Som do Frevo Abafa

       

Por: João Vicente Machado


O nome Inaldo Cavalcante de Albuquerque pode soar estranho aos ouvidos de algumas pessoas, mas se falarmos do Maestro Spok, regente da  Spok Frevo Orquestra, estaremos nos referindo a um jovem de 50 anos e  um  dos maiores talentos musicais da nova geração, além de um  grande difusor do frevo instrumental pernambucano.


Os shows do maestro Spok são verdadeiras aulas show, onde ele discorre sobre os ritmos e a obra dos grandes nomes da música e do carnaval.  Nomes como  Levino Ferreira, o grande maestro  Vivo, nascido em  Belo Jardim, um mestre no frevo de rua que o parceiro Flavio Brito já tratou nesse site em 02/02/2020, e autor  do  frevo do século, Último Dia (clique aqui)(Clique aqu)

Maestro Nelson Ferreira, outro ícone, nascido na cidade de Bonito, maestro, compositor, arranjador e autor de uma vasta obra musical, autor do Frevo Canção Evocação número 1 ( clique aqui).https://youtu.be/jre2nzziqyU

O Maestro Duda de Goiana, cultor de arranjos clássicos do frevo, entre outros expoentes do que há de melhor na riqueza musical do autêntico frevo instrumental de Pernambuco.


Ao discorrer sobre os tipos de Frevo, Spok inclui como subsidiários do Frevo de Rua, três modalidades que são: o Frevo Coqueiro, o Frevo Ventania e o Frevo Abafa. 


Define todos eles  nos mínimos detalhes, mas se refere ao Frevo Abafa como sendo aquele frevo tocado com toda potência da orquestra de rua, com  a intenção  de abafar o som da orquestra do outro cordão  que se aproxima.  Por exemplo um “confronto” hipotético entre a Pitombeira dos Quatro Cantos e o  Elefante de Olinda. Um exemplo musical pedagógico é o frevo  abafa do Maestro Nunes, Cabelo de Fogo (clique aqui)https://youtu.be/orm4PuCYysA

          Maestro Spok e a Spok Frevo Orquestra.         


Mutatis mutandis, a divulgação dos números do Produto Interno Bruto – PIB,  apresentando uma queda de 9,7% no segundo trimestre do ano, parece ter sido acompanhada de um “frevo abafa”, para provocar nos ouvidos do ministro da economia Paulo Guedes, a sensação de ”um som distante”.


Nesse particular “a orquestra” responsável pelo “abafa econômico,” teria a regência do “maestro coronavírus” que toda equipe de  governo  subestima, a começar pelo próprio Presidente da República que  relativiza tudo e reduz o papel da ciência quando lhe  é  conveniente.

Para Paulo Guedes, a recuperação econômica já está em curso e será feita em V, indo além, ao acrescentar ironicamente que os números só não foram piores porque ele, juntamente com o congresso nacional, “havia adotado medidas preventivas” como a redução de salários e a jornada de trabalho.

                            

        Ministro da economia Paulo Guedes


“A economia já começa a retomada em V, mas o registro do segundo trimestre ainda é uma queda de 10%, que, aliás, é o que todo mundo previa. Esse foi o impacto inicial, uma queda aparente (grifo nosso) de 10%, mas na verdade é um som distante, é o som do impacto da pandemia lá atrás e é onde o Brasil ficaria caso não tivéssemos feito todas as medidas que fizemos.” Declarou.


Pelo visto, a presença crescente da pandemia, tem efeito variado, de acordo com a conveniência de um governo omisso, leniente, apático e indiferente ao sofrimento e a dor do povo que assistiu indefeso a estatística macabra que contabiliza até o dia 03/09/2020, 123.780 mortes,  tendo como causa o covid19.


Apesar de tudo isso, o governo ainda se posiciona contra o possível uso  da vacina, como um anuncio  prévio que não dispõe de recursos para custear  a vacinação.


Até onde irá a paciência da nação diante desse estado de coisas? Até quando deveremos tolerar Bolsonaro e a entourage dessa ópera macabra?




Fontes:https://economia.uol.com.br/

Fotografias:Showaula,

                           https://escadaeduca.net/

 

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