Por: João Vicente Machado
O Milho nosso de cada dia, de nome cientifico Zea Mays, é um cereal milenar que pelos registros históricos teve origem no México há mais de sete mil anos e espalhou-se pelas três Américas e o restante do mundo.
Segundo os estudiosos o nome do milho, que significa sustento da vida, é a denominação carinhosa conferida pelas nações indígenas da América Central do Caribe e do altiplano dos Andes.
Era cultivado pelos Olmecas, os Astecas e os Maias no México, pelos Siboneys de Cuba e pelos Incas do altiplano, onde ainda hoje é cultura predominante e alimento básico.
Depois seu cultivo espalhou-se pelas três Américas e o mundo, inclusive pelo nosso Brasil adquirindo utilidades múltiplas, desde a produção de etanol automotivo nos Estados Unidos, passando por um componente por excelência de todas as rações e concentrados destinado ao alimento dos rebanhos, até a pluralidade de comidas de que é matéria prima e ingrediente essencial.
Enquanto aqui no Brasil produzimos o nosso etanol automotivo a partir da cana de açúcar, nos Estados Unidos a produção é feita a partir do milho.
Na mesa ele reina soberano e ocupa lugar de destaque no cultivo e na preferência popular.
Quando o fruto é utilizado verde pode ser comido cozido ou assado e ao ser liquefeito vira matéria prima da pamonha, da canjica, do suco, do sorvete e do bolo.
Quando seco ele pode ser transformado em: amido de milho(maisena), angu (polenta), xerem, mugunzá, cuscuz, flocos, pipoca, tortilha, broa de milho entre outros produtos industrializados.
Fazendo um balanço do seu uso, somente neste texto, já contamos 16 (dezesseis) utilidades para o milho, o que nos permite afirmar que é um cereal que não precisa de companhia para se impor como comida, tendo luz própria, diferentemente do arroz, também um cereal que é acompanhante de tudo quanto é prato, mas não caminha sozinho, em que pese ser um coadjuvante essencial a qualquer prato.
Trazemos hoje essas informações com o intuito de despertar as populações mais jovens e urbanas para o milho e a importância de que é merecedor, alem de mostrar a importância desse cereal de uso cotidiano num mundo cada vez mais carente de alimentos, principalmente nessa época de festas juninas quando o milho é o rei da mesa.
A presença da semente botanicamente modificada vem eliminando a semente natural germinativa e subordinando gradualmente o plantio do milho ao controle das multinacionais do ramo.
Como as sementes transgênicas não germinam, hoje a produção de sementes está sob o controle das multinacionais que passaram a produzi-las em laboratório sob segredo industrial e comercializa-las a preços estratosféricos, ainda nos ironizando com o jingle: Agro é pop, agro é vida!
Alenta-nos o bolsão de resistência dos pequenos produtores que vêm mantendo a duras penas o cultivo do milho as quais chamam carinhosamente sementes do amor, apesar da pressão de grupos econômicos interessados em elimina-las.
Não sabemos até quando resistirão, mas é uma luta que merece apoio de todos, além de uma boa pauta para parlamentares comprometidos com o apoio aos agricultores, que se determinaram em manter a nossa mesa livre de adubos e biocidas.
Fotografias: istockphoto.com e Ceará sementes.