Por: João Vicente Machado
Passadas as eleições dos Estados Unidos e estando a apenas três dias das eleições municipais no Brasil, nos vem a inevitável curiosidade em saber qual a influência do pleito que aconteceu lá, nas nossas eleições. Muito mais pela derrota de Donald Trump, do que pela vitória emblemática de Joe Biden.
Não seria justo reduzir a vitória do democrata, simplificando os fatos inusitados que acompanharam o transcurso da campanha, os quais se somaram, para construir a vitória inesperada de Joe Biden.
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Joe Biden Presidente dos Estados Unidos |
Em segundo lugar, pela decisão de convidar para vice-presidenta, uma mulher negra, filha de imigrantes, senadora e presidenta do senado pelo partido democrata.
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Kamalla Harris vice Presidenta dos USA |
Kamalla Harris é a primeira mulher da historia daquele país do norte a ser eleita para o cargo de vice-presidenta da república e a sua presença na chapa, atraiu o apoio feminino, o apoio dos negros, o apoio dos imigrantes, além do apoio dos atletas de várias modalidades de esportes, de maioria negra, além do apoio dos grupos que integram a diversidade de gênero, todos defendidos por ela.
Em terceiro lugar a idade de Joe Biden, que com 78 anos completos se superou, demonstrando um vigor físico e uma disposição invejáveis. No Brasil, alguém que passa de 70 anos, é considerado imprestável e passa a ser segregado e tratado de forma preconceituosa, como se inútil fosse, mesmo estando no auge da sua capacidade laboral e intelectual.
Com relação ao eleito, convém lembrar que ele venceu Donald Trump, um expoente ultraneoliberal, pertencente à ala mais radical da direita dos Estados Unidos, de métodos esdrúxulos que beira o grotesco, que foi tirado de cena para abrir espaço a um político de métodos mais civilizados, de maior lanhesa no trato e, de forte empatia popular como tem demonstrado Joe Biden.
Os números da apuração, praticamente divididos ao meio, sinalizam porém que o conservadorismo dogmático naquele país, embora derrotado, ainda tem muita força.
Que ninguém espere de Joe Biden, gestos mais incisivos em termos de mudanças nos rumos da geopolítica, de modo a exigir dele, abrir mão das aspirações hegemônicas seculares que os Estados Unidos sempre nutriram.
Malgrado o fosso comportamental que o separa de Donald Trump, ele revela nas entrelinhas de suas declarações, um vinculo com a centenária doutrina do presidente James Monroe, que cunhou uma frese famosa: “A América para os Americanos,” uma ousadia e arrogância sem tamanho.
O maior exemplo desse comportamento é denominarem os Estados Unidos como América, o que passa a ideia de que as três Américas foram abarcadas pelo território estadunidense e a ele pertencesse, o que é um acinte à soberania dos demais países americanos do norte, central e do sul.
Portanto, a vitória de Joe Biden mesmo não sendo a nossa vitória, revela que o modelo eleitoral posto em prática por Steve Bannon, tanto nos Estados Unidos como no Brasil, baseado em robôs e fake news, esta fazendo água a caindo no descrédito, em que pese ainda haver a resistência à ideia, entre adeptos dessa política nazifascista que se revela exangue. Aqui no Brasil e de modo particular na Paraíba, temos exemplos de políticos adeptos dessa moda.
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Steve Bannon estrategista de Trump e Bolsonaro |
O parlamento por sua vez revelou nesse mesmo estilo, nomes como: Joice Hasselmann, Carla Zambelli; Kim Kataguire; Julian Lemos e até alguns deles pertencentes a arraia miúda que correram em busca de um naco de “notoriedade” como ainda ocorre na pequenina e heroica Paraíba.
Esses partidários do autoritarismo, de métodos violentos como forma de fazer política, foram eleitos na esteira do bolsonarismo imaginando ter carreira longa, com a caricatura cunhada por Donald Trump e adotada por alguns dos seus discípulos internacionais como Bolsonaro, o seu alter ego brasileiro.
Esse povo perdeu o paradigma, mas ainda insiste em exercer o Jus Esperniands, na esperança de sobreviver. Contudo, poderão começar a derrocada já nessas eleições do próximo domingo, quando terão seus métodos julgados pelo mais soberano dos juízes que é o povo.
Através da coluna da Uol notícias do dia 10/11/2020, de autoria do colunista Jamil Chade, nos chega a informação que vai começar a perturbar o sono do presidente Bolsonaro, informando que:
”o democrata, (Joe Biden) promete que em 2021, organizará uma“cúpula pela democracia,” num esforço para defender o estado de direito, os direitos humanos e o meio ambiente. O evento também é visto como um instrumento para dar uma resposta ao movimento mundial de extrema direita, assim como um marco de sua presidência diante de ditaduras pelo mundo”
Que não seja surpresa para ninguém, o julgamento severo de muitos partidários de Trump/Bolsonaro nas urnas do próximo domingo!
Consulta:revistacartacapital;
Fotografias:Brasil.elpaís.com;mercurynews.com;gazetadopovo.com.br;jornaleconômico.sapo.pt;