A luta heroica do Beato Zé Lourenço

Por: João Vicente Machado

Cristina Couto escreveu um artigo no dia 04/12/2020 (https://www.blogger.com/blog/post/edit)sobre o pacto dos coronéis, que foi celebrado sob a liderança do Padre Cícero Romão Batista e que congregou a elite agrária do sul do estado do Ceará, culminando com a famosa sedição do Juazeiro e a derrubada do governo de Franco Rabelo.

Ela citou o beato Zé Lourenço, mas como o protagonismo da porfia era do Padre Cícero e Floro Bartolomeu, o beato passou ao largo quase desapercebido.

O  poeta  Patativa do Assaré, com o seu olho clinico social e demonstrando empatia pela luta do Beato, não somente reconheceu seu papel, como o ombreou a outro herói: Antônio Conselheiro.

Beato Zé Lourenço


Sempre digo, julgo e penso

Que o beato Zé Lourenço

Foi um líder brasileiro

Que fez os mesmos estudos

Do grande herói de Canudos,

Nosso Antônio Conselheiro.


Tiveram o mesmo sonho

De um horizonte risonho

Dentro da mesma intenção,

Criando um sistema novo

Para defender o povo

Da maldita escravidão.


Em Caldeirão trabalhava

E boa assistência dava

A todos os operários,

Com a sua boa gente

Lutava pacificamente

Contra os latifundiários.


Naquele tempo passado

Canudos foi derrotado

Sem dó e sem compaixão,

Com a mesma atrocidade

E maior facilidade

Destruíram Caldeirão.


Por ordem dos militares

Avião cruzou os ares

Com raiva, ódio e com guerra,

Na grande carnificina

Contra a justiça divina

O sangue molhou a terra.


Porém, por vários caminhos,

Pisando sobre os espinhos,

Com um sacrifício imenso,

Seguindo o mesmo roteiro

Sempre haverá Conselheiro

E Beato Zé Lourenço. 


O meu amor telúrico me remeteu ao cenário da luta no Ceará mas a minha gratidão filial pela Paraíba, obrigou-me a falar sobre o  paraibano Zé Lourenço,  meu conterrâneo honorário, daí a razão do vídeo que passo a mostrar- lhes. Espero que gostem!





Caldeirão do beato Zé Lourenço
(Foto: Samuel Pinheiro/Blog Cariri)

Poesia de Patativa do Assaré em homenagem ao Beato José Lourenço, escrita para o filme O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, de Rosemberg Cariry, e publicada no livro Ispinho e Fulô (1988).

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