O petróleo é realmente nosso?


A Petrobrás foi criada em 1953, por força de uma campanha nacionalista que tinha por lema O Petróleo é Nosso, de autoria do professor Otacílio Rainho, do Rio de Janeiro. A empresa durante 44 anos deteve o monopólio estatal da exploração, do refino e do transporte, até ser alcançada pela Lei n° 9478 de iniciativa de Fernando Henrique Cardoso, a chamada Lei do Petróleo que quebrou o monopólio estatal e criou concomitantemente a Agência Nacional do Petróleo, atendendo em parte as recomendações de Roberto Campos e Eugênio Gudin.

Hoje com a presença de Roberto Campos Neto no Banco Central do ecUnomista Paulo Guedes, no Ministério da economia, atendendo o receituário neoliberal ortodoxo, orquestraram um ataque de lesa pátria, contra uma  empresa genuinamente nacional,  nos lembrando da opinião dos economistas de plantão à época, Roberto Campos avô do presidente do BACEN e Eugênio Gudin, dois economistas liberais ortodoxos, os quais  apregoavam  que a falta de concorrência geraria ineficiência e que a exploração seria dificultada se não tivesse a parceria de empresas estrangeiras. 

  O Brasil não acreditou nesse pressuposto e através da Petrobrás mostrou  ao mundo do    que a engenharia nacional era capaz construindo uma das maiores, mais eficientes e respeitadas petroleiras do mundo. Com uma tecnologia autóctone, desenvolveu uma expertise genuinamente nacional, passando deter uma tecnologia de ponta, principalmente na prospecção de petróleo em águas profundas, chegando a descobrir as reservas do pré-sal que tornaram o Brasil autossuficiente em petróleo e que vem sendo entregue às multinacionais do petróleo. Elas que não investiram um centavo na prospecção e na descoberta das jazidas, se apossam de um recurso natural estratégico, a troco de migalhas em leilões caça níqueis.

O parque de refino da Petrobrás é composto de 14 refinarias, onde 08 delas passam por processo de desinvestimento com a venda de ativos de refino e logística, dentre elas a Refinaria Abreu e Lima no vizinho estado de Pernambuco, a mais moderna refinaria já construída pela empresa, apresentando a maior taxa de conversão de petróleo cru em óleo diesel (70%), sendo desnecessário dizer que o diesel é necessário para escoamento de alimentos e riquezas.


A estratégia adotada foi reduzir a capacidade de refino, desativar unidades operacionais como a de Mossoró, por exemplo, exportar o óleo cru a U$ 25 a U$30 dólares o barril, e importa-lo refinado a U$ 80 dólares o barril refinado. Tem um negócio melhor do que esse para as petroleiras internacionais?

O que apresentamos no texto de hoje é apenas uma amostra e nós voltaremos a ele. Enquanto isso o processo vai gradualmente sendo colocado em curso e avançando para o desfecho da liquidação de um patrimônio do povo brasileiro. 
João Vicente

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