O adiamento das eleições 2020

 ADIAMENTO DAS ELEIÇÕES DE 2020

A câmara e o senado da república aprovaram antes de ontem o calendário eleitoral de 2020, por ampla maioria de votos e com o apoio daqueles que não pertencem e pelo visto jamais pertencerão à base do governo Bolsonaro.

Antes de condenarmos os que nos representam, é prudente fazer uma breve análise para auscultar os interesses diversos que nortearam essa decisão do congresso, onde não há necessidade de sanção presidencial para viger e estabeleceu as datas de 15 novembro como primeiro turno e 30 de novembro como segundo turno para as eleições de 2020.


Pelo menos duas ideias balizaram os congressistas na aprovação dessa matéria, a saber: o grupo de apoio ao governo  Bolsonaro, que se assemelha a uma arca de Noé, na qual  foi embarcado um animal de cada espécie para assegurar a continuidade genética  e repovoar o planeta terra.

Mutatis mutandis a arca de Noé representa o chamado blocão parlamentar que abriga vários partidos com siglas diferentes, mas com o mesmo ideário político e o mesmos  propósitos, embora com métodos próprios de consecução de dividendos. Apesar das divergências de forma mantêm o aconchego e harmonia do grupo, que a rigor têm o mesmo DNA político, ou seja, são parentes políticos próximos.

São eles que vêm de há muito tempo, tentando desconstruir a política,  que é a única via de transformação social em beneficio do interesse  coletivo.  

Nesse sentido têm operado para encurtar as campanhas políticas, eleição a eleição, recorrendo até à simulação de facadas, para através da comoção popular abortar o debate de ideias e de projetos. Nesse diapasão e com esses métodos, vão mantendo as aparências do simulacro de democracia sem povo que desejam e que vem ganhando corpo, assegurando os privilégios da sua entourage.

02- O grupo político contrário ao governo que envolveu-se de maneira crítica na pandemia do covid 19 e foi  escalado para justificar à opinião pública a necessidade de colaborar com o isolamento social como forma científica    de não expandir ainda mais o covid 19, atitude louvável e de caráter humanitário, mas eleitoralmente  desvantajosa para o grupo.

Na verdade a real intenção foi de  motivação sanitária, no sentido de não criar mais um espaço oficial de contaminação através do covid 19. O  resultado disso é que vão ter de enfrentar com recursos escassos, duas eleições, praticamente em menos de quinze dias em ampla desvantagem frente ao poderio econômico do blocão

  Esse é o cenário do momento que ainda vão ter de pacificar junto ao TSE e o aparato propagandístico  da foto, é um cenário  que será muito pouco visto.


João Vicente

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