Por: João Vicente Machado
Taiwan é uma ilha em território chinês que serviu de refugio para os comandados de Chiang Kay-Chek derrotados pela vitoriosa revolução popular de outubro de 1949 sob o comando de Mao Tsé Tung.
O mundo vivenciava a época da guerra fria, onde o macarthismo, doutrina econômica que expulsou Charles Chaplin, era a doutrina repressiva adotada pelos Estados Unidos e os países ocidentais a eles aliados, avalizavam a repressão aos países do bloco socialista. A inspiração vinha daqueles pais do norte das Américas que com o fim da II Guerra Mundial acabara de ser entronizado como Xerife guardião da “democracia” no mundo.
Cuidaram de enxergar imediatamente na visual fragilidade da minúscula ilha chinesa que adotava o pomposo nome de China Nacionalista, o bastião de defesa do capitalismo na Ásia e ignorar a força da China continental com uma extensão territorial de mais de 9,5 milhões de km² e quase um bilhão de pessoas.
Para o Brasil essa situação perdurou ate 1974 quando o General Ernesto Geisel entendeu de reconhecer a República Popular da China e com ela restabelecer relações diplomáticas oficialmente. Afinal de contas um mercado de mais de um bilhão de pessoas não poderia ser ignorado.
Hoje cedo eu me deparei com um outdoor anunciando a entrega de comida chinesa em domicilio, com o nome de delivery ferindo o vernáculo e revelando um saudosismo démodé ao adotar o nome de China Taiwuan.
Passados 71 anos, a Republica Popular da China virou Potência e até os Estados Unidos abandonaram Taiwan numa demonstração e reconhecimento do erro de avaliação que cometeram.
A China que já retomou Hong Kong do domínio da Inglaterra desde a guerra do ópio, em breve certamente reanexará Taiwan que preserva o mesmo ideário de Hong Kong alem de um pensamento político liberal onde o mercado é o Deus e o laissez faire é a regra. Terá trabalho, mas esse é o preço.
Nos idos da revolução popular pouca gente no mundo sabia que a língua oficial da China era e ainda é o mandarim. Qual a importância econômica que isso tinha?
Vi outro dia uma placa anunciando um curso de mandarim e esse fato simples revela que o mundo é acionado pela polia econômica e que a China não pode mais ser ignorada.
Ainda alcancei a época em que o francês predominava como idioma mundial que cedeu espaço ao inglês depois da II Guerra. Essa mudança deveu-se ao fortalecimento econômico dos Estados Unidos e o declínio da Europa.
Sonho com um dia, em que chegando aos USA ou na Europa, possamos ver placas anunciando cursos de Português do Brasil, isso só depende de nós! Se a mim não me for possível o será para as gerações futuras.
