a essa meta por parte de quem quer que lhe parecesse empecilho, como foi o caso de Lula.
Estranhamente e, de tempos em tempos ele viajava para os estados Unidos onde chegou a ser homenageado algumas vezes e, segundo comentam, aproveitava para receber instruções, que seriam passadas pela CIA, sob a batuta de Donald Trump.
A partir do ano de 2017, quando já surfava no “sucesso” da Lava Jato, foi homenageado pela Universidade de Notre Dame, por “liderar movimento anticorrupção”. Em maio de 2018, foi saudado em Nova York como “herói nacional” entre outros lauréis e homenagens recebidas que foram inflando o ego de Moro, que a cada dia se interessava mais e mais por política.
Podemos afirmar com convicção que Moro, no cumprimento do desmonte da nossa economia, feriu de morte a indústria da construção civil, quando investiu contra as maiores construtoras do Brasil e do mundo como: Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, UTC Engenharia, Engevix, IESA Óleo e Gás, etc
Usando a tática de matar a vaca para acabar o carrapato, ao invés de apurar, julgar e punir os corruptos, feriu de morte as empresas levando-as à falência, sob os aplausos da massa ignara que perdia o emprego aplaudindo.
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Construtora Odebrecht |
A Construtora Odebrecht tinha um quadro de pessoal de 250 mil trabalhadores que perderam o emprego, afora a perda da memória técnica de uma empresa com um portfólio sólido, credenciada como referência no mercado internacional, a bem da verdade, eram condições preenchidas também pelas demais empresas.
Sérgio Moro na sua saga desenfreada, como numa corrida de obstáculos, uniu-se ao Procurador Federal Deltan Dallagnol, e elegeu suas vítimas no campo político dito de esquerda, passando a operar deliberadamente para inviabilizar a candidatura vitoriosa de Lula à Presidência da República.
Lula era na ocasião, um forte obstáculo aos seus propósitos, alinhou-se e aliou-se à candidatura do outsider Jair Bolsonaro e passou a dar uma no cravo e outra na ferradura, só sossegando quando conseguiu prender Lula “preventivamente” por um ano, sem nenhuma prova documental, mas fazendo julgamentos prévios, baseado apenas em delações premiadas., indícios e nas “convicções” de Dallagnol.
Ainda investido da condição de Juiz, consta que negociou previamente a sua (dele) ida para o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro, com passaporte carimbado para o cargo vitalício de Ministro do STF, o que acabou acontecendo.
Renunciou a magistratura e assumiu o Ministério reivindicando poderes plenipotenciários, esquecendo que apetite não é a necessidade de apenas um.
“No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”. Uma pedra que não era nem tanto Bolsonaro, mas o núcleo duro familiar e o mais forte deles, o núcleo econômico que detém o poder de fato, que tem em pauta um projeto de dominação. Precisavam aliviar a carga representada por Moro e seus acólitos do serviço , que passaram a ser incômodos precisando de descarte.
Atingida por um obus potente, a embarcação de Moro começou a fazer água, adernou, e antes de submergir foi socorrido pela cúpula do establishment com um premio de consolação.
Moro acaba de ser nomeado e assumiu a partir de 1° de dezembro, “ o cargo de sócio-diretor da empresa norte-americana de consultoria Alvarez & Marsal,” que trabalha no processo de recuperação judicial de empresas falidas como Queiroz Galvão e Odebrecht.
[O perfil de Moro no site da empresa diz: “especialista na liderança de investigações anticorrupção complexas e de alto perfil, crimes de colarinho branco, lavagem de dinheiro e crime organizado, assim como em consultoria de estratégia e conformidade para clientes que navegam em questões regulatórias complexas”]
Em sã consciência, precisa acrescentar mais alguma coisa? A contratação de Sergio Moro nos passa a impressão de que foi algo adredemente preparado e com planos A, B, e C.
Alguém pode alegar que a contratação é legal. “mas é imoral ou engorda” como diria Roberto Carlos numa de suas canções.
Decididamente o Rei está nu!
Consulta: PODER 360(www.poder360.com.br;
Fotografias:www1.folha.uol.com.br;
veja.abril.com.br;
geraçaoforte-ur7.blogspot.com;