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Memórias do cárcere

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Por: João Vicente Machado

    O título diz bem minha da condição de prisioneiro, num cárcere diferente que é o recinto sagrado do lar, cumprindo uma quarentena que a minha idade me impôs e que eu, como soldado disciplinado da vida, obedeço fielmente.

                      


    Na caminhada da vida nos deparamos com situações diversas e a privação da liberdade que é uma delas, me incomoda mais pelo absentismo compulsório ao trabalho e logo com termo em inglês, “home office”, coisa que não aprecio, não por xenofobismo, mas por zelo a língua pátria, cantada por Olavo Bilac no belo soneto cujo primeiro quarteto diz  assim:

Última flor do Lácio inculta e bela,

  És, a um tempo, esplendor e sepultura:

  Ouro nativo, que na ganga impura

  A bruta mina entre os cascalhos vela….

    Em companhia de Gorette, também prisioneira, não pela idade mas por questões de saúde, fomos comprar alguns mantimentos para casa, aproveitando o horário senil adotado pelo Pão de Açúcar, de 6h  às 7h, e ao voltarmos tomamos o banho de sol matutino permitido à todo prisioneiro de bom comportamento e, ato contínuo, retornamos ao presídio no regime semi aberto para aguardar “a tranca” à noite.


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