

Por João Vicente Machado
Não, não é o clássico e melodioso bolero do trio Los Panchos e sim um fato que, a rigor, seria de somenos importância, não fosse as sequelas que pode provocar.
Terça feira, dia 03 de novembro, o mundo se volta para a eleição do presidente da ainda maior potência econômica mundial, que são os Estados Unidos da América. Dois candidatos em disputa direta, um de direita e outro de extrema direita, correm pari passu numa disputa renhida pelo cargo de presidente daquela nação, fato que irá interferir na vida econômica dos países periféricos.
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Donald Trump e Joe Biden |
Sabemos que, pelo poderio econômico que ainda detêm, um espirro nos Estados Unidos corresponde a uma pneumonia no terceiro mundo, principalmente no Brasil, governado por uma figura exótica da política e da administração pública.
Donald Trump vem intervindo até coercitivamente na governança dos países periféricos, enxergando neles a oportunidade de apropriação dos seus recursos naturais, em que o petróleo ainda é um forte objeto de cobiça.
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Plataforma de petróleo na bacia de Campos |
De estilo fanfarrão, faz da bravata a sua arma intimidatória de conquista e apesar de poucos, tem alguns aliados subservientes como o presidente da república do Brasil, cuja gestão tem como preocupação maior o alinhamento servil aos postulados macroeconômicos ditados pela cartilha ultraneoliberal.
O ministro da economia do Brasil, um Chicago Boy originário do mundo financeiro, tem adotado uma política econômica suicida, escandalizando até o metier econômico do FMI e do BIRD, que vêm na ação dele, uma postura exagerada e até desnecessária.
A gestão do câmbio tem nos arrastado para uma situação contraditória que acumula simultaneamente uma cotação da moeda estadunidense em R$ 5,74 no final do mês de outubro, numa alta de 42,8% em comparação com o início do ano levando a um prognóstico dea dívida pública atingir 100,00% do PIB.
O país teve a maior fuga de capitais da nossa história quando os números apontaram a saída de US$ 15,2 bilhões nos primeiros oito meses do ano em curso e já comenta-se a tramitação in off, de um processo de fritura para demitir Paulo Guedes do ministério da economia, onde vive a anunciar a retomada da economia a cada reforma aprovada, o que não vem acontecendo.
Reforma trabalhista; reforma da previdência; reforma administrativa; emenda 95 conhecida como PEC da morte que congela gastos sociais ate 2030, nada disso reativou a economia apontando para um cenário de estagnação econômica e penúria social profunda.
Diante desse cenário a eleição dos Estados Unidos nos leva à célebre frase de William Shakespeare na tragédia de Hamlet:
“ser ou não ser, eis a questão. Aguardemos!
Em um mundo globalizado é interessante notar que as eleições de países chaves como os EUA, ou a escolha do primeiro ministro britânico, nos chama a atenção tanto quanto as nossas. Isso demonstra como tudo hoje, e sempre será, funciona de forma sistêmica.