‘OUTSIDERS’ na Politica

                                                                                      

Por João Vicente Machado

  

Confesso não gostar de usar verbetes que não constem da língua pátria,  a Última Flor do Lácio inculta e bela,  decantada na poesia de Olavo Bilac,  referindo-se à língua portuguesa.

Confesso que procurei e não encontrei uma palavra única e adequada para enquadrar personalidades que se declaram não políticos e aproveitam a popularidade obtida no meio artístico para ascenderem a cargos eletivos. O Brasil não é exemplo único dessa prática e já encontrou paradigmas além fronteiras, sendo os  maiores exemplos vindos  dos  Estados Unidos, onde dois atores de cinema conseguiram êxito. 

O primeiro deles, o ator canastrão Ronald Reagan, que teve uma carreira no cinema entre 1937 e 1964, período em que também teve participação na televisão, em filmes e/ou programas sem maiores expressão. 

Ronald Reagan


                  

Outro outsider famoso, também dos Estados Unidos, é um ator inexpressivo, Arnold  Schwarzenegger, que foi eleito governador da Califórnia  entre 2004 e 2011. 

 A Itália não ficou atrás e elegeu o presidente (dono) do Milan, Silvio Berlusconi, polêmico bilionário neoliberal, como presidente do Conselho de Ministros da Itália, entre 1994 e 1995; de 2001 a 2005; de 2005 a 2006 e de 2008 a 2011.

  

 Portanto, nosotros não estamos sozinhos nessa lambança e temos exemplos clássicos dessa síndrome artística. 

Silvio Santos, sim ele mesmo, o homem do Baú, que incorporou à sua candidatura à Presidente da República da qual depois desistiu, um Paraibano muito conhecido, antigo líder do MDB autentico, paradoxalmente convertido à ARENA, o saltitante senador Marcondes Gadelha.


Do ano 2000 em diante proliferaram ‘ousiders’ de maior ou menor coturno, inclusive aqui na pequenina e heroica Paraíba.

Em nível nacional, um dos exemplos mais conhecidos é o de Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca, que obteve na primeira eleição para deputado federal  em São Paulo, 1,35 milhões de votos, chamando o eleitor de “abestado” com um bordão que ficou famoso: “pior do que tá não fica, vote Tiririca”.

                                                 

Com o imenso respeito que tenho pelos palhaços, não posso rir de numa situação dessas. Política não é brincadeira, nem coisa a ser decidida em picadeiro de circo, por mais Soleil  e chik que ele seja.

O segundo deles foi Sergio Reis, que começou no fim do iê, iê, iê, com coração de papel. Os mais entrados na idade como eu lembram. 1,90m de estatura física, anão em ideias, surgido dessas preferências populares vindas do meio artístico, sem lenço nem documento, não em termos materiais, mas em termos ideológicos e políticos.

 O terceiro foi um índio de nome Juruna que, melhor do que os outros, notabilizou-se pela defesa do seu povo e andava com um gravador debaixo do braço para registrar as promessas dos lideres políticos.

                           

 Depois vieram  Luciano Huck, Ratinho Jr., Frank Aguiar e tantos outros a nível de Brasil, todos eles  ‘outsideres’ do establishment, oportunistas  e  fantasmas políticos.

Na Paraíba, Pedro do Caminhão, Toinho do Sopão, Santino, Samuka e agora Nilvan Ferreira, que mesmo derrotado nas urnas , nos impôs o medo de ver eleito um  prefeito desqualificado. 

                         

Aguardemos com a esperança de não embarcarmos mais em aventuras desse naipe. Chega, amanhã será outro dia!

Fotografias:cinemaclassico,.com;

noticias.r7.com;terra.com.br;

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cogut.oglobo.com;

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