Por: João Vicente Machado
As eleições dos Estados Unidos se encontram em fase final de apuração e embora ainda haja controvérsia apontam para um resultado desfavorável ao projeto do atual presidente Donald Trump e os seus poucos discípulos que professam, como dogma de fé, o seu ideário.
Nunca nutri nenhuma expectativa de mudança com a eleição de Joe Biden, por entender que se trata de uma candidatura de direita que irá defender o ideário estadunidense sempre em benefício próprio, mesmo sabendo que Trump é da extrema direita ultraneoliberal. Biden, é de fato uma candidatura emblemática e nesse caso seria o mal menor!
01- Clima e Saúde: O acordo climático de Paris foi firmado durante a COP21 e assinado em 22 de abril de 2015, propondo medidas de redução, a partir de 2020, do lançamento de gases causadores do efeito estufa, como forma de conter o aquecimento global abaixo de 2%.
Trump abandonou o acordo de Paris no ano passado e influenciou outros países a fazê-lo. Biden, por sua vez, prometeu aderir ao acordo imediatamente, se eleito fosse e, agora é o que o mundo espera que ele cumpra. Seria uma atitude pedagógica que desestimulariam governantes que andam na contramão da sustentabilidade, como é o caso do presidente Jair Bolsonaro do Brasil.
02- Democracia e Valores: Segundo Biden, “o mundo está travado entre democracia e autoritarismo” e ele já declarou que, “ convocará uma cúpula global pela democracia, para renovar o espírito e o propósito comum das nações do mundo livre.”
03- Europa: As relações dos Estados Unidos com a Europa remontam à sua condição de colônia e prevalecem até os dias atuais, mesmo que alternando alguns momentos de conflitos diplomáticos. Biden que tem orgulho da sua origem irlandesa, não estaria disposto a contribuir para qualquer ameaça que envolva a Irlanda.
Ao que parece ele pretende fugir do “populismo de direita” do inglês Boris Johnson, um discípulo de Donald Trump e prefira dialogar com a Alemanha e a França como aliados nas questões de interesses bilaterais.
04- A China: na China talvez resida o maior problema diplomático de Biden, haja vista a expansão fantástica do parque industrial daquele país e das relações comerciais com o mundo, inclusive com o Brasil, de quem a China é o maior parceiro comercial.
A China encabeça uma “lista negra” de 12 países, acusados de “más práticas em termos de direitos autorais, incluindo “o roubo” e a pirataria online, entre outras transgressões”. Da lista citada fazem parte 4 países sul-americanos: Argentina, Chile, Colômbia e Venezuela, o que nos leva a questionar a obrigatoriedade de obedecer a essa regra, pois ao que parece, o conhecimento cientifico é, ou deveria ser de domínio público.
Sabe-se que sem os conhecimentos de Wernher Von Braum, um engenheiro alemão naturalizado estadunidense, construtor de foguetes, os Estados Unidos não teria sido o precursor da corrida espacial, onde utilizou o foguete Saturno V, baseado no invento de Von Braum, que levou o homem à lua.
O que esse débil argumento revela nas entrelinhas, é o medo que os USA têm de perder a corrida tecnológica para a China, hoje no pódio como a primeira economia do planeta. Biden pode e vai brigar espernear, bravatear, sem, contudo impedir a marcha Chinesa e dos países que seguirem seus passos, nem tanto politicamente, mas nos seus processos de desenvolvimento e soberania.
05- Conflitos: preservadas as alianças históricas e estratégicas que mantém com aliados estratégicos como Israel, Biden deverá revigorar a OTAN e fortalecer as alianças com países da Ásia e Oriente Médio Médio, na disputa pela geopolítica mundial, principalmente com a Rússia e a China.
Consultas: revista carta capital, edição de 04 /11 2020-seçao Nosso Mundo;
Fotografias UOL; brsputiniknews;